São Paulo, domingo, 04 de novembro de 2007

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Marilson corre para ampliar façanha

Agora conhecido pelos adversários, brasileiro tenta ser o sétimo na história a vencer em Nova York mais de uma vez

Maratona será disputada hoje com estimativa de 38 mil participantes; atleta de Brasília é o único do país a triunfar na tradicional prova

FABIO GRIJÓ
DA REPORTAGEM LOCAL

"Não sabia exatamente quem ele era." A declaração do queniano Paul Tergat após a Maratona de Nova York-06 se referia a Marilson dos Santos, 30.
O brasiliense surpreendeu ao se livrar do pelotão da frente e vencer em 2h09min58s.
Agora conhecido, Marilson busca hoje, a partir das 13h10 (de Brasília), ampliar seu feito: ele pode se tornar o sétimo corredor na história a triunfar em Nova York mais de uma vez.
"Sei que não vou ter a mesma facilidade que tive no ano passado", avalia o brasileiro. "Será uma situação diferente. Não acredito que vai haver caça [marcação a ele pelos rivais]. Quem estiver no pelotão de frente poderá vencer."
A tradicional prova que passa pelas ruas nova-iorquinas tem a previsão de 38 mil participantes. A maioria é de anônimos. Mas há espaço, além dos atletas top, para nomes de outras pistas, como o piloto de F-1 Heikki Kovalainen, da Renault.
O percurso de 42,195 km é tido por Marilson como "complicado". "Nova York não favorece a busca de um bom tempo. É um percurso difícil, com subidas e descidas. Vou correr pensando numa boa colocação."
Se era até esnobado pelos rivais em 2006, desta vez Marilson chegou a Nova York paparicado. Na terça-feira, participou de teleconferência com jornalistas. No mesmo dia, visitou a bolsa de valores da cidade.
"Hoje, vejo que o tratamento das pessoas mudou. Passei a ter uma série de compromissos que não tinha antes", diz o corredor, que cita o Central Park como lugar favorito de treinamento final em Nova York.
"Minha preparação não mudou nada. Foi feita em Campos do Jordão, a mesma de 2006."
Desde o triunfo na maratona nova-iorquina, o corredor deu um salto de qualidade. Neste ano, em abril, obteve o melhor tempo da carreira na prova: 2h08min37s, em Londres. Ele terminou em oitavo lugar.
Ainda neste ano, superou o recorde sul-americano dos 10.000 m em pista, com 27min28s12. Nessa prova, foi prata no Pan do Rio, em julho. Nos 5.000 m, foi bronze.
Mas Marilson cita o resultado no Mundial de Corridas de Rua, no percurso de 21,1 km, para argumentar sua confiança em Nova York. Em outubro, em Udine (Itália), ele ficou em sétimo, mas o tempo de 59min33s é o melhor feito até hoje por um atleta de qualquer continente, com exceção da África.
"[O desempenho em Udine] me qualifica para uma boa maratona", afirma Marilson. "Minha estratégia é me manter no grupo da frente para, depois, achar um ponto de fuga."
O brasileiro irá enfrentar três ex-campeões em Nova York: o sul-africano Hendrick Ramaala (2004) e os quenianos Martin Lel (2003) e Rodgers Rop (2002). Outro rival de respeito é o italiano Stefano Baldini, campeão olímpico da maratona em Atenas-04. O dono do melhor tempo entre os concorrentes, porém, é o queniano William Kipsang (2h06min37s).
Após Nova York, Marilson -que está perto da Olimpíada de Pequim- não tem prevista nenhuma maratona até agosto de 2008, o mês dos Jogos na China. "A medalha olímpica virou meu principal objetivo."


NA TV - Maratona de Nova York
Sportv, ao vivo, às 13h10



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