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Pan-07 fica no alvo de Câmara e pode ganhar mais CPIs
Comissão investigará a partir do próximo mês concessão do Riocentro à iniciativa privada, mas vereadora diz que outras virão após encerramento de Jogos
FABIO GRIJÓ
ENVIADO ESPECIAL AO RIO
A Câmara Municipal do Rio
analisa a abertura de novas
CPIs (Comissões Parlamentares de Inquérito) para averiguar os gastos da prefeitura no
Pan. Até agora, está certa a investigação, a partir do próximo
mês, da concessão do Riocentro à iniciativa privada.
"Demos uma trégua temporária para não atrapalhar o Pan.
Qualquer marola, agora, poderia virar um tsunami", diz a vereadora Patrícia Amorim
(PSDB), presidente da Comissão de Esportes da Câmara do
Rio. "Mas, depois do Pan, outras CPIs virão."
A cidade investiu, até agora,
R$ 1,206 bilhão no evento, um
valor 405% maior que o previsto no dossiê de candidatura, em
2002 (R$ 239 milhões) para
gastos da prefeitura.
O Pan sairia, há cinco anos,
por R$ 409 milhões. O custo
chegou a R$ 3,2 bilhões, um aumento de 684% bancado pelos
governos federal, estadual e
municipal. "O que está em jogo
é verba pública. Muita coisa
saiu sem licitação e isso é sabido por todos, às vezes até sem
rubrica orçamentária", afirma
Patrícia Amorim. ""Gostaria de
saber qual o custo-benefício."
A vereadora cita o Estádio
Olímpico João Havelange, no
Engenho de Dentro (zona norte), como exemplo a ser investigado. O Engenhão tinha custo
inicial de R$ 60 milhões, com
previsão de ser inaugurado no
fim de 2004. Ainda em obras, o
estádio já consumiu R$ 350 milhões da prefeitura. Deve estar
pronto no próximo mês. "O Engenhão me causa desconforto
pelo valor tão alto", diz Patrícia
Amorim, que foi nadadora.
Mesma opinião tem o vereador Stepan Nercessian (PPS),
autor do requerimento que deu
origem à CPI do Riocentro. "O
que está pronto, como o Riocentro e a marina [da Glória], a
prefeitura concedeu à iniciativa privada. O que não estava, o
município se dispôs a construir, pagou do próprio bolso e
nem sabe a quem entregar."
O Riocentro, segundo Nercessian, foi concedido à empresa francesa LG por 50 anos. A
CPI pretende investigar o edital de concorrência.
A marina da Glória também
foi repassada à iniciativa privada por 50 anos. A Empresa Brasileira de Terraplanagem e Engenharia venceu a licitação.
Com a obra no local embargada
pela Justiça, a concessão pode
ser cancelada pela prefeitura.
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