São Paulo, #!L#Sábado, 05 de Fevereiro de 2000


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MOTOR
Problemas

JOSÉ HENRIQUE MARIANTE

Rubens Barrichello vive o dia mais importante de sua carreira nesta segunda-feira, em Maranello. Nesse dia, será apresentado como piloto Ferrari, iguaria para poucos na história.
Pilotos a escuderia italiana teve muitos, várias aberrações até. Poucos, porém, aproveitaram a chance e entraram para a história como verdadeiros pilotos Ferrari.
Barrichello sabe o que isso significa e tentará de tudo para não ser mais um.
E tentar, no caso, significa fugir da sombra de um bicampeão mundial, considerado o melhor piloto da atualidade, e ainda mostrar serviço para torcida e mídia de dois países, que lhe cobrarão resultados de forma excessiva -cada um a seu modo.
Se o carro é bom ou não, se vai manter as qualidades do modelo 99 e corrigir seus defeitos, tudo isso pouco interessa para o público.
Para torcedor, sentar em uma Ferrari é resolver o problema. É um pensamento comum, lógico. Imagine-se em condições de torrar US$ 300 mil em um carro para dar voltas no quarteirão. Seria difícil convencer alguém de que você tem algum problema insolúvel.
Barrichello vai ganhar (e bem mais que US$ 300 mil) para andar no carro vermelho. Mas terá que rebolar para convencer qualquer um de que tem problemas.
E, como já foi dito na semana passada, eles existem, são complexos, mas nem de longe são insolúveis.

E dizem que os problemas da Ferrari não são muitos. Mas que também não são nada desprezíveis. Algo que não pode ser dimensionado por apenas duas semanas de atraso.

E o primeiro teste do MP4/15, anteontem, também não foi uma maravilha. Hakkinen ficou a pé antes mesmo de mostrar do que o novo carro é capaz.
Mais importante, porém, foi a Mercedes confirmar no lançamento (espartano, diga-se de passagem, seguindo a receita de Frank Williams) que é a dona da McLaren, com 40% das ações da escuderia, como já se sabia.
Nada que possa afetar o afinado comando do time, repartido entre Dennis e Haug de forma um tanto obscura, mas eficiente, como acontecia com Head, Williams e Dudot, nos bons tempos da associação Williams-Renault.
Reza a lenda que a Mercedes é dona da McLaren desde que Roger Penske, numa sexta-feira fria de GP, foi visto deixando um autódromo europeu, quase incógnito, semanas antes do final da temporada de 1994.
O chefão da Indy teria sido o responsável por juntar os interessados, Dennis, Ojjeh, alguém da Mercedes e Mario Illen, da Ilmor, além do pessoal da Philip Morris, anunciante, à época, tanto da Penske como da McLaren.
A idéia inicial, segundo se conta, era todos serem sócios de todos, mas a coisa pegou não se sabe aonde. Mas foi nesse momento que surgiu a associação entre a montadora alemã e a escuderia inglesa, que a partir da temporada de 1998 viria a dominar a F-1.
Assim como a divisão das ações, que agora se tornou pública.

NOTAS

Indy
O SBT chegou ontem a um acordo com os promotores da categoria e manterá por mais um ano os direitos de transmissão das corridas. O esquema será o mesmo do ano passado, com as provas passando em VT, a partir das 23h dos domingos. A Rio 200, em 30 de abril, deverá ser transmitida ao vivo. Emerson continua tentando fechar acordo com algum canal a cabo para a transmissão ao vivo, como já fez com a Sportv em 1999.

GP Brasil
Os organizadores da corrida que terá Barrichello e sua Ferrari como grandes atrações já estão tirando o pé na divulgação. A procura por ingressos para a prova é tão forte que parte das peças de publicidade programadas para promover o evento estão sendo simplesmente canceladas. A previsão dos organizadores é que os ingressos para o GP estejam esgotados dentro de dez dias.

E-mail mariante@uol.com.br


José Henrique Mariante escreve aos sábados


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