São Paulo, quinta-feira, 05 de março de 2009

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27 minutos

Ronaldo volta a ser jogador de futebol

Atacante estreia no segundo tempo da vitória sobre o Itumbiara e é calado por golpe de microfone na saída do gramado

Maior artilheiro de Copas monopoliza as atenções em Goiás, levanta o público e tenta jogadas, mas mostra lentidão e termina exausto


Ayrton Vignola/Folha Imagem
Ronaldo, em sua 1ª partida oficial após mais de um ano

PAULO GALDIERI
ENVIADO ESPECIAL A ITUMBIARA

Acabou a espera. Ronaldo está de volta aos gramados.
Itumbiara, em Goiás, foi o palco do retorno do maior artilheiro de Copas, duas vezes campeão mundial, uma das figuras mais conhecidas do planeta. Foram 65 minutos de espera, angústia e impaciência do Fenômeno e de boa parte dos torcedores que estiveram no estádio Juscelino Kubitschek.
Aos 20min do segundo tempo, foi chamado pelo treinador. Aos 23min, entrou em campo.
Nos 27 minutos em que esteve no gramado, Ronaldo, ainda lento, levantou o público com dribles, enganou a marcação do Itumbiara, teve chances até de estrear com gol. E, depois disso tudo, cansou. Saiu exausto, mas feliz com sua primeira partida desde 13 de fevereiro do ano passado, quando se contundiu, ainda pelo Milan, na Itália.
Como tudo o que cerca Ronaldo, o atacante passou a noite vigiado por câmeras e seguranças. Terminou com uma ironia: um microfone no rosto do jogador silenciou suas primeiras palavras após a estreia -com dores acima do olho direito, ele desistiu de dar entrevistas.
Mas a badalada e aguardada estreia do camisa 9 mais famoso do mundo começou bem antes de ele, efetivamente, jogar.
Às 21h21, Ronaldo entrou pela primeira vez em campo numa partida oficial do Corinthians. O momento, porém, era só de aquecimento. Depois de trocar passes com André Santos, voltou para o vestiário. De lá só saiu quando o Corinthians voltou para começar a partida.
Ronaldo foi o centro das atenções até que o juiz desse o apito inicial. Enquanto os titulares iam para o meio-campo, seguia para o banco, protegido por três seguranças e rodeado de repórteres. Ao sentar, com Otacílio Neto à sua esquerda e Escudero à direita, sua imagem foi fechada por uma cortina de câmeras e repórteres. À distância, Mano Menezes observava a bagunça e esperava pacientemente o espaço ser desocupado pelos intrusos para que ele pudesse ocupá-lo. "Vou trabalhar. Daqui a pouco todos saem dali", dizia, bem-humorado.
A Folha acompanhou todo o primeiro tempo do jogo ao lado do banco de reservas do Corinthians e viu um Ronaldo impaciente, à espera de sua chance.
A cada lance que o ataque do Corinthians desperdiçava, Ronaldo fazia um comentário com Otacílio Neto. Gesticulava, como mostrando o jeito que bateria na bola. Mostrava impaciência. Levantava, alongava.
Só duas jogadas o fizeram levantar. Um chute de Dentinho arrancou um "uhhh!". A cobrança de pênalti de Chicão e o 1 a 0 para o Corinthians fizeram o atacante elogiar o zagueiro. "É o cara", disse.
Enquanto Chicão comemorava o gol, outra cena atípica. Seis seguranças cercavam a parte de trás do banco corintiano para, em seguida, escoltar Ronaldo para o intervalo.
Na volta para o segundo tempo, o frenesi por Ronaldo só aumentava a cada minuto.
A espera acabou aos 20min do segundo tempo, quando ele foi chamado para substituir Jorge Henrique. Ato que respondeu à questão sobre sua estreia, mas deu início a uma nova fase. E a novas perguntas. As próximas são: quando ele vira titular? Quando ele faz o primeiro gol? Respostas virão ao longo de 2009. Segundo o Corinthians, ano "fenomenal".


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