DA REPORTAGEM LOCAL

Com 20 anos de carreira, o técnico do Grêmio, Celso Roth, dirigiu diversos grandes clubes, mas só tem como principal conquista um título gaúcho, em 1997, pelo Internacional. Segundo ele, costuma pegar equipes em situação difícil. Talvez fruto da sua falta de marketing pessoal.
Agora, tem a chance de ganhar o Campeonato Brasileiro. (RODRIGO MATTOS)

 

FOLHA - Chegar à final do campeonato disputando o título é além das expectativas do que pensaram no início?
CELSO ROTH - Agora, está no esperado. Na campanha do primeiro turno, estava acima, porque a gente entrou no campeonato totalmente desacreditado. Isso no início. No final, depois dessa campanha, é merecimento.

FOLHA - Se vocês conquistarem o título, por conta da dificuldade da combinação de resultados, será um feito como a "Batalha dos Aflitos'?
ROTH - Olha, não sei se se chega a ser uma situação assim como a "Batalha dos Aflitos". Mas o Grêmio tem em sua história a palavra imortal. Torcedor e diretoria podem ter esse sentimento. Nós, profissionais, vamos continuar trabalhando na condição matemática, no que está determinado contra o Atlético. Depois, o que vai acontecer, que aconteça.

FOLHA - Pelo que entendi, você não acha tão improvável o título gremista...
ROTH - Você achava provável que o São Paulo empatasse com o Fluminense em casa, no jogo do título?

FOLHA - Não parecia...
ROTH - E aí? Futebol é bom por isso.

FOLHA - Você acha que os dois times [São Paulo e Grêmio] têm características similares, com mais desarmes e as melhores defesas?
ROTH - São parecidos na forma de jogar. Aliás, o esquema é o mesmo. Jogam de uma maneira parecida, com jogadores diferentes.

FOLHA - O que os diferencia é que o São Paulo tem maior posse de bola que o Grêmio...
ROTH - Tem coisas diferentes. Mas certamente o Grêmio tem mais jogadas pelos flancos. Uma coisa equilibra a outra.

FOLHA - Com um elenco desmontando e jogadores de menos nome que os rivais, você acha que teve mais trabalho do que os outros técnicos dos times que disputaram o título?
ROTH - Só sei que o Grêmio montou um time durante o campeonato. Juntou jogadores jovens e outros que chegaram durante a competição. E conseguimos remontar isso. Nesse sentido, acho que trabalhei mais do que os outros desta vez.

FOLHA - Você sempre pega times em dificuldades?
ROTH - Dirigi o Palmeiras logo após a era Parmalat. O que você acha disso? A mesma cobrança sem o mesmo investimento. Até agora, tem sido assim.

FOLHA - Você acha que, se fosse outro com o Grêmio, teria mais reconhecimento?
ROTH - Tive reconhecimento. Não sei se deveria ter mais. A diferença é que só trabalho. Eu não fico fazendo marketing sobre meu trabalho.


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