São Paulo, segunda-feira, 04 de dezembro de 2006

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Corinthians faz 5, encerra a greve, mas torcida chia

Público cobra dirigentes na tarde em que atletas voltam a falar depois de silêncio que durou quase dois meses

Corinthians 5
Juventude 3

LUÍS FERRARI
DA REPORTAGEM LOCAL

O Corinthians esperou até a última rodada do Brasileiro para marcar cinco gols em uma partida. De quebra, encerrou o torneio com uma vaga na Copa Sul-Americana. Mas nem isso nem o fim da greve de silêncio dos jogadores -iniciada após a derrota para o Flamengo no dia 15 de outubro-, bastaram para fazer a torcida esquecer um ano decepcionante.
Desde a metade do segundo tempo, boa parte dos corintianos que estiveram ontem no Pacaembu ignorou o que acontecia em campo e preferiu protestar contra a direção do clube -justamente em uma tarde inspirada do time de Leão.
O Corinthians começou a partida pressionando e, aos 4min, Edson, improvisado na lateral-esquerda, recebeu no bico da área, aplicou um corte em Raulen e arriscou de direita. A bola resvalou em Rafael e subiu, encobrindo André.
O gol despertou os gaúchos, que logo responderam aos 8min. Marcel levantou a bola na área em cobrança de falta, que Cristiano concluiu a gol.
Os tentos no início fizeram o jogo ficar mais franco. O Corinthians teve duas chances de ampliar com Amoroso, que, aos 25min, foi lançado pela direita em rápida cobrança de falta e cruzou para Roger, que só empurrou para o gol (2 a 1).
Em vantagem, o time passou a cadenciar a partida, mas, a dois minutos do intervalo, o Juventude acertou uma triangulação ofensiva que terminou em um chute de Cristiano para igualar o marcador.
Mas o time gaúcho nem sequer teve tempo de comemorar. No minuto seguinte, foi a vez de o Corinthians tramar uma troca de passes entre Amoroso e Edson, que cruzou para Roger desempatar, novamente livre de marcação. Foi a primeira vez que o time marcou três gols na etapa inicial neste Brasileiro.
No segundo tempo, Leão sacou o atacante William e promoveu a entrada do zagueiro Marquinhos. E logo foi punido com a alteração defensiva.
Marcelo fez grande defesa em um cabeceio de Antonio Carlos, mandando a bola para escanteio. Na cobrança, Marcel acertou o pé e igualou com um gol olímpico.
O empate inflamou a torcida, e o Corinthians logo respondeu em campo, primeiro com uma arrancada de Rosinei, que exigiu boa saída de André, depois em cobrança de falta da meia-lua, que o goleiro parou quase em cima da linha. Depois, foi a vez de Roger exigir uma elástica defesa do goleiro do Juventude, em jogada trabalhada com Rosinei.
E o jogo voltou a ficar morno, com o Corinthians errando passes na frente e com o Juventude errando nas tentativas de organizar um contra-ataque.
Nesse cenário, à torcida restou protestar contra a direção do Corinthians. Com gritos de "não é mole não, o Dualib vendeu o Coringão", "Dualib c..., fora do Timão" e "ôôô fora Dualib ladrão", a principal uniformizada do time voltou a cobrar o estádio corintiano.
Nem o gol de Marquinhos, aos 33min, acalmou a massa, que desceu das arquibancadas e foi protestar pacificamente no fosso do estádio, com mais palavras de ordem.
Quando, em jogada individual, Amoroso marcou o quinto, após uma breve comemoração, novos protestos, desta vez, contra o conselho do clube.
Os jogadores foram poupados e deixaram o campo com a sensação do dever cumprido. "Tivemos em último lugar com até quatro pontos atrás do penúltimo. Saímos com dignidade do campeonato, honrando a camisa", disse Roger.
Após a partida, o Corinthians deu férias ao elenco, que se reapresentará no dia 3 de janeiro, quando começará dois dias de testes físicos antes de viajar para Jarinu, onde realizará a pré-temporada.



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