São Paulo, quinta-feira, 05 de abril de 2007

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Ressabiada, Ferrari quer fazer valer favoritismo

Massa adota cautela e diz que Mundial não será fácil para a vice-líder da F-1

Equipe pode precisar trocar motor de Raikkonen e teve de adaptar seu modelo ao novo regulamento da FIA após ser delatada por rival


TATIANA CUNHA
DA REPORTAGEM LOCAL

Um misto de incerteza e ansiedade. É assim que a Ferrari chega a Sepang para a segunda etapa do Mundial de F-1.
Após dominar os testes da pré-temporada, ver um de seus pilotos vencer o GP da Austrália, há duas semanas, e ocupar a vice-liderança do campeonato de construtores, a equipe italiana parecia começar a temporada com relativa tranqüilidade.
Porém dois fatos que aconteceram ainda em Melbourne fazem com que a Ferrari dê início hoje aos treinos livres para o GP da Malásia, às 23h (de Brasília), ressabiada. A prova é às 4h da madrugada de domingo.
"Vi muitas pessoas dizendo que, depois da corrida da Austrália, o Mundial seria muito fácil para a Ferrari", disse Felipe Massa em seu blog. "Mas é claro que isso não é verdade."
O primeiro fato afeta diretamente Kimi Raikkonen, companheiro de equipe do brasileiro. Mesmo tendo vencido a corrida australiana sem ser ameaçado em nenhum momento pelos rivais, a escuderia detectou um vazamento de água no motor do F2007 do finlandês.
Desde então a Ferrari se dedicou a testes e simulações, mas ainda não divulgou se vai trocar ou não o propulsor do líder do Mundial. Caso isso ocorra, ele perde automaticamente dez posições no grid de largada.
"Claro que há uma certa preocupação", falou o finlandês ao site da escuderia. "Esperamos que o motor dure o fim de semana todo, porque queremos usar todas nossas chances. Se tivermos que fazer a troca, tudo vai ficar bem mais difícil."
O outro motivo de alerta, porém, pode afetar não só Raikkonen como também Massa.
Ainda em Melbourne, a McLaren enviou uma carta à FIA em que questionava se estaria dentro do regulamento da categoria a utilização de um assoalho móvel em seu carros.
Filme já visto em outras temporadas, a real razão do documento era uma só: "dedar" o uso do sistema pela Ferrari.
A equipe aproveitou-se de uma brecha do regulamento e instalou uma mola no assoalho de seus carros, que faz com que ele se mova em altas velocidades e os torne mais estáveis.
Em suas vistorias, a FIA apenas verifica se eles permanecem imóveis quando submetidos a uma força de 500 newtons -que era o caso do dispositivo usado pelos ferraristas.
Após o questionamento da McLaren, que, apesar de ter ficado com o segundo e o terceiro lugares na corrida da Austrália viu os tempos de seus pilotos serem mais de 1s superiores aos de Raikkonen, a entidade mudou a forma de fazer suas vistorias para dar fim à polêmica.
A mudança entra em vigor neste fim de semana, na Malásia, e só agora será possível saber se o fim do uso do sistema pode prejudicar de fato a Ferrari -especula-se que outros times também usavam o assoalho móvel em seus modelos.


NA TV - Treinos do GP da Malásia
Sportv, ao vivo, a partir das 23h



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