FÁBIO SEIXAS
DA REPORTAGEM LOCAL

Fernando Alonso, da Renault, na pole position, com uma boa vantagem para Jenson Button, da Honda. Na segunda fila, próximos um do outro, Juan Pablo Montoya, da McLaren, e Giancarlo Fisichella, companheiro do campeão do mundo. Entre os brasileiros, Rubens Barrichello foi o sétimo, e Felipe Massa, o 15º.
Seria esse o grid de largada resultante do mais extenso treino de F-1 de que se tem notícia: os 170.981 quilômetros da pré-temporada para o Mundial que começa na próxima sexta, no Bahrein.
A quilometragem acumulada pelas 11 escuderias equivale a 4,2 voltas ao redor da Terra e é 59% maior do que a registrada nos ensaios para o último campeonato.
Para desenhar o grid da pré-temporada e, assim, fazer um balanço do que foram os últimos meses da categoria, a Folha computou o melhor tempo de cada piloto titular, com carros novos, nos circuitos que receberam treinos. Como forma de reduzir distorções, foram consideradas só as sessões em que houve algum grau de competição, com mais de dois times testando simultaneamente.
As colocações foram definidas aplicando-se a média ponderada. Afinal, o quinto lugar de um piloto em Barcelona, onde estiveram 19 titulares, vale proporcionalmente mais do que um quinto no Bahrein, onde só seis testaram.
O grid foi montado com base nas posições médias dos pilotos e reflete o equilíbrio dos últimos meses. Assim, o piloto de menor média conquistou a "pole": Alonso, com 2,4 (fez o terceiro melhor tempo em Barcelona e Valência, foi o mais rápido em Jerez de la Frontera e não foi ao Bahrein).
Button está 1,1 posição atrás do espanhol. E à frente de Montoya por um apertado 0,7. O quadro abaixo mostra, proporcionalmente, a relação de forças entre os 22 pilotos antes do campeonato.
A primeira conclusão corrobora o otimismo de Barrichello nos últimos dias. "Estamos no páreo com a Renault", disse o brasileiro, parceiro de Button na Honda.
Na pré-temporada, seu melhor desempenho foi em Barcelona: marcou o quarto tempo entre os 19 titulares da pré-temporada, 1min14s265, no dia 23 de fevereiro. Foi quinto em Jerez, terceiro no Bahrein e 17º em Valência.
A McLaren, porém, deve se intrometer na briga. Além de Montoya, terceiro, o time inglês cravou Kimi Raikkonen em quinto.
Quinta colocada no último Mundial de Construtores, a Wil-liams surge agora como quarta força: pôs Mark Webber em quinto e o estreante Nico Rosberg em oitavo, colado em Barrichello.
Mas há outras conclusões da pré-temporada que podem dar pistas do que será o campeonato.
A Toyota, por exemplo, é a grande candidata a decepção do ano. Quarto colocado em 2005, o time só conseguiu classificar Ralf Schumacher em 11º e Jarno Trulli em 13º. A razão para a queda de rendimento visível no dia-a-dia de treinos: a mudança dos pneus Michelin para os Bridgestone, mais lentos e menos duráveis.
Prova dos problemas que vem enfrentando com os compostos, a Bridgestone colocou apenas três pilotos na primeira metade do grid -Webber, Rosberg e Ralf.
Mais: a Red Bull pode eventualmente surpreender, Vitantonio Liuzzi deve dar um banho em Scott Speed dentro da Toro Rosso, e a novata Super Aguri será, fácil, fácil, a nova lanterna do grid.
Os erros e os acertos do exercício? Confira no próximo sábado, às 8h (de Brasília). Será o primeiro treino oficial (real) da temporada.


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