São Paulo, domingo, 04 de novembro de 2007

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Fofão inicia contagem regressiva para encerrar carreira na seleção

Capitã planeja sair após Jogos de Pequim, nos quais Brasil busca vaga agora

MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL

Cada torneio é o último, cada jogo agora é uma despedida para a levantadora Fofão. A mais experiente jogadora da seleção de vôlei planeja encerrar sua carreira com a camisa verde-amarela após os Jogos de Pequim-2008. Terá 38 anos.
O primeiro passo rumo à Olimpíada, e ao título que o país nunca conquistou, ela deu no Sul-Americano. Agora, se for ao pódio da Copa do Mundo, garante a vaga nos Jogos.
"Eu tento não pensar nisso, porque é algo que me deixa um pouco triste. Está passando muito rápido. Tento aproveitar e me despedir de cada uma das competições", afirma Fofão.
Conhecida pela timidez e paciência, a atleta acompanhou do banco a passagem de Fernanda Venturini pelo time nacional durante seis anos até ter a chance de substituí-la.
Agora, prestes a também dizer adeus, ainda não tem substitutas no mesmo nível.
"Temos boas levantadoras, mas que ainda têm pouca experiência. Precisam jogar mais e têm de entrar para ganhar o lugar, mesmo comigo aqui. Foi o que fiz com a Fernanda. Tinha de estar pronta para quando ela parasse", afirma ela.
Da nova safra, o treinador Zé Roberto aposta suas fichas agora em Fabíola, 25 anos e 1,84 m. Mas ainda torce para ganhar um tempo extra com Fofão.
"Ela está inteira, muito bem fisicamente. É a melhor do mundo, e não sou só eu quem diz isso. É uma atleta especial. Precisamos dela não só para jogar mas também para passar experiência e segurança. Ela é uma referência", diz o técnico.
Por suas contas, Fofão ainda tem fôlego para jogar até o Mundial de 2010, apesar da idade. No vôlei, é raro uma atleta ficar em quadra até os 40 anos.
Ela assumiu o posto de titular da seleção em 1999 e ganhou o bronze em Sydney-2000.
Em 2004, com a volta de Fernanda Venturini ao time, foi novamente ao banco. Após flertar com a aposentadoria, decidiu retornar em 2006.
Desde então, a seleção só não foi ouro no Mundial e no Pan. Derrotas que deixaram duras marcas. "Fiquei muito chateada porque sabia que eram as minhas últimas chances. No Pan realmente foi muito doloroso. Era uma oportunidade única, em casa, com ginásio lotado. Não podemos mais deixar as coisas escaparem assim."
Sem Fofão, o Brasil amargou o quinto lugar no Grand Prix deste ano. Carol foi a titular. No Sul-Americano, Zé Roberto optou por Fabíola como reserva.
"Temos de fazer testes. Os resultados podem não ser os esperados, mas vamos ganhar lá na frente", declara o técnico.
Sua capitã assume com a tranqüilidade de sempre a função de conselheira das novatas.
"Quero ajudar o grupo a dar o melhor em todos os torneios e a chegar pronto na Olimpíada. Todas merecem essa medalha."


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