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Fora de campo, só a venda de capas foi bem
DA REPORTAGEM LOCAL
Tão inconstante quanto o
futebol do Palmeiras neste
Paulista foi a tarde de ontem
no Parque Antarctica -sujeito às chuvas, raios, trovoadas e, quando ninguém mais
esperava, um pouco de sol.
Uma hora antes da partida
contra a Portuguesa começar, o tempo já sugeria mais
um fim de tarde sombrio na
região oeste da cidade, onde
se localiza o estádio.
A chuva, fraca, no começo,
só favorecia aos camelôs que
vendiam capas. "O problema
é que tem muito [camelô]
vendendo a mesma coisa",
queixava-se uma senhora
com sete capas na mão.
Com a proximidade do
pontapé inicial, a chuva ganhou a companhia de uma
forte ventania, que chegou a
afastar alguns torcedores.
"Com esse time, não vou pegar essa p... de chuva", esbravejou um jovem saindo correndo da fila da bilheteria.
Mais do que o horário vespertino, era o tempo o grande vilão fora de campo. No
espaço Visa, descoberto, funcionário afirmava que eram
esperadas 900 pessoas, incluindo convidados. Com a
partida prestes a começar,
contavam-se apenas algumas dezenas no setor.
Enquanto o Palmeiras não
se encontrava no gramado, a
chuva, já forte, causava vários problemas: a queda de
energia tirou do ar o placar
eletrônico, o Hino Nacional,
obrigatório, ficou pelo caminho e a piscina, visível das arquibancadas, atraía mais
gente do que a torcida rival.
No entorno do estádio, a
falta de energia deixou apagado vários semáforos da rua
Turiassu. Na esquina com a
rua Caraíbas, a água já avançava em toda a calçada, deixando quase ilhadas as pessoas dentro do bar.
A única coisa que funcionava bem até a esquina com a
av. Pompeia era o shopping
Bourbon, para a agradável
surpresa do sr. Joaquim, dono da banca em frente. "Essa
chuva tá fraca. Ruim foi na
semana passada."
Com o começo da segunda
etapa, o céu começou a clarear, a chuva, a diminuir, e o
Palmeiras, a melhorar. Dois
cadeirantes, ainda no portão
principal, ouviam a torcida
comemorar o gol de empate
no momento em que desistiam de entrar. "O elevador
que dá acesso aos cadeirantes não está funcionando",
dizia William Prudêncio, 32.
Questionado sobre o trânsito para chegar ao estádio,
disse chegou sem problemas.
"Foi um dia esquisito", disse
outro cadeirante.
(GC, RC E SM)
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