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São Paulo, quinta-feira, 04 de dezembro de 2003

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AÇÃO

Chapados na chapada

CARLOS SARLI
COLUNISTA DA FOLHA

A chapada Diamantina foi palco da segunda edição da Ecomotion, hoje a mais importante corrida de aventura do país.
Durante seis dias, 41 equipes de quatro integrantes, com ao menos uma mulher, percorreram 460 quilômetros correndo, pedalando, montando, remando e utilizando todo o conhecimento de técnicas verticais e navegação.
A diferença entre a primeira colocada, a espanhola MeridianoRaid, que terminou a prova na quinta com o tempo de 119 horas e 30 minutos, e a última foi de mais de dois dias. Essa diferença pode ser medida também pelas equipes que dormem, aquelas que mal cochilam, pelas que desfrutam de uma refeição com os habitantes da região e aquelas que engolem sacos de amendoim e gel energéticos, pelas que têm tempo para admirar o visual e as que só vêem o mapa plotado, pelas que têm uma equipe de apoio forte e as que contam só com a sorte.
Os 164 competidores de 10 países encararam cânions, rios, cachoeiras de até 400 metros, grutas, cavernas em 241 km de mountain bike, 4,5 km de "ride&run" quando os quatro dividem um único cavalo, 154 de trekking, 75 de canoagem e 45 metros de rapel. Vinte equipes ficaram no caminho, desistiram ou foram desclassificadas. O trecho no Vale do Pati foi decisivo. A trilha de 70 km costuma ser percorrida em dois dias pelos turistas. Na prova, as equipes a fizeram em uma média que variou entre 10 e 15 horas. Mas, com a chegada da noite, muitas ficaram perdidas por ali, caso da Atenah Swatch, que liderava entre as equipes brasileiras e é famosa por ser formada por três garotas que a cada competição escolhem um homem para o time.
Uma delas, Karina Bacha, fez a corrida com infecção urinária e só terminou, num honroso sexto lugar, à base de muito analgésico e antiinflamatório. Rosto cheio de espinhas, fisionomia cansada, Karina é um exemplo do que acontece com muitos que, mesmo doentes, fazem de tudo para terminar a prova. O controle médico, bem como o antidoping, é assunto ainda controverso no esporte e terá que ser revisto num futuro breve.
A equipe espanhola manteve a liderança do início ao fim. Atrás chegou a paulistana Hertz Mamelucos, que até o quarto dia de prova nem se ouvia falar. No quinto dia, deu uma arrancada e ficou na cola dos espanhóis. Em terceiro chegou a equipe que conquistou a torcida, a Oskalunga Brasil Telecom, de Brasília, a mais jovem do Ecomotion. Sua integrante Bárbara Bonfim, 22, credita o bom desempenho ao local de treino, a chapada dos Veadeiros (GO).
"A pior coisa que acontece nessas provas é quando a gente fica sabendo que a equipe que está a nossa frente dormiu", conta Bárbara. A privação do sono é um dos fatores decisivos em uma corrida como essa. Algumas fazem o maior segredo para confundir os rivais. E foi assim o tempo todo entre Oskalunga e a Mitsubishi QuasarLontra, que chegou logo em seguida na quarta colocação.
A última a terminar a prova foi a Endorfina. Mais descansados, porque dormiram várias vezes, completaram a prova com bem menos olheiras que as demais.

Mundial de kitesurf - Fortaleza
O Oi Super Kite fechou o circuito no domingo. O argentino Martin Vari venceu a prova e o Mundial. No feminino, Cindy Mosey, da Nova Zelândia, ficou com o título. Os melhores brasileiros foram Joseph Carneiro (9º) e Bruna Kajyia (7ª).

Brasileiro de pára-quedismo - Boituva
Próximo da marca de 10 mil saltos, Marcus Ribeiro foi campeão em três modalidades, freefly, 4way e, com a namorada, Paola Pirani, freestyle. Gui Pádua e João Tambor venceram no skysurf.

Ultraman - Havaí
Com 22h20min26s, o brasileiro Alexandre Ribeiro, 38, foi o campeão dos 10 km de natação, 421 km de ciclismo e 84 km de corrida.

E-mail sarli@trip.com.br


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