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BASQUETE
Decisão sai em reunião entre técnico e Gerasime Bozikis, presidente da CBB, que só anuncia substituto em janeiro
Sem respaldo, Hélio Rubens deixa seleção
ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL
Hélio Rubens, 62, não é mais o
técnico da seleção masculina. Sua
saída foi decidida ontem, após
reunião no começo da tarde entre
o treinador e Gerasime Bozikis, o
Grego, presidente da CBB (Confederação Brasileira de Basquete).
A reunião, que durou uma hora,
na sede da entidade, havia sido
marcada no dia anterior.
"Decidi sair porque fiquei incomodado de ver o presidente da
CBB demonstrar dúvidas em relação ao meu trabalho. A entidade
me deu todo o respaldo durante
os cinco anos e meio que comandei a seleção. Mas, ultimamente,
senti um clima diferente e decidi
sair", contou Hélio Rubens.
O discurso do treinador, no entanto, não vai de encontro com o
do dirigente. Grego, que não quis
dar entrevista ontem, informou,
por meio de sua assessoria de imprensa, que foi sua a decisão da
saída de Hélio Rubens da equipe.
O substituto do treinador só deverá ser divulgado em janeiro.
Havia dois meses, o dirigente já
mostrava insatisfação com os resultados obtidos pela seleção no
Mundial de Indianápolis-2002.
O time ficou em oitavo lugar,
com quatro vitórias e cinco derrotas. Com isso, complicou sua classificação aos Jogos de Atenas-2004. No Pré-Olímpico de 2003,
que deve ser em Porto Rico e contará com os EUA e a Argentina,
atual vice-campeã mundial, haverá três vagas em disputa.
"Com certeza, a classificação
não foi a esperada e muito menos
o que tínhamos como objetivo",
afirmou Grego, na época.
Pouco depois, Hélio Rubens esteve envolvido em uma polêmica
com o técnico Marcel, que questionou os métodos de treinamento seguidos pela seleção.
Segundo ele, o time mostrou
um ataque previsível e uma movimentação de defesa obsoleta.
Marcel também pediu uma oportunidade para dirigir a equipe.
Grego não quis comentar o assunto, já dando a entender que
não dava mais muito respaldo ao
trabalho de Hélio Rubens.
Há duas semanas, sinalizou outra vez que o treinador não continuaria. Ele reuniu-se com Miguel
Angelo da Luz, treinador do Flamengo, e o chamou para integrar
a comissão técnica da seleção.
"O Grego me falou que vai ter
trabalho para mim. A idéia é fazer
uma comissão com cinco treinadores", contou Miguel à Folha.
O nome do técnico do Flamengo não foi submetido a Hélio Rubens, que nem ficou sabendo da
reunião. Ambos não são próximos. A amigos, o treinador já havia manifestado sua insatisfação.
Porém ainda adotava um discurso de que continuaria no cargo.
No comando da seleção, Hélio
Rubens não conseguiu classificação para a última Olimpíada. No
Pré-Olímpico de Porto Rico, em
1999, a seleção fez campanha pífia
e terminou em sexto lugar -havia duas vagas em disputa.
Foi a segunda vez na história
que o Brasil ficou fora dos Jogos
-não jogara em Montréal-76.
No ano passado, o treinador dirigiu a seleção no Sul-Americano
de Valdivia (Chile) e na Copa
América, em Neuquén (Argentina). Em ambas as competições, a
seleção perdeu para a Argentina
na final. Os rivais detêm, atualmente, a supremacia masculina
no basquete sul-americano.
Com o cargo vago, Miguel Ângelo da Luz tornou-se o favorito
para assumir a seleção. Credenciado pelo sucesso obtido na seleção feminina, na qual foi campeão
do Mundial-94 e vice dos Jogos de
Atlanta-96, ele diz que o desafio
no masculino seria ainda maior.
"A equipe terá que mostrar resultados logo. Quem assumir vai
ter bastante trabalho", afirma ele.
Outros cotados são Lula, técnico do COC/Ribeirão Preto, invicto no Paulista, e Guerrinha, campeão nacional com o Bauru.
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