São Paulo, sábado, 05 de abril de 2008

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"O Santos não é banco", afirma presidente

Marcelo Teixeira diz que altos gastos, que geram aumento da dívida e aperto em 2008, justificam-se pelo bicampeonato Paulista

Ricardo Nogueira/Folha Imagem
Sob chuva, Leão dirige treino em Santos

RODRIGO MATTOS
ENVIADO ESPECIAL A SANTOS

Em dois anos de fartura, impulsionado pelo dinheiro de Robinho, o Santos gastou alto em salários de jogadores e técnicos. Conquistou dois títulos Paulistas e duas vagas na Taça Libertadores. Só que o clube precisou se endividar.
É em 2008 que chegou a hora de pagar a conta. O balanço do ano passado registra uma dívida bancária de R$ 41 milhões. É uma barreira para novos investimentos no time.
A diretoria santista admite que teve de cortar despesas neste ano. E diz que será necessário vender atletas, como em todo ano, para fechar as contas.
"Conseguimos pagar uma parte desta dívida, que deve estar em R$ 22 milhões. A folha salarial foi reduzida", explicou o presidente santista Marcelo Teixeira à Folha ao apresentar o novo patrocinador para a manga da camisa, a Tintas Universo, que reforçará o caixa.
Em parte, o débito acumulado é fruto do fato de o clube ter gasto R$ 36 milhões a mais do que arrecadou em 2007, segundo análise da oposição sobre o balanço. Ou seja, ganhou R$ 54 milhões para despesas totais de R$ 90 milhões.
Teixeira não confirmou os números. As contas foram apresentadas ao Conselho Deliberativo, no final de março.
Para o dirigente, houve um déficit por falta de venda de jogadores no ano passado. Mas ele entende que acertou ao elevar gastos após a venda de Robinho por R$ 70 milhões.
"O Santos não é banco. Nossa finalidade é esportiva. Quanto você acha que custa isso?", disse ele, referindo-se às dependências do CT do Santos. "Fomos bicampeões paulistas, e vice do Brasileiro."
Nos dois anos, 2006 e 2007, o Santos contava com o técnico Vanderlei Luxemburgo, que ganhava cerca de R$ 500 mil mensais. Por um ano, o clube ainda teve meia Zé Roberto, com salário milionário. Também houve déficit em 2006, no valor de R$ 21,8 milhões.
Daquela equipe, restaram jogadores caros, como Tabata, Rodrigo Souto, Adaíton e Kléber Pereira. Nem todos com rendimento em campo compatível com seus salários.
Questionado sobre os recursos para o time atual, que já está desclassificado do Paulista, o técnico Emerson Leão afirmou que não participa de discussões financeira. "Vou pedir contratações dentro das possibilidades. Espero um bom jogador para a vaga que será aberta na Libertadores", afirmou.


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