EVANDRO CÉSAR LOPES
LELLO LOPES
DO UOL, EM TÓQUIO

Nem a superação durante todo o campeonato e a partida brilhante ontem fizeram Bernardinho dar nota dez para a seleção. O treinador diz não acreditar em perfeição, então seu time merece nota 9,5. A declaração é reflexo do grau de exigência que ele imprimiu em seus seis anos à frente da seleção. Após a final, no entanto, Bernardinho esqueceu os pupilos para homenagear sua mulher, a ex-levantadora Fernanda Venturini. "Gostaria de dedicar esse título a uma pessoa especial, Fernanda, jogadora que transformou a história do vôlei brasileiro. Ela merecia muito mais um Mundial do eu merecia dois", disse o treinador, emocionado.

 

PERGUNTA - Que nota daria para o Brasil na final?
BERNARDINHO - Dar dez significaria que acreditamos na perfeição e eu não acredito. O time foi muito bem hoje, então vamos ficar no 9,5. No entanto, concordo que este foi o ápice da equipe em termos de maturidade. E esse ápice deve ser mantido.

PERGUNTA - Como fica a pressão exercida por torcedores e pela crítica?
BERNARDINHO - No Brasil este tipo de situação é complicada e até mais complexa do que em outros lugares do mundo. O país carece de ídolos. Só tenho a esperança de que meus atletas continuem tendo a mesma motivação.

PERGUNTA - Qual é a expectativa para 2007?
BERNARDINHO - Será um ano cheio. Temos muitas competições. Temos que continuar neste ritmo. A principal característica deste grupo é o sentimento. Eles se tratam como irmãos, e espero que isso continue.

PERGUNTA - O que você achou de Ricardinho não ter sido eleito o melhor levantador?
BERNARDINHO - A federação erra em premiar os melhores pelas estatísticas, que não dizem de fato o que acontece muitas vezes dentro da quadra. O principal é o título, mas essa é minha opinião, tanto que o Giba agradeceu a ele logo após ter levado o troféu de melhor do Mundial.


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