São Paulo, sábado, 04 de novembro de 2006

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a peso de ouro

Ícone do "bom e barato", Picerni volta valorizado

Técnico é recontratado pelo Palmeiras ganhando dois terços a mais que antes

Campeão da Série B em 2003 com o time, treinador vai ganhar R$ 100 mil por mês na tentativa de evitar vexame do rebaixamento


LUÍS FERRARI
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

A contratação de Jair Picerni ilustra a diferença de filosofias do Palmeiras de hoje, com Affonso della Monica como presidente, e de antes, com Mustafá Contursi. O técnico, que já foi parte do famoso projeto "bom e barato" implantado nos últimos anos da gestão de Mustafá, agora retorna ao clube com o salário reajustado em 67%.
Para contar com os serviços de Picerni, o Palmeiras vai ter que desembolsar por mês o equivalente a quase duas vezes o que pagava na primeira passagem do treinador.
O técnico, que há quase dois anos saiu do clube demitido por não ter conseguido levá-lo de volta aos título na elite, custará ao Palmeiras cerca de R$ 100 mil por mês -50% pagos em direitos de imagem. Na passagem anterior, o técnico tinha rendimentos próximos dos R$ 60 mil mensais, mas apenas pouco menos de 10% eram pagos fora do contrato de trabalho registrado em carteira.
Porém, ainda que o "custo Picerni" seja quase o dobro em relação à vez anterior, ele representa também economia.
Tite, último treinador recrutado externamente, ganhava cerca de R$ 200 mil mensais. Emerson Leão, quase R$ 500 mil, com luvas parceladas, salários e direitos de imagem.
Picerni sabe que pode ganhar mais mensalmente, mas não tem a certeza de que será por um longo período, como os quase 18 meses de sua passagem anterior, quando ganhou a Série B em 2003, único título palmeirense neste século.
O contrato, firmado com prazo de 12 meses, depende muito dos resultados dos seis jogos finais do Palmeiras no Brasileiro. Os dirigentes palmeirenses chegaram até a cogitar um vínculo temporário, para cobrir apenas esta temporada. Só não vingou assim porque o técnico bateu o pé. "Isso é coisa de quem está subindo dos juniores para o profissional. Contrato tem que ser de um ano. Depois a gente vê como fica", explicou o novo comandante palmeirense, que em seu primeiro dia de trabalho se mostrou muito feliz pelo retorno. "O Palmeiras e o São Caetano foram, nos últimos tempos, os dois grandes momentos [da carreira]."
Picerni, em sua apresentação, disse que o convite aconteceu "pela natureza". "Não tenho empresário. Recebi o telefonema do Ilton [José da Costa, gerente de futebol] e aceitei conversar. Eu já vinha projetando a volta para um clube grande. E veio o Palmeiras."
A estratégia de pagar mais para ter de volta um profissional com passagem boa anteriormente não é novidade na gestão de Della Monica.
Em 2005, o presidente já tentara resolver um problema de falta de opções na lateral direita recontratando Baiano pelo dobro do que ele ganhava na sua passagem anterior pelo clube.


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