Presidente corintiano colocará aliados sem experiência na gestão do futebol e vai substituir técnico do rebaixamento

Antonio Carlos, amigo do cartola, será diretor pela primeira vez, e Mário Gobbi, articulador político, o vice; Mano Menezes pode chegar

EDUARDO ARRUDA
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

Um dia após ser rebaixado para a Série B, o Corinthians iniciou ontem a renovação de seu departamento de futebol. As mudanças contemplam aliados do presidente Andrés Sanches sem experiência direta na administração do futebol e irão rifar o técnico Nelsinho Baptista do Parque São Jorge.
O agora ex-zagueiro Antonio Carlos -amigo de infância de Andrés, segundo o próprio presidente- iniciará carreira fora dos gramados como diretor técnico. Sua primeira missão deve ser uma conversa para definir a saída de Nelsinho.
Cartolas do clube dizem que o treinador, se conseguisse manter a equipe na elite, permaneceria no cargo. Com o rebaixamento, a situação ficou difícil. Conselheiros pressionam o presidente pela demissão do técnico, que tem contrato até o final deste ano.
Andrés classificou o trabalho do treinador como "excelente", mas que não conseguiu atingir seu único objetivo, que era salvar o clube da queda.
O nome mais cotado para assumir é o de Mano Menezes, que deixou o Grêmio. Ontem, ele disse ter sido sondado e deixou claro que pode aceitar dirigir o time na Série B.
"É possível fazer um bom trabalho na primeira ou na segunda divisão. Se o Corinthians me procurar, vou analisar e comparar com minha outras opções", disse Mano, em entrevista à rádio "Jovem Pan".
Andrés afirmou ontem que o Corinthians precisará de um técnico experiente em Série B, que saiba as diferenças entre disputar o campeonato da elite e o da segunda divisão -em 2005, Mano levou o Grêmio de volta à Série A.
Além de Antonio Carlos, Sanches deve colocar o conselheiro Mário Gobbi na vice-presidência de futebol. O cartola, que costuma dizer que "futebol não é muito a minha", é o principal articulador político de clube. Mas deve assumir o posto por ser homem de confiança do dirigente.
Além dele, outros dois amigos de Andrés, os conselheiros Paulo Pinhal e Jacinto Antônio Ribeiro, têm participado das decisões do departamento. Ambos até já fizeram parte das delegações corintianas em viagens para partidas do Brasileiro. Os dois cartolas estiveram, por exemplo, com o Corinthians em Goiânia e também em Porto Alegre.
Uma nova diretoria da área deve ser ocupada por outro antigo aliado do dirigente corintiano. O conselheiro Elie Werdo, que foi diretor de Andrés nas categorias de base, também participará da nova equipe.
Com o estafe reformulado, o presidente corintiano declarou querer promover uma "revolução". "O departamento de futebol vai mudar e muito. Vamos mudar muita coisa. Pessoas, atitudes e responsabilidades", disse Andrés. "Vamos tocar nossa vida com uma revolução muito grande no Corinthians. Até hoje os outros podiam tirar sarro [pelo rebaixamento], mas a partir de amanhã não vão poder mais", completou.


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