São Paulo, domingo, 05 de abril de 2009

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Barrichello, 36, corre com contrato para estreante

Para continuar na F-1, brasileiro acerta prêmio por pontos com Brawn GP, equipe-sensação do início da temporada

"Sempre deixei claro para o time que estava disposto a ter um salário menor", diz brasileiro, que correria na Malásia na madrugada

TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A SEPANG

Maior veterano da F-1 e recordista de corridas na categoria, Rubens Barrichello, 36, está vivendo dias de estreante.
Depois de ver seu emprego ameaçado com o anúncio da saída da Honda no final do ano passado, o brasileiro aceitou um "contrato de risco" para ficar no esporte e guiar o carro da Brawn GP, equipe revelação da temporada. E teve seu salário reduzido em cerca de 75%.
"Tenho um salário fixo e ganho bônus pelos pontos que marco", explicou Barrichello em Sepang, onde na madrugada ocorreria o GP da Malásia, segunda etapa do Mundial.
"Para mim, é bacana, um desafio extra. É uma coisa boa porque só cabe a mim continuar fazendo o maior número de pontos que eu puder."
A Folha apurou que o piloto da Brawn GP, o qual recebia cerca de US$ 8 milhões (aproximadamente R$ 17,6 milhões) até o ano passado, acertou um contrato de US$ 2 milhões.
Além disso, Barrichello estaria ganhando US$ 100 mil por ponto, num tipo de contrato que é praxe entre estreantes, dispostos a arriscar em troca de uma chance na categoria.
Se a equipe conseguir manter o bom desempenho dos testes da pré-temporada e do primeiro GP do ano, Barrichello pode até ganhar mais do que vinha recebendo quando seu time ainda era da Honda.
Depois de um 2007 sofrível, no qual não marcou nenhum ponto pela primeira vez em sua carreira, na temporada passada o brasileiro somou 11 pontos e foi ao pódio apenas uma vez.
"Sempre deixei claro para o time, na verdade para todos os times, que estava disposto a ter salário menor, mas com esses bônus, para mostrar o quanto eu sempre estive motivado", falou o piloto, que nos tempos de Ferrari recebia cerca de US$ 8,6 milhões por temporada.
Após seis anos com a escuderia italiana, Barrichello acumulou um patrimônio que inclui casas no Brasil, na Europa, um jatinho e um motorhome, entre outros investimentos.
Mas o brasileiro não foi o único a ter que se adaptar à nova realidade da ex-Honda tendo em vista o cenário de crise econômica. Seu companheiro de equipe, Jenson Button, também viu seu salário ser enxugado para correr em 2009.
O piloto inglês, vencedor do GP da Austrália, teve perda considerável em seus ganhos. Estima-se que seus ganhos tenham passado de US$ 15 milhões anuais para cerca de US$ 5 milhões. Diferentemente de Barrichello, no entanto, ele não ganha prêmios por pontos.
Até 2008 também, os direitos de imagem de Button pertenciam à equipe. A partir deste ano, com o novo acordo, eles retornaram para suas mãos.
Como a equipe conta, por enquanto, com só um patrocínio -o da Virgin- e não tem direito a receber dinheiro da FOM (empresa que gerencia comercialmente a F-1), teve que demitir na semana passada mais de 200 funcionários.


Saiba o que aconteceu no GP da Malásia

www.folha.com.br/090933


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