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AÇÃO
Chapados na chapada
CARLOS SARLI
COLUNISTA DA FOLHA
A chapada Diamantina foi
palco da segunda edição da
Ecomotion, hoje a mais importante corrida de aventura do país.
Durante seis dias, 41 equipes de
quatro integrantes, com ao menos uma mulher, percorreram
460 quilômetros correndo, pedalando, montando, remando e utilizando todo o conhecimento de
técnicas verticais e navegação.
A diferença entre a primeira colocada, a espanhola MeridianoRaid, que terminou a prova na
quinta com o tempo de 119 horas
e 30 minutos, e a última foi de
mais de dois dias. Essa diferença
pode ser medida também pelas
equipes que dormem, aquelas
que mal cochilam, pelas que desfrutam de uma refeição com os
habitantes da região e aquelas que
engolem sacos de amendoim e gel
energéticos, pelas que têm tempo
para admirar o visual e as que só
vêem o mapa plotado, pelas que
têm uma equipe de apoio forte e
as que contam só com a sorte.
Os 164 competidores de 10 países encararam cânions, rios, cachoeiras de até 400 metros, grutas, cavernas em 241 km de
mountain bike, 4,5 km de "ride&run" quando os quatro dividem um único cavalo, 154 de trekking, 75 de canoagem e 45 metros
de rapel. Vinte equipes ficaram no
caminho, desistiram ou foram
desclassificadas. O trecho no Vale
do Pati foi decisivo. A trilha de 70
km costuma ser percorrida em
dois dias pelos turistas. Na prova,
as equipes a fizeram em uma média que variou entre 10 e 15 horas.
Mas, com a chegada da noite,
muitas ficaram perdidas por ali,
caso da Atenah Swatch, que liderava entre as equipes brasileiras e
é famosa por ser formada por três
garotas que a cada competição escolhem um homem para o time.
Uma delas, Karina Bacha, fez a
corrida com infecção urinária e só
terminou, num honroso sexto lugar, à base de muito analgésico e
antiinflamatório. Rosto cheio de
espinhas, fisionomia cansada, Karina é um exemplo do que acontece com muitos que, mesmo doentes, fazem de tudo para terminar a
prova. O controle médico, bem
como o antidoping, é assunto ainda controverso no esporte e terá
que ser revisto num futuro breve.
A equipe espanhola manteve a
liderança do início ao fim. Atrás
chegou a paulistana Hertz Mamelucos, que até o quarto dia de prova nem se ouvia falar. No quinto
dia, deu uma arrancada e ficou na
cola dos espanhóis. Em terceiro
chegou a equipe que conquistou a
torcida, a Oskalunga Brasil Telecom, de Brasília, a mais jovem do
Ecomotion. Sua integrante Bárbara Bonfim, 22, credita o bom
desempenho ao local de treino, a
chapada dos Veadeiros (GO).
"A pior coisa que acontece nessas provas é quando a gente fica
sabendo que a equipe que está a
nossa frente dormiu", conta Bárbara. A privação do sono é um
dos fatores decisivos em uma corrida como essa. Algumas fazem o
maior segredo para confundir os
rivais. E foi assim o tempo todo
entre Oskalunga e a Mitsubishi
QuasarLontra, que chegou logo
em seguida na quarta colocação.
A última a terminar a prova foi a
Endorfina. Mais descansados,
porque dormiram várias vezes,
completaram a prova com bem
menos olheiras que as demais.
Mundial de kitesurf - Fortaleza
O Oi Super Kite fechou o circuito no domingo. O argentino Martin
Vari venceu a prova e o Mundial. No feminino, Cindy Mosey, da Nova Zelândia, ficou com o título. Os melhores brasileiros foram Joseph
Carneiro (9º) e Bruna Kajyia (7ª).
Brasileiro de pára-quedismo - Boituva
Próximo da marca de 10 mil saltos, Marcus Ribeiro foi campeão em
três modalidades, freefly, 4way e, com a namorada, Paola Pirani,
freestyle. Gui Pádua e João Tambor venceram no skysurf.
Ultraman - Havaí
Com 22h20min26s, o brasileiro Alexandre Ribeiro, 38, foi o campeão
dos 10 km de natação, 421 km de ciclismo e 84 km de corrida.
E-mail sarli@trip.com.br
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