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Marilson corre para ampliar façanha
Agora conhecido pelos adversários, brasileiro tenta ser o sétimo na história a vencer em Nova York mais de uma vez
Maratona será disputada hoje com estimativa de 38 mil participantes; atleta de Brasília é o único do país a triunfar na tradicional prova
FABIO GRIJÓ
DA REPORTAGEM LOCAL
"Não sabia exatamente quem
ele era." A declaração do queniano Paul Tergat após a Maratona de Nova York-06 se referia a Marilson dos Santos, 30.
O brasiliense surpreendeu ao
se livrar do pelotão da frente e
vencer em 2h09min58s.
Agora conhecido, Marilson
busca hoje, a partir das 13h10
(de Brasília), ampliar seu feito:
ele pode se tornar o sétimo corredor na história a triunfar em
Nova York mais de uma vez.
"Sei que não vou ter a mesma
facilidade que tive no ano passado", avalia o brasileiro. "Será
uma situação diferente. Não
acredito que vai haver caça
[marcação a ele pelos rivais].
Quem estiver no pelotão de
frente poderá vencer."
A tradicional prova que passa
pelas ruas nova-iorquinas tem
a previsão de 38 mil participantes. A maioria é de anônimos.
Mas há espaço, além dos atletas
top, para nomes de outras pistas, como o piloto de F-1 Heikki
Kovalainen, da Renault.
O percurso de 42,195 km é tido por Marilson como "complicado". "Nova York não favorece
a busca de um bom tempo. É
um percurso difícil, com subidas e descidas. Vou correr pensando numa boa colocação."
Se era até esnobado pelos rivais em 2006, desta vez Marilson chegou a Nova York paparicado. Na terça-feira, participou
de teleconferência com jornalistas. No mesmo dia, visitou a
bolsa de valores da cidade.
"Hoje, vejo que o tratamento
das pessoas mudou. Passei a ter
uma série de compromissos
que não tinha antes", diz o corredor, que cita o Central Park
como lugar favorito de treinamento final em Nova York.
"Minha preparação não mudou nada. Foi feita em Campos
do Jordão, a mesma de 2006."
Desde o triunfo na maratona
nova-iorquina, o corredor deu
um salto de qualidade. Neste
ano, em abril, obteve o melhor
tempo da carreira na prova:
2h08min37s, em Londres. Ele
terminou em oitavo lugar.
Ainda neste ano, superou o
recorde sul-americano dos
10.000 m em pista, com
27min28s12. Nessa prova, foi
prata no Pan do Rio, em julho.
Nos 5.000 m, foi bronze.
Mas Marilson cita o resultado no Mundial de Corridas de
Rua, no percurso de 21,1 km,
para argumentar sua confiança
em Nova York. Em outubro, em
Udine (Itália), ele ficou em sétimo, mas o tempo de 59min33s
é o melhor feito até hoje por um
atleta de qualquer continente,
com exceção da África.
"[O desempenho em Udine]
me qualifica para uma boa maratona", afirma Marilson. "Minha estratégia é me manter no
grupo da frente para, depois,
achar um ponto de fuga."
O brasileiro irá enfrentar três
ex-campeões em Nova York: o
sul-africano Hendrick Ramaala
(2004) e os quenianos Martin
Lel (2003) e Rodgers Rop
(2002). Outro rival de respeito
é o italiano Stefano Baldini,
campeão olímpico da maratona
em Atenas-04. O dono do melhor tempo entre os concorrentes, porém, é o queniano William Kipsang (2h06min37s).
Após Nova York, Marilson
-que está perto da Olimpíada
de Pequim- não tem prevista
nenhuma maratona até agosto
de 2008, o mês dos Jogos na
China. "A medalha olímpica virou meu principal objetivo."
NA TV - Maratona de Nova York
Sportv, ao vivo, às 13h10
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