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FUTEBOL
Ricardo Teixeira acertou
JUCA KFOURI
COLUNISTA DA FOLHA
Não pense que o colunista
enlouqueceu. Ricardo Teixeira e Eurico Miranda estão certos. E, se você passar dessas primeiras linhas, talvez até concorde. Se não tiver paciência, OK,
mande a camisa-de-força.
Eurico Miranda tem razão
quando diz que os clubes deveriam impor o que querem para
seus campeonatos e que está na
hora de acabar com a ditadura
imposta pela CBF.
Ricardo Teixeira fez muito bem
em bater o pé em torno do que já
estava decidido desde 2003: 20
clubes na primeira divisão e queda de quatro para fortalecer a segunda, algo essencial.
Não faria nenhum sentido decidir agora uma mudança para o
ano que vem antes mesmo de experimentar com o número que
parece ser o ideal, porque 22 participantes significam aquela zona
cinzenta na qual os jogos valem
quase nada.
Com 20, quem tiver competência sobrevive e participa de uma
competição com disputas e emoções garantidas.
Que não se descarte a possibilidade de mexer, adiante, no descenso, porque a queda de quatro
pode ser, de fato, exagerada. No
caso, dois é pouco, três, quem sabe, seja o ideal.
Mas fez muito bem a CBF em
bater o pé, em não transigir, em
lutar pela credibilidade de seu
maior campeonato, já que os clubes abdicaram de organizá-lo.
A forma de ganhar a parada foi
indigesta, porque truculenta, autorizada por um estatuto draconiano que, diga-se, só é como é
graças à covardia subserviente da
esmagadora maioria dos clubes
brasileiros e à inexistência de
uma liga de verdade no lugar do
hoje caricato Clube dos 13.
E é aí que Eurico Miranda está
correto ao protestar em nome da
democracia, embora pareça piada vê-lo no papel de democrata
recém-convertido.
O embate despertou novamente
uma discussão que andava adormecida, desde a questão central
-o número de clubes participantes- até a fórmula de pontos corridos.
E, na falta de argumentos mais
consistentes, houve quem visse o
modelo que prevaleceu como cópia do que se faz na Europa.
Bobagem, porque não são poucos os que ao argumentar assim
esgrimem os exemplos da NBA ou
da NFL e nem por isso se vêem como macaqueadores dos Estados
Unidos, embora esquecidos de
que futebol é uma coisa, basquete
é outra e assim por diante.
O Campeonato Brasileiro será
disputado do jeito que dá certo
não apenas na Europa mas, sim,
no mundo do futebol, e o Brasil,
para variar, chegou tarde.
Outra inconsistência que surgiu, depois que o mercado publicitário não respaldou a primeira
restrição contra a adequação de
nosso calendário ao do mundo do
futebol (aquela anedota do ano
fiscal), foi a de que faltariam lugares nos aviões caso o Campeonato Brasileiro fosse disputado no
verão, tempo de férias.
Só pode ser outra piada, ainda
mais porque vem dos mesmos
executivos da TV que forçam jogos dos Estaduais sob o sol das
14h30 (15h30 pelo horário de verão) em pleno mês de janeiro.
Passado
A deputada Zulaiê Cobra Ribeiro (PSDB-SP) não gostou de um trocadilho feito por Barbara Gancia com seu segundo sobrenome e protestou no "Painel do Leitor". Entre os argumentos que brandiu, citou
sua participação como presidente da primeira CPI dos Bingos. O que
impõe um esclarecimento. Então seu desempenho foi tão ambíguo
que, menos de dez anos depois, foi necessário instalar nova CPI sobre o mesmo tema.
Presente
Enfim, um clássico no Campeonato Paulista, enquanto três grandes
cariocas estão fora da decisão da Taça Guanabara. E um clássico de
risco ao aproveitamento de 100% do Palmeiras em 2006, porque é
uma partida que põe a honra do São Paulo em jogo. Empate?
@ - blogdojuca@uol.com.br
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