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Corinthians faz 5, encerra a greve, mas torcida chia
Público cobra dirigentes na tarde em que atletas voltam
a falar depois de silêncio que durou quase dois meses
Corinthians 5
Juventude 3
LUÍS FERRARI
DA REPORTAGEM LOCAL
O Corinthians esperou até a
última rodada do Brasileiro para marcar cinco gols em uma
partida. De quebra, encerrou o
torneio com uma vaga na Copa
Sul-Americana. Mas nem isso
nem o fim da greve de silêncio
dos jogadores -iniciada após a
derrota para o Flamengo no dia
15 de outubro-, bastaram para
fazer a torcida esquecer um ano
decepcionante.
Desde a metade do segundo
tempo, boa parte dos corintianos que estiveram ontem no
Pacaembu ignorou o que acontecia em campo e preferiu protestar contra a direção do clube
-justamente em uma tarde
inspirada do time de Leão.
O Corinthians começou a
partida pressionando e, aos
4min, Edson, improvisado na
lateral-esquerda, recebeu no
bico da área, aplicou um corte
em Raulen e arriscou de direita.
A bola resvalou em Rafael e subiu, encobrindo André.
O gol despertou os gaúchos,
que logo responderam aos
8min. Marcel levantou a bola
na área em cobrança de falta,
que Cristiano concluiu a gol.
Os tentos no início fizeram o
jogo ficar mais franco. O Corinthians teve duas chances de
ampliar com Amoroso, que, aos
25min, foi lançado pela direita
em rápida cobrança de falta e
cruzou para Roger, que só empurrou para o gol (2 a 1).
Em vantagem, o time passou
a cadenciar a partida, mas, a
dois minutos do intervalo, o Juventude acertou uma triangulação ofensiva que terminou
em um chute de Cristiano para
igualar o marcador.
Mas o time gaúcho nem sequer teve tempo de comemorar. No minuto seguinte, foi a
vez de o Corinthians tramar
uma troca de passes entre
Amoroso e Edson, que cruzou
para Roger desempatar, novamente livre de marcação. Foi a
primeira vez que o time marcou três gols na etapa inicial
neste Brasileiro.
No segundo tempo, Leão sacou o atacante William e promoveu a entrada do zagueiro
Marquinhos. E logo foi punido
com a alteração defensiva.
Marcelo fez grande defesa
em um cabeceio de Antonio
Carlos, mandando a bola para
escanteio. Na cobrança, Marcel
acertou o pé e igualou com um
gol olímpico.
O empate inflamou a torcida,
e o Corinthians logo respondeu
em campo, primeiro com uma
arrancada de Rosinei, que exigiu boa saída de André, depois
em cobrança de falta da meia-lua, que o goleiro parou quase
em cima da linha. Depois, foi a
vez de Roger exigir uma elástica defesa do goleiro do Juventude, em jogada trabalhada
com Rosinei.
E o jogo voltou a ficar morno,
com o Corinthians errando
passes na frente e com o Juventude errando nas tentativas de
organizar um contra-ataque.
Nesse cenário, à torcida restou protestar contra a direção
do Corinthians. Com gritos de
"não é mole não, o Dualib vendeu o Coringão", "Dualib c...,
fora do Timão" e "ôôô fora Dualib ladrão", a principal uniformizada do time voltou a cobrar
o estádio corintiano.
Nem o gol de Marquinhos,
aos 33min, acalmou a massa,
que desceu das arquibancadas e
foi protestar pacificamente no
fosso do estádio, com mais palavras de ordem.
Quando, em jogada individual, Amoroso marcou o quinto, após uma breve comemoração, novos protestos, desta vez,
contra o conselho do clube.
Os jogadores foram poupados e deixaram o campo com a
sensação do dever cumprido.
"Tivemos em último lugar com
até quatro pontos atrás do penúltimo. Saímos com dignidade do campeonato, honrando a
camisa", disse Roger.
Após a partida, o Corinthians
deu férias ao elenco, que se reapresentará no dia 3 de janeiro,
quando começará dois dias de
testes físicos antes de viajar para Jarinu, onde realizará a pré-temporada.
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