São Paulo, quinta, 5 de março de 1998

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FUTEBOL
Dirigente, que fez negociações suspeitas de irregularidade, pede licença até fim de sua gestão na presidência
Pacheco pede "licença vitalícia' na Lusa

da Reportagem Local

Manuel Pacheco pediu licença do cargo de presidente da Lusa, anteontem, até o final de seu mandato, em 31 de dezembro deste ano, devido à constatação de irregularidades em transações de jogadores realizadas em sua gestão.
Pacheco, que cumpre o segundo mandato à frente do clube, encontrava-se de licença do cargo desde 15 de janeiro, quando o COF (Conselho de Orientação e Fiscalização) da Lusa nomeou comissão para investigar irregularidades na venda de dois atletas: o lateral Zé Roberto e o meia Rodrigo.
Os dois jogadores foram negociados com o Real Madrid, da Espanha, e atuam no Flamengo.
Conforme documentos publicados pela Folha, Zé Roberto não foi transferido para o Real Madrid, mas para o Central Español, do Uruguai, que, no mesmo dia, pagou US$ 4,6 milhões para a Lusa e recebeu US$ 9,98 milhões do Real.
Rodrigo foi vendido por US$ 8 milhões mais um repasse de crédito em jogadores do Flamengo de US$ 3 milhões, quando o mínimo estipulado pelo conselho para a venda era US$ 11,25 milhões.
Todas as negociações que ultrapassem R$ 3,6 milhões -20% do orçamento anual do clube- têm de ser autorizadas pelo COF.
Pacheco negociou os dois atletas sem autorização do órgão.
Dois ex-presidentes do clube, Joaquim Alves Heleno e Raul Rodrigues, além de Alberto de Carvalho, membro do COF, que integraram a comissão de investigação do caso, concluíram que o dirigente desrespeitou os estatutos.
"Até ele próprio admitiu que havia desrespeitado", afirma o presidente do conselho, Antônio de Almeida e Silva.
Pacheco, que participava da reunião, optou pela licença para não sofrer as penalidades decorrentes, que poderiam ir de advertência a cassação.



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