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a peso de ouro
Ícone do "bom e barato", Picerni volta valorizado
Técnico é recontratado pelo Palmeiras ganhando dois terços a mais que antes
Campeão da Série B em 2003 com o time, treinador vai ganhar R$ 100 mil por mês na tentativa de evitar vexame do rebaixamento
LUÍS FERRARI
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
A contratação de Jair Picerni
ilustra a diferença de filosofias
do Palmeiras de hoje, com Affonso della Monica como presidente, e de antes, com Mustafá
Contursi. O técnico, que já foi
parte do famoso projeto "bom e
barato" implantado nos últimos anos da gestão de Mustafá,
agora retorna ao clube com o
salário reajustado em 67%.
Para contar com os serviços
de Picerni, o Palmeiras vai ter
que desembolsar por mês o
equivalente a quase duas vezes
o que pagava na primeira passagem do treinador.
O técnico, que há quase dois
anos saiu do clube demitido por
não ter conseguido levá-lo de
volta aos título na elite, custará
ao Palmeiras cerca de R$ 100
mil por mês -50% pagos em direitos de imagem. Na passagem
anterior, o técnico tinha rendimentos próximos dos R$ 60
mil mensais, mas apenas pouco
menos de 10% eram pagos fora
do contrato de trabalho registrado em carteira.
Porém, ainda que o "custo Picerni" seja quase o dobro em
relação à vez anterior, ele representa também economia.
Tite, último treinador recrutado externamente, ganhava
cerca de R$ 200 mil mensais.
Emerson Leão, quase R$ 500
mil, com luvas parceladas, salários e direitos de imagem.
Picerni sabe que pode ganhar
mais mensalmente, mas não
tem a certeza de que será por
um longo período, como os
quase 18 meses de sua passagem anterior, quando ganhou a
Série B em 2003, único título
palmeirense neste século.
O contrato, firmado com prazo de 12 meses, depende muito
dos resultados dos seis jogos finais do Palmeiras no Brasileiro.
Os dirigentes palmeirenses
chegaram até a cogitar um vínculo temporário, para cobrir
apenas esta temporada. Só não
vingou assim porque o técnico
bateu o pé. "Isso é coisa de
quem está subindo dos juniores
para o profissional. Contrato
tem que ser de um ano. Depois
a gente vê como fica", explicou
o novo comandante palmeirense, que em seu primeiro dia de
trabalho se mostrou muito feliz
pelo retorno. "O Palmeiras e o
São Caetano foram, nos últimos tempos, os dois grandes
momentos [da carreira]."
Picerni, em sua apresentação, disse que o convite aconteceu "pela natureza". "Não tenho empresário. Recebi o telefonema do Ilton [José da Costa,
gerente de futebol] e aceitei
conversar. Eu já vinha projetando a volta para um clube
grande. E veio o Palmeiras."
A estratégia de pagar mais
para ter de volta um profissional com passagem boa anteriormente não é novidade na
gestão de Della Monica.
Em 2005, o presidente já tentara resolver um problema de
falta de opções na lateral direita
recontratando Baiano pelo dobro do que ele ganhava na sua
passagem anterior pelo clube.
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