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Fofão inicia contagem regressiva para encerrar carreira na seleção
Capitã planeja sair após Jogos de Pequim, nos quais Brasil busca vaga agora
MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL
Cada torneio é o último, cada
jogo agora é uma despedida para a levantadora Fofão. A mais
experiente jogadora da seleção
de vôlei planeja encerrar sua
carreira com a camisa verde-amarela após os Jogos de Pequim-2008. Terá 38 anos.
O primeiro passo rumo à
Olimpíada, e ao título que o
país nunca conquistou, ela deu
no Sul-Americano. Agora, se
for ao pódio da Copa do Mundo, garante a vaga nos Jogos.
"Eu tento não pensar nisso,
porque é algo que me deixa um
pouco triste. Está passando
muito rápido. Tento aproveitar
e me despedir de cada uma das
competições", afirma Fofão.
Conhecida pela timidez e paciência, a atleta acompanhou
do banco a passagem de Fernanda Venturini pelo time nacional durante seis anos até ter
a chance de substituí-la.
Agora, prestes a também dizer adeus, ainda não tem substitutas no mesmo nível.
"Temos boas levantadoras,
mas que ainda têm pouca experiência. Precisam jogar mais e
têm de entrar para ganhar o lugar, mesmo comigo aqui. Foi o
que fiz com a Fernanda. Tinha
de estar pronta para quando ela
parasse", afirma ela.
Da nova safra, o treinador Zé
Roberto aposta suas fichas agora em Fabíola, 25 anos e 1,84 m.
Mas ainda torce para ganhar
um tempo extra com Fofão.
"Ela está inteira, muito bem
fisicamente. É a melhor do
mundo, e não sou só eu quem
diz isso. É uma atleta especial.
Precisamos dela não só para jogar mas também para passar
experiência e segurança. Ela é
uma referência", diz o técnico.
Por suas contas, Fofão ainda
tem fôlego para jogar até o
Mundial de 2010, apesar da idade. No vôlei, é raro uma atleta
ficar em quadra até os 40 anos.
Ela assumiu o posto de titular da seleção em 1999 e ganhou
o bronze em Sydney-2000.
Em 2004, com a volta de Fernanda Venturini ao time, foi
novamente ao banco. Após flertar com a aposentadoria, decidiu retornar em 2006.
Desde então, a seleção só não
foi ouro no Mundial e no Pan.
Derrotas que deixaram duras
marcas. "Fiquei muito chateada porque sabia que eram as
minhas últimas chances. No
Pan realmente foi muito doloroso. Era uma oportunidade
única, em casa, com ginásio lotado. Não podemos mais deixar
as coisas escaparem assim."
Sem Fofão, o Brasil amargou
o quinto lugar no Grand Prix
deste ano. Carol foi a titular. No
Sul-Americano, Zé Roberto optou por Fabíola como reserva.
"Temos de fazer testes. Os resultados podem não ser os esperados, mas vamos ganhar lá
na frente", declara o técnico.
Sua capitã assume com a
tranqüilidade de sempre a função de conselheira das novatas.
"Quero ajudar o grupo a dar o
melhor em todos os torneios e a
chegar pronto na Olimpíada.
Todas merecem essa medalha."
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