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AUTOMOBILISMO
Só água acaba com mesmice da F-1 no primeiro GP da categoria no Oriente Médio, vencido por Schumacher
Deserto tem chuva e dobradinha da Ferrari
FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A SAKHIR
O domingo começou de forma
inusitada no circuito de Sakhir,
construído no meio do deserto do
Bahrein. Com chuva forte, para
perplexidade de toda a F-1.
Mas terminou como esperado.
E a categoria foi dormir com um
sentimento de mesmice, de déjà
vu: dobradinha da Ferrari, com
vitória de Michael Schumacher.
Uma rotina cada vez mais forte,
cada vez mais vermelha. Foi o terceiro triunfo do alemão em três
etapas do Mundial. Foi, ainda, a
terceira vez consecutiva em que a
Ferrari venceu uma corrida estreante no calendário -Eddie Irvine ganhou na Malásia, em 99, e
Schumacher, nos EUA, em 2000.
Mais: o segundo pódio de Rubens Barrichello no ano faz, deste
início de campeonato, o melhor
da atual dupla ferrarista. A equipe
começará a fase européia do
Mundial com 51 pontos na tabela.
Antes, o melhor começo do duo
Schumacher-Barrichello havia sido em 2000, quando o time encerrou seu jejum de títulos: 43 pontos
em três corridas, aplicando o
atual sistema de pontuação.
Em terceiro lugar, pelo segundo
GP seguido, atestando a ascensão
da BAR, chegou Jenson Button.
À exceção da chuva, nada mais
preocupou a Ferrari. Embora não
tenha sido forte o suficiente para
exigir pneus de piso molhado, ela
foi a novidade do dia: o Bahrein é
um dos países de menor índice
pluviométrico do mundo. Por
ano, chove, em média, 82,6 mm, o
equivalente a 17 dias no Brasil.
"Infelizmente, como aconteceu
na Malásia, a chuva não me ajudou. Os freios estavam mais frios
do que o normal e isso não é o
ideal naquela condição de pista
escorregadia", disse Barrichello.
Schumacher sofreu do mesmo
problema. Saindo da pole position -também pela terceira vez
no ano-, precisou abusar do pé
esquerdo e fritar os pneus para fazer a primeira curva da prova.
O brasileiro, mais uma vez,
ameaçou um ataque. E, mais uma
vez, ficou só nisso. Não conseguiu
ultrapassar, recolheu e manteve o
segundo posto até o final.
As emoções da prova ficaram
por conta das disputas por posições no pelotão intermediário.
Houve ótimos duelos: Fernando Alonso x Felipe Massa, Takuma Sato x Ralf Schumacher,
Christian Klien x Kimi Raikkonen, Alonso x Mark Webber, ...
Isolado na frente, Schumacher
parecia brigar com ele mesmo,
cravando uma volta rápida atrás
da outra. Afinal, mais uma vez
não apareceu ninguém para duelar com ele. E, pelo visto nestes
três GPs, vai demorar a aparecer.
É mais fácil chover no deserto.
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