São Paulo, quinta-feira, 04 de dezembro de 2008

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FUTEBOL

Mascaronaldo


Últimas atitudes e atuações do Bola de Ouro mais fresco mostram que a soberba tem limite até para egocêntricos

RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

MESSI resumiu, humilde: ""Fez um grande ano e é justo vencedor." Cristiano Ronaldo foi o melhor de 2008.
Não teve Eurocopa, cirurgia, segundo semestre ou máscara que destronasse o craque português.
Impressionante como a visão sobre o recente Bola de Ouro mudou bastante em poucos dias no Brasil.
Muito por causa do amistoso em que Portugal foi humilhado, ele passou a ser visto por alguns como pipoqueiro, produto de marketing. Como se ele não tivesse decidido inúmeras partidas do último Inglês e da última Copa dos Campeões para o Manchester United. Com menos estilo e mais marra, ele repetiu Kaká-2007.
No dia 24 de julho, fiz uma coluna (""Máscara United") que gerou certa polêmica. Entre outras coisas, porque ""atacava" também a então ""unanimidade" Cristiano Ronaldo. Nas férias em que ele partiu morenaço para cima de inúmeras mulheres e namorou o Real Madrid, já dava para ver que seu ego atingia níveis estratosféricos. Curto jogador mascarado (também me acho), mas até para falta de humildade há limite. Cristiano Ronaldo, que mostrou para a torcida do Aston Villa após ser substituído que era o número 1 (com o dedo indicador) e que foi expulso tolamente contra o Manchester City por colocar as mãos na bola, já feriu o código de ética dos egocêntricos.
""Sempre joguei com pressão porque esperam muito de mim e não creio que isso irá mudar. Minhas responsabilidades seguem as mesmas. Claro que posso melhorar. Você nunca pode pensar que já sabe tudo. Sei que será duro melhorar a última temporada, mas tentarei", filosofou o meia-atacante português.
Ele e o mundo sabem que ele foi o número um de 2008, mas se achar também o número dois e o número três do mundo, o que ele disse, não tem feito bem a ele e à sua imagem.
A Fifa irá exaltá-lo também, mesmo que venha a fracassar no Mundial de Clubes (será um fiasco já se perder).
Sempre venço meu avô no buraco e digo que só aprendi a ganhar, não a perder. Na verdade, eu não aprendi nem uma coisa nem outra. Cristiano Ronaldo joga no meu time fácil, fácil.

MASCARIQUELME
O cara decide outra vez para o Boca. É monstro, mas foi cobrar torcedor almofadinha na tribuna. Está errado! Claro! Mas achei bem legal.

MASCAROGÉRIO
O capitão são-paulino, irado em São Januário ao ver uns colegas já celebrando o tri (escrevi virtual tri aqui), é visto como arrogante, mas foi o mais humilde de seu clube.

MASCARODRIGO
Estou contundido, mas vou decidir hoje o torneio interno da ESPN.

MASCOLARI
Mourinho não perdia no Stamford Bridge. E ainda vencia clássicos...

rodrigo.bueno@grupofolha.com.br


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