São Paulo, sexta-feira, 05 de fevereiro de 2010

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Bad boy e 3º maior da história do sumô, mongol se aposenta

DA REPORTAGEM LOCAL

Terceiro maior vencedor da história do sumô, o mongol Asashoryu, 29, anunciou ontem sua aposentadoria após mais um escândalo.
"Causei muitos problemas", afirmou o lutador de 150 kg, que chorou ao falar sobre fim de sua carreira.
Ele é acusado de, bêbado, ter quebrado o nariz de um homem em uma briga na noite de 16 de janeiro.
A Associação Japonesa de Sumô, que empossou uma nova direção nesta semana, anunciou investigação e punição se fosse comprovada a culpa de Asashoryu.
Num esporte que se entremeia com o folclore do Japão (livros relatam que a posse do arquipélago foi decidida numa luta entre dois deuses), ligado à honra dos samurais e que leva os campeões à condição de quase divindade, o sumô vive crise.
Nos últimos tempos, houve a morte de lutador jovem, em um trote, e episódios de drogas entre os atletas.
Neste cenário, o "bad boy" Asashoryu era criticado por não demonstrar "hinkaku" (dignidade) dos campeões.
Em 2003, ele foi desclassificado por ter puxado o cabelo de um adversário em pleno dohyo (área de luta). Os lutadores usam penteados especiais, e o dohyo é purificado antes de cada combate com sal jogado pelos atletas.
Quatro anos depois, Asashoryu foi suspenso de dois torneios por ter sido flagrado jogando futebol na Mongólia, após ter sido dispensado de torneios beneficentes alegando contusão.
O mongol, cujo nome é Dolgorsuren Dagvadorj, foi batizado de Asashoryu (dragão azul da manhã) no sumô e encerra a carreira com 25 Copas do Imperador (a última conquistada no mês passado), só atrás de outros dois lutadores (32 e 31 triunfos).
Com a aposentadoria de Asashoryu, o único yokozuna (graduação máxima do sumô) em ação é o também mongol Hakuho, 24.
"É triste para os fãs que ele se aposente nessas condições. Estou desapontado", disse o primeiro-ministro japonês, Yukio Hatoyama.


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