São Paulo, quinta-feira, 05 de fevereiro de 2009

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Crise global agora tira Mitsubishi do Dacar

Marca se une a Honda, Subaru, Suzuki e Kawasaki

DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de Honda, Subaru, Suzuki e Kawasaki, a lista de fabricantes japonesas que se desligaram do automobilismo ou do motociclismo ganhou ontem mais um nome de peso.
Maior vencedora do Dacar, com 12 títulos nas 30 edições, a Mitsubishi anunciou que não irá mais participar de nenhuma competição de rali para cortar seus custos e tentar sobreviver à crise econômica mundial.
"A rápida deterioração da economia global fez com que se tornasse necessário para nossa empresa focar seus recursos de uma maneira mais restrita."
Assim como grande parte das montadoras de automóveis, a Mitsubishi sofreu uma enorme queda em suas vendas nos últimos meses e espera completar o período 2008-2009 (de abril a março) com perdas estimadas em 500 milhões, o que equivale a cerca de R$ 1,5 bilhão.
É a primeira vez nos últimos três anos que a fábrica japonesa registra perda anual -a projeção inicial era que a Mitsubishi fosse lucrar no período.
A saída das competições de rali -além do Dacar, o mais tradicional deles, a empresa também mantinha equipes em campeonatos em alguns países da Europa- foi apenas uma das medidas, que incluem ainda corte de 40% nos salários de seus principais executivos a partir do mês que vem.
"Estamos preparados para condições extremamente difíceis para o ano fiscal de 2009", afirmou Osamu Masuko, presidente da empresa, durante uma entrevista coletiva em Tóquio na qual a retirada das competições foi anunciada.
O corte também afetará a Stock Car, no Brasil, categoria na qual a empresa japonesa está desde a temporada 2006.
"Basicamente qualquer coisa que requeira trabalho ou times mantidos pela fábrica terminou", declarou Adam Sorkin, porta-voz da Mitsubishi. "Isso começa a valer no ano que vem e ainda não há uma previsão para que acabe", completou.
Para o presidente da montadora, a decisão, especialmente referente ao Dacar, deu-lhe "muita pena", já que ele acredita que a Mitsubishi poderia continuar na disputa do rali mesmo apesar da crise, "porém se reduzisse os custos".
A organização do Dacar, que neste ano foi realizado na América do Sul por causa de ameaças terroristas, disse estar "surpresa e triste" com o anúncio.
"Estamos tristes de ver partir uma equipe excepcional, que marcou a história do Dacar com 12 campeonatos, sete deles seguidos", disse Etienne Lavigne, diretor da prova. Segundo o diretor do Dacar, o atual cenário econômico pode favorecer outras saídas. "Estamos na expectativa, mas continuamos em contato com todos."


Com agências internacionais


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