|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Precoce, Stoner afirma que título foi conseqüência
Australiano, que virou o mais jovem campeão da MotoGP,
tenta hoje 11ª vitória do ano no encerramento da temporada
Aos 22 anos e no segundo
ano na categoria, piloto diz
que não teme Valentino
Rossi e que fará tudo para
manter o número 1 na moto
TATIANA CUNHA
DA REPORTAGEM LOCAL
Enquanto o mundo do esporte a motor assistia, assombrado, à temporada de estréia de
Lewis Hamilton na F-1, um outro jovem, também de 22 anos,
mas bem menos badalado, causava assombro na MotoGP.
Se o inglês não ficou com o título sobre quatro rodas, o australiano Casey Stoner, em sua
segunda temporada na categoria principal das motos, não só
conquistou o Mundial com três
provas de antecedência como
ainda destruiu vários recordes,
especialmente de precocidade.
Tornou-se o mais jovem
campeão da categoria e o mais
jovem a liderar o campeonato e
a conquistar uma pole. Não deu
chance para o vencedor de
2006, o americano Nicky Hayden, muito menos para o pentacampeão Valentino Rossi.
Hoje, no GP de Valência, 18ª
e última etapa da temporada da
MotoGP, o piloto da Ducati
busca sua 11ª vitória no ano.
A precocidade que marcou
sua temporada, na verdade, já
vem desde o início da carreira.
Stoner começou a correr aos
quatro anos e com nove já disputava campeonatos na Austrália. Aos 14, tinha vencido 70
estaduais e queria trocar as
provas de motocross pelas de
rua. Mas, na Austrália, a idade
legal para isso é de 16 anos. Então, sem pestanejar, Stoner e
família foram para a Inglaterra.
O desempenho atraiu patrocinadores. E, apenas dois anos
depois, o australiano fez sua estréia no Mundial de 125 cc. Passou pelas 250 cc e, no ano passado, chegou à MotoGP. O título demorou um ano e causou
surpresa, como revelou em entrevista à Folha, por e-mail.
FOLHA - Como foi ser campeão no
segundo ano na MotoGP?
CASEY STONER - Sempre trabalhamos corrida por corrida sem
pensar no título, porque, se você faz bem seu trabalho, isso é
conseqüência. A partir do GP
de San Marino, comecei a me
dar conta de que podia ser campeão. Foi como viver um sonho,
não dá para pôr em palavras.
FOLHA - Foi especial derrotar o
Valentino Rossi?
STONER - Ele é um piloto difícil
de bater, freia de uma maneira
incrível. Valentino é um grande
campeão e foi um dos meus
ídolos, mas não fico alucinado
se o vejo atrás de mim. Na pista,
somos todos iguais, e a preocupação é a mesma com todos.
FOLHA - Qual é a sensação de ser o
homem a ser batido agora?
STONER - Com certeza, todos
vão trabalhar muito agora para
melhorar para o ano que vem.
Só posso dizer que trabalhei
muito para conseguir este número 1 e vou defendê-lo.
FOLHA - Acredita que uma nova
era começou na MotoGP?
STONER - Não sei, mas o que sei
é que há muitos pilotos rápidos
na categoria e que temos que
trabalhar duro. Vou seguir com
a mesma intensidade no ano
que vem, corrida por corrida.
FOLHA - Como foi mudar de país
aos 14 anos para seguir correndo?
STONER - Foi uma decisão dura,
mas é na Europa que se concentram as corridas e onde as
coisas acontecem. Era difícil ir
para a Austrália com a freqüência que queria. Sabia que tinha
que estar na Inglaterra, mas foi
difícil para toda a família.
FOLHA - Pensou em desistir?
STONER - Passou-me pela cabeça, o que é normal quando as
coisas não vão muito bem, mas,
por sorte, sempre consegui deixar esta idéia de lado e continuei trabalhando duro.
FOLHA - Você foi campeão com 22
anos. Onde se vê em dez anos?
STONER - Talvez no campo, levando uma vida tranqüila. A
verdade é que não sei direito.
Gosto de viver o presente.
Texto Anterior: Surfe: Brasileira cai em etapa peruana do WCT Próximo Texto: Fratura: Rossi cai durante treino, quebra a mão e pode não correr Índice
|