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FUTEBOL
Limite insuportável
TOSTÃO
COLUNISTA DA FOLHA
Como aconteceu contra
Corinthians, Palmeiras e São
Caetano, o São Paulo marcou o
Santos por pressão, tomou a bola
com facilidade e esteve sempre
perto do gol. O Barcelona também joga dessa forma, mesmo
quando atua fora de casa.
Os times que marcam de longe e
assistem ao adversário jogar, como os do Rio, têm poucas chances
de fazer boas campanhas contra
melhores equipes e em campeonatos longos, com turno e returno, como o Brasileiro.
A maioria dos técnicos não utiliza a marcação por pressão porque não sabe como fazer, há um
grande desgaste físico e, principalmente, porque tem medo dos
espaços deixados nas costas dos
seus zagueiros. Assim Ronaldo recebeu a bola contra o Barcelona e
fez um belíssimo gol.
Apesar da contusão do jogador
do Barcelona no momento do
lance, o "gordinho" ainda chega
primeiro que os defensores quando engata uma segunda e parte
para receber a bola na frente. A
sua dificuldade é a atual pouca
mobilidade em campo.
Volto ao clássico paulista. Não
sei se estou certo ou errado, mas
quase sempre vejo nas partidas
muito menos pênaltis do que os
árbitros e outros comentaristas. O
pênalti muda tanto a historia do
jogo que só deveria ser assinalado
quando for claro, na possível visão do árbitro, e não das mil câmeras da TV.
Na partida de domingo, não vi
os dois pênaltis marcados nem
achei correta a expulsão do santista Luiz Alberto.
O gol anulado do São Paulo e o
impedimento não marcado no segundo gol foram erros evidentes
da arbitragem, que não precisavam da tecnologia.
A nova regra de punir todo carrinho com expulsão foi uma ótima iniciativa contra a violência,
mas não pegou nem vai pegar. É
difícil diferenciar corretamente,
em muitos lances, quando o jogador estica a perna, toca na bola e
o adversário cai -como fez o
Luiz Alberto- do carrinho imprudente ou violento que devem
ser punidos com expulsão.
Lances como o do Luiz Alberto
são inevitáveis, freqüentes e sempre existiram.
Se o árbitro for radical no cumprimento da regra e interpretar
todos os desarmes no chão como
carrinhos, haverá sempre um jogador expulso e a Argentina já está eliminada da Copa.
Raros são os defensores -como
Gamarra, Maldonado e Mascherano- que deslizam no gramado
e geralmente tocam na bola sem
atingir o adversário.
A atuação dos árbitros tem sido
mais discutida nos programas de
televisão do que o espetáculo, a
técnica dos jogadores e a estratégia dos treinadores.
Nas transmissões da TV Globo,
o comentarista da partida fala
muito menos do que o da arbitragem. Isso quando o Galvão Bueno
deixa os outros falarem.
Parte da mídia é também extremamente dura com os erros dos
árbitros e bastante tolerante com
o comportamento dos técnicos,
que atropelam a regra, gritam demais e pressionam os árbitros e
auxiliares. E ainda fala que o treinador joga com o time. Esse é
mais um chavão que deveria desaparecer do futebol.
O comportamento agitado dos
técnicos durante o jogo atingiu
um limite insuportável. Os árbitros e a justiça esportiva precisam
fazer algo, com urgência.
Mas muito mais grave que tudo
isso foi a ofensa preconceituosa
do Vanderlei Luxemburgo ao árbitro, ao dizer que foi paquerado
durante a partida.
Foi mais uma mistura de exibicionismo com má educação do
treinador, que precisa ser duramente punido.
Time torto
O Corinthians tem jogado torto,
com os volantes Mascherano e
Marcelo Mattos, o Ricardinho pela esquerda e o Roger pelo meio e
próximo dos dois atacantes.
Não há o armador pela direita,
que defende e ataca, mesmo
quando entra o Carlos Alberto no
lugar do Roger.
O problema não é ser destro ou
canhoto. É a posição em campo.
Poderiam jogar o Ricardinho, o
Roger e o Carlos Alberto ou o Rosinei pela direita. Aí teria de sair o
eficiente Marcelo Mattos. Há outras opções, e o técnico Ademar
Braga precisa tomar uma decisão. Não sei qual é a melhor.
Em qualquer equipe, nenhum
jogador do meio para frente deveria atuar fixo durante todo o jogo,
como é comum na Europa. Mas
os atletas precisam estar bem distribuídos em campo.
Fazer isso é básico, essencial e
uma obrigação do técnico.
E-mail
tostao.folha@uol.com.br
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