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Crise global agora tira Mitsubishi do Dacar
Marca se une a Honda, Subaru, Suzuki e Kawasaki
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois de Honda, Subaru,
Suzuki e Kawasaki, a lista de fabricantes japonesas que se desligaram do automobilismo ou
do motociclismo ganhou ontem mais um nome de peso.
Maior vencedora do Dacar,
com 12 títulos nas 30 edições, a
Mitsubishi anunciou que não
irá mais participar de nenhuma
competição de rali para cortar
seus custos e tentar sobreviver
à crise econômica mundial.
"A rápida deterioração da
economia global fez com que se
tornasse necessário para nossa
empresa focar seus recursos de
uma maneira mais restrita."
Assim como grande parte das
montadoras de automóveis, a
Mitsubishi sofreu uma enorme
queda em suas vendas nos últimos meses e espera completar
o período 2008-2009 (de abril a
março) com perdas estimadas
em 500 milhões, o que equivale a cerca de R$ 1,5 bilhão.
É a primeira vez nos últimos
três anos que a fábrica japonesa registra perda anual -a projeção inicial era que a Mitsubishi fosse lucrar no período.
A saída das competições de
rali -além do Dacar, o mais
tradicional deles, a empresa
também mantinha equipes em
campeonatos em alguns países
da Europa- foi apenas uma
das medidas, que incluem ainda corte de 40% nos salários de
seus principais executivos a
partir do mês que vem.
"Estamos preparados para
condições extremamente difíceis para o ano fiscal de 2009",
afirmou Osamu Masuko, presidente da empresa, durante
uma entrevista coletiva em Tóquio na qual a retirada das
competições foi anunciada.
O corte também afetará a
Stock Car, no Brasil, categoria
na qual a empresa japonesa está desde a temporada 2006.
"Basicamente qualquer coisa
que requeira trabalho ou times
mantidos pela fábrica terminou", declarou Adam Sorkin,
porta-voz da Mitsubishi. "Isso
começa a valer no ano que vem
e ainda não há uma previsão
para que acabe", completou.
Para o presidente da montadora, a decisão, especialmente
referente ao Dacar, deu-lhe
"muita pena", já que ele acredita que a Mitsubishi poderia
continuar na disputa do rali
mesmo apesar da crise, "porém
se reduzisse os custos".
A organização do Dacar, que
neste ano foi realizado na América do Sul por causa de ameaças terroristas, disse estar "surpresa e triste" com o anúncio.
"Estamos tristes de ver partir uma equipe excepcional,
que marcou a história do Dacar
com 12 campeonatos, sete deles seguidos", disse Etienne Lavigne, diretor da prova. Segundo o diretor do Dacar, o atual
cenário econômico pode favorecer outras saídas. "Estamos
na expectativa, mas continuamos em contato com todos."
Com agências internacionais
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