Contra o Grêmio, único invicto como mandante, vice-líder faz hoje 4º jogo em 11 dias e admite que igualdade não será ruim

Técnico Ricardo Gomes diz que a sequência de partidas não permite a recuperação ideal dos atletas e provoca excesso de cartões no time

Ricardo Nogueira/Folha Imagem

O atacante Washington e o zagueiro André Dias, durante treino do São Paulo, que hoje pode assumir a liderança do Brasileiro

CAROLINA ARAÚJO
ENVIADA ESPECIAL A PORTO ALEGRE

Vencer o Grêmio hoje, às 21h50, no Olímpico, credenciará o São Paulo como o maior candidato ao título brasileiro, já que, nos quatro jogos restantes, o time enfrentará apenas clubes que já não têm grandes pretensões nesta temporada.
Mas a equipe do Morumbi terá ao menos dois grandes obstáculos a superar em Porto Alegre: o desgaste de seus jogadores e a ótima campanha do time gaúcho em seus domínios.
Hoje à noite, o São Paulo jogará sua quarta partida em um intervalo de 11 dias. Apesar de o saldo da maratona, até agora, ser excelente -o time venceu os últimos três jogos e voltou a lutar pela taça-, os efeitos adversos do excesso de partidas começam a ser notados no departamento médico do clube.
Nos últimos dois duelos, dois jogadores saíram machucados em lances isolados -Richarlyson, contra o Internacional, e Zé Luis, ante o Barueri. Para piorar, Rodrigo, recuperando- -se de uma fratura na mão, também está fora de combate.
Por conta disso, o técnico vem sendo obrigado a escalar, nos últimos jogos, atletas pouco utilizados ao longo do campeonato. Hoje, estão cotados como titulares o lateral Adrián González e o volante Arouca.
Diante da falta de alternativas para o banco no setor defensivo, até mesmo o zagueiro Aislan, 21, será opção entre os reservas. O beque não costuma nem mesmo ser relacionado para os jogos do Brasileiro.
Para o treinador Ricardo Gomes, a falta de tempo para uma recuperação adequada também causa um efeito colateral no time: o excesso de atletas com dois cartões amarelos.
Atuais destaques da equipe, como Hernanes e Miranda, jogarão hoje sob risco de tomarem mais um cartão e se tornarem desfalques contra o Vitória, no dia 14, no Morumbi.
Reservas importantes e frequentes entre os titulares, como Borges, Hugo, Marlos e Adrián González, também entrarão em campo pendurados.
"O excesso de cartões tem a ver com o desgaste. O jogador não tem recuperação total, vem atrasado no lance, é normal tomar cartão. Mas claro que nos prejudica muito", declarou Ricardo Gomes, sem citar que cartões estão nos critérios de desempate do torneio.
Além do desgaste físico, o São Paulo terá que superar a campanha quase perfeita do Grêmio em seu estádio. No Olímpico, os gaúchos somaram 12 vitórias e quatro empates. É o único time que ainda não foi vencido em casa no Nacional.
"Nós nos preparamos muito, tática e mentalmente, para enfrentar um rival que ainda não perdeu lá. Para sermos campeões, não é obrigatório vencer o Grêmio, mas é um passo importante", afirmou Hernanes.
A fala otimista do volante, porém, destoa do pragmatismo assumido pelo time. Isso porque, devido às circunstâncias, o São Paulo já vê um empate como bom resultado. "O objetivo são os três pontos, mas o empate é boa alternativa. A gente sabe das dificuldades de enfrentar o Grêmio no Olímpico e, por isso, empate nunca é mau resultado", disse Junior César.
"Perderíamos alguns segundos nesta corrida pelo título, mas depende do que acontecer no resto da rodada. Jogar no Olímpico é sempre muito difícil", ponderou Ricardo Gomes.
O São Paulo é vice-líder do Brasileiro, com 58 pontos. Perde para o Palmeiras só no saldo de gols. O time alviverde, porém, só entra em campo no domingo, contra o renascido Fluminense, no Maracanã.


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