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FUTEBOL
Habilidade e técnica
TOSTÃO
COLUNISTA DA FOLHA
No primeiro jogo, na Vila
Belmiro, o Santos deu um
baile no Grêmio, que estava bastante desfalcado. O Santos não é
somente um time divertido, ofensivo e habilidoso. A equipe aprendeu a marcar com eficiência.
Robinho é o mais habilidoso e
fantasista jogador brasileiro, o
que não significa que é o melhor.
Para mim, é o Kaká. Não mudei
de opinião porque o São Paulo foi
eliminado e o Kaká foi anulado
nos dois jogos contra o Santos.
Kaká está no início de sua carreira e os afoitos já falam que ele
não é jogador que decide. Raramente um jogador sozinho muda
a história de uma partida. Ele brilha intensamente, mais do que os
outros, quando o time atua bem.
Robinho tem tudo para se tornar um verdadeiro craque. Ainda
não é. Sei que o Kajuru, fã do garoto, como eu, não vai gostar. Robinho precisa brilhar por um período mais longo, melhorar e
aprimorar a técnica.
O programa "Terceiro Tempo"
da TV Record, mostrou imagens
do Robinho aos sete anos jogando
futebol de salão. Ele tinha a mesma habilidade e irreverência.
Cresceu e continua se divertindo
com a bola. Apenas com mais responsabilidade. Em qualquer profissão, a capacidade de brincar,
com método, é a base da criatividade.
Diego não tem a habilidade e a
fantasia do Robinho, mas possui
uma técnica mais desenvolvida.
Parece um veterano. Faz tudo
bem no momento certo. Passa,
cruza, dribla e finaliza com eficiência. Joga com a cabeça em pé.
Distribui bem o jogo, qualidade
essencial para a posição.
O Santos não é só Robinho e
Diego. Os outros jovens estão
muito bem, como o volante Renato. Ele desarma, passa e ainda
aparece na frente. Renato jogou
todas as 28 partidas do torneio,
sem ser substituído num único
momento do jogo e não recebeu
nenhum cartão amarelo. Incrível
eficiência para um volante.
A fama dos meninos da Vila já
chegou à Europa. A revista inglesa "World Soccer" publicou no
seu último número uma matéria
com o título: "Jovem Santos revive os velhos e bons tempos". Aparecem fotos do Leão e do Diego.
Mas, no meio do caminho do
Santos para chegar à final, ainda
existe o Grêmio. A única chance
do time gaúcho será voltar ao estilo do ano passado, sufocar o
Santos desde o início da partida e
tentar fazer logo um gol para incendiar os jogadores, a torcida e
perturbar o adversário.
Nada está definido. O Grêmio
merece muito respeito.
Velocidade e paciência
Renato Gaúcho deverá repetir o
esquema que deu certo no jogo da
primeira fase, no Morumbi. O técnico escalou um zagueiro para
marcar o Gil, um lateral para colar no Kléber, dois zagueiros pelo
meio, um lateral esquerdo, dois
volantes e um armador próximo
do Roni e do Magno Alves. Hoje,
não dá para pôr tantos defensores
e mais três no ataque. Magno Alves deve ficar no banco.
O Flu não pode apenas se defender, como no jogo contra o São
Caetano. Naquela partida, não
foi o Renato Gaúcho que pediu ao
time para ficar lá atrás. Foi o São
Caetano que marcou por pressão,
não deixou o Fluminense passar
do meio-campo, fez dois gols e poderia ter feito uns quatro. O Corinthians não sabe fazer isso.
Por causa da forte marcação no
Kléber e no Gil, o Corinthians deveria tentar atacar mais pelo lado
direto, com Rogério, Deivid e
Vampeta.
Esta é uma partida em que será
fundamental para o Corinthians
manter sua característica troca
de passes e paciência, com um
pouco mais de rapidez. O time
não pode mudar sua maneira de
jogar nem confundir velocidade
com afobação.
"SuperFelipão"
Felipão é muito mais esperto e
inteligente do que imaginamos.
Vai trabalhar no lugar certo. Portugal tem bons jogadores, pode
melhorar muito e não é favorito
para nenhuma competição. O técnico terá menos responsabilidade
nas derrotas.
Portugal precisava de um técnico motivador, disciplinador e capaz de dar confiança à equipe, características do técnico brasileiro.
Portugal vai ser sede da Eurocopa. Isso aumentaria as chances da
equipe de ganhar o título com
qualquer treinador. Com Felipão
as possibilidades serão maiores.
Se Portugal vencer e o novo técnico da seleção brasileira não for
bem nas eliminatórias, Felipão
poderá escolher entre continuar
em Portugal, comandar uma seleção mais famosa da Europa ou
retornar à seleção brasileira.
Será o "SuperFelipão".
E-mail
tostao.folha@uol.com.br
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