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Barrichello, 36, corre com contrato para estreante
Para continuar na F-1, brasileiro acerta prêmio por pontos
com Brawn GP, equipe-sensação do início da temporada
"Sempre deixei claro para o time que estava disposto a ter um salário menor", diz brasileiro, que correria na Malásia na madrugada
TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A SEPANG
Maior veterano da F-1 e recordista de corridas na categoria, Rubens Barrichello, 36, está vivendo dias de estreante.
Depois de ver seu emprego
ameaçado com o anúncio da
saída da Honda no final do ano
passado, o brasileiro aceitou
um "contrato de risco" para ficar no esporte e guiar o carro da
Brawn GP, equipe revelação da
temporada. E teve seu salário
reduzido em cerca de 75%.
"Tenho um salário fixo e ganho bônus pelos pontos que
marco", explicou Barrichello
em Sepang, onde na madrugada ocorreria o GP da Malásia,
segunda etapa do Mundial.
"Para mim, é bacana, um desafio extra. É uma coisa boa
porque só cabe a mim continuar fazendo o maior número
de pontos que eu puder."
A Folha apurou que o piloto
da Brawn GP, o qual recebia
cerca de US$ 8 milhões (aproximadamente R$ 17,6 milhões)
até o ano passado, acertou um
contrato de US$ 2 milhões.
Além disso, Barrichello estaria ganhando US$ 100 mil por
ponto, num tipo de contrato
que é praxe entre estreantes,
dispostos a arriscar em troca
de uma chance na categoria.
Se a equipe conseguir manter o bom desempenho dos testes da pré-temporada e do primeiro GP do ano, Barrichello
pode até ganhar mais do que vinha recebendo quando seu time ainda era da Honda.
Depois de um 2007 sofrível,
no qual não marcou nenhum
ponto pela primeira vez em sua
carreira, na temporada passada
o brasileiro somou 11 pontos e
foi ao pódio apenas uma vez.
"Sempre deixei claro para o
time, na verdade para todos os
times, que estava disposto a ter
salário menor, mas com esses
bônus, para mostrar o quanto
eu sempre estive motivado",
falou o piloto, que nos tempos
de Ferrari recebia cerca de US$
8,6 milhões por temporada.
Após seis anos com a escuderia italiana, Barrichello acumulou um patrimônio que inclui
casas no Brasil, na Europa, um
jatinho e um motorhome, entre outros investimentos.
Mas o brasileiro não foi o
único a ter que se adaptar à nova realidade da ex-Honda tendo em vista o cenário de crise
econômica. Seu companheiro
de equipe, Jenson Button, também viu seu salário ser enxugado para correr em 2009.
O piloto inglês, vencedor do
GP da Austrália, teve perda
considerável em seus ganhos.
Estima-se que seus ganhos tenham passado de US$ 15 milhões anuais para cerca de US$
5 milhões. Diferentemente de
Barrichello, no entanto, ele não
ganha prêmios por pontos.
Até 2008 também, os direitos de imagem de Button pertenciam à equipe. A partir deste ano, com o novo acordo, eles
retornaram para suas mãos.
Como a equipe conta, por enquanto, com só um patrocínio
-o da Virgin- e não tem direito a receber dinheiro da FOM
(empresa que gerencia comercialmente a F-1), teve que demitir na semana passada mais
de 200 funcionários.
Saiba o que aconteceu no
GP da Malásia
www.folha.com.br/090933
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