São Paulo, domingo, 04 de novembro de 2007

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Precoce, Stoner afirma que título foi conseqüência

Australiano, que virou o mais jovem campeão da MotoGP, tenta hoje 11ª vitória do ano no encerramento da temporada

Aos 22 anos e no segundo ano na categoria, piloto diz que não teme Valentino Rossi e que fará tudo para manter o número 1 na moto

TATIANA CUNHA
DA REPORTAGEM LOCAL

Enquanto o mundo do esporte a motor assistia, assombrado, à temporada de estréia de Lewis Hamilton na F-1, um outro jovem, também de 22 anos, mas bem menos badalado, causava assombro na MotoGP.
Se o inglês não ficou com o título sobre quatro rodas, o australiano Casey Stoner, em sua segunda temporada na categoria principal das motos, não só conquistou o Mundial com três provas de antecedência como ainda destruiu vários recordes, especialmente de precocidade.
Tornou-se o mais jovem campeão da categoria e o mais jovem a liderar o campeonato e a conquistar uma pole. Não deu chance para o vencedor de 2006, o americano Nicky Hayden, muito menos para o pentacampeão Valentino Rossi.
Hoje, no GP de Valência, 18ª e última etapa da temporada da MotoGP, o piloto da Ducati busca sua 11ª vitória no ano.
A precocidade que marcou sua temporada, na verdade, já vem desde o início da carreira.
Stoner começou a correr aos quatro anos e com nove já disputava campeonatos na Austrália. Aos 14, tinha vencido 70 estaduais e queria trocar as provas de motocross pelas de rua. Mas, na Austrália, a idade legal para isso é de 16 anos. Então, sem pestanejar, Stoner e família foram para a Inglaterra.
O desempenho atraiu patrocinadores. E, apenas dois anos depois, o australiano fez sua estréia no Mundial de 125 cc. Passou pelas 250 cc e, no ano passado, chegou à MotoGP. O título demorou um ano e causou surpresa, como revelou em entrevista à Folha, por e-mail.

 

FOLHA - Como foi ser campeão no segundo ano na MotoGP?
CASEY STONER
- Sempre trabalhamos corrida por corrida sem pensar no título, porque, se você faz bem seu trabalho, isso é conseqüência. A partir do GP de San Marino, comecei a me dar conta de que podia ser campeão. Foi como viver um sonho, não dá para pôr em palavras.

FOLHA - Foi especial derrotar o Valentino Rossi?
STONER
- Ele é um piloto difícil de bater, freia de uma maneira incrível. Valentino é um grande campeão e foi um dos meus ídolos, mas não fico alucinado se o vejo atrás de mim. Na pista, somos todos iguais, e a preocupação é a mesma com todos.

FOLHA - Qual é a sensação de ser o homem a ser batido agora?
STONER
- Com certeza, todos vão trabalhar muito agora para melhorar para o ano que vem. Só posso dizer que trabalhei muito para conseguir este número 1 e vou defendê-lo.

FOLHA - Acredita que uma nova era começou na MotoGP?
STONER
- Não sei, mas o que sei é que há muitos pilotos rápidos na categoria e que temos que trabalhar duro. Vou seguir com a mesma intensidade no ano que vem, corrida por corrida.

FOLHA - Como foi mudar de país aos 14 anos para seguir correndo?
STONER
- Foi uma decisão dura, mas é na Europa que se concentram as corridas e onde as coisas acontecem. Era difícil ir para a Austrália com a freqüência que queria. Sabia que tinha que estar na Inglaterra, mas foi difícil para toda a família.

FOLHA - Pensou em desistir?
STONER
- Passou-me pela cabeça, o que é normal quando as coisas não vão muito bem, mas, por sorte, sempre consegui deixar esta idéia de lado e continuei trabalhando duro.

FOLHA - Você foi campeão com 22 anos. Onde se vê em dez anos?
STONER
- Talvez no campo, levando uma vida tranqüila. A verdade é que não sei direito. Gosto de viver o presente.


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