São Paulo, sábado, 05 de abril de 2008

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blindagem

Grandes terão apito inédito amanhã

Para evitar discurso de perseguição, FPF escala na rodada decisiva árbitros que não atuaram em jogos dos poderosos

Chefe da arbitragem paulista confirma que o sorteio foi dirigido e separa lista de "sete ou oito nomes" para as semifinais e finais

RENAN CACIOLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Se algum dos quatro grandes clubes de São Paulo se sentir prejudicado pela arbitragem na rodada decisiva do Paulista, amanhã, ao menos não poderá reclamar de perseguição.
Justamente para evitar a choradeira de dirigentes, técnicos e jogadores, a federação resolveu escalar para os confrontos de Corinthians, Palmeiras, Santos e São Paulo árbitros estreantes em partidas destas equipes no torneio.
Por exemplo, o jogo entre Barueri e Palmeiras será conduzido por Guilherme Cereta. Em 18 rodadas, ele não apitou nenhum jogo palmeirense.
O mesmo acontecerá com os outros integrantes do quarteto dos grandes do Estado.
Santos x Ponte Preta (Eduardo César Coelho), São Paulo x Juventus (Rodrigo Guarizo) e Noroeste x Corinthians (Cleber Abade) também marcam as "estréias" dos juízes.
"Isso foi pensado. Sou eu quem controla [o sorteio] pessoalmente", disse o chefe da Comissão de Arbitragem da FPF, Marcos Marinho. "É uma prevenção para que não haja argumentos desse tipo [perseguição] e desculpas".
O Paulista-08, aliás, tem sido palco de seguidas polêmicas em relação às arbitragens. Algumas delas, inclusive, com veredictos desfavoráveis aos homens do apito.
O primeiro a se dar mal foi Sálvio Spinola, que anulou um gol de Adriano nos instantes finais do clássico contra o Corinthians, na quarta rodada. Também deixou de dar pênalti de Chicão em Dagoberto.
Inconformada, a diretoria são-paulina pediu, formalmente, veto a Sálvio em seus jogos. Apesar de oficialmente não aceitar vetos de clubes a árbitros, a federação não escalou mais o juiz em confrontos da equipe do Morumbi.
Outros nem precisaram das reclamações formais dos clubes. José Henrique de Carvalho, que deu dois cartões amarelos para o mesmo atleta do Guaratinguetá na partida ante o Corinthians pela 13ª rodada, tomou gancho de 15 dias.
O mesmo aconteceu com Rodrigo Guarizo, escalado para a partida de amanhã do São Paulo, que deixou de dar o segundo cartão amarelo na penalidade cometida pelo santista Marcinho Guerreiro no confronto diante do Guarani, pela décima rodada do campeonato.
Segundo Marinho, a prática de não repetir árbitros para as equipes já é utilizado por ele há três anos. Nem sempre, porém, ela é possível de ser executada.
Será o caso dos mata-matas do Paulistão. Independentemente dos atritos entre certos clubes e juízes, a escala será feita baseada no histórico do profissional durante a competição.
"Tenho um leque maior de opções para as finais. Vou analisar os que foram bem durante as 19 rodadas, aqueles que foram testados em clássicos e corresponderam. Tenho sete ou oito nomes", diz Marinho.


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