São Paulo, domingo, 05 de maio de 2002

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ORIENTE-SE COPA 2002

É pênalti

RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

A disputa de pênaltis tem marcado tanto as últimas Copas que a preparação para esse tipo de decisão tornou-se obrigatória para todos os participantes.
Desde 1986 acontecem no mínimo três disputas de penalidades máximas em cada Mundial. Nas duas últimas Copas, foram exatamente três classificações nos pênaltis. Se o número se repetir neste ano, o torneio alcançará a média de uma disputa de pênaltis por edição jogada (serão 17 Mundiais e 17 disputas desse tipo).
Logo na primeira série de pênaltis da Copa-2002, alguém deverá entrar para a história por ter convertido a centésima penalidade máxima em uma disputa desse gênero. Já foram marcados 96 gols em disputas de pênaltis em Copas -foram 134 cobranças (um aproveitamento de 71,6%).
Várias lendas acompanham os pênaltis. E quase tudo é verdade.
Os frios europeus são bem melhores que os quentes latinos na hora dos pênaltis decisivos.
Até hoje, só Bélgica e Irlanda têm 100% de acerto em disputas de pênaltis em Copas. Os irlandeses, em especial, nunca foram reconhecidos pelo futebol técnico.
Além desses dois países, apenas Alemanha e Suécia ostentam um aproveitamento superior a 80%. Os alemães converteram 92,9% das cobranças, e os suecos, 83,3%.
O pior país em termos de cobrança de pênaltis em Mundial é o México (mais isso ainda). Os ""hermanos" bateram sete penalidades máximas decisivas em Copas e acertaram apenas duas dessas (aproveitamento de 28,6%).
Normalmente, fala-se que os craques ou os jogadores de grande técnica não são grandes batedores de pênaltis. Exemplos para atestar isso não faltam em Copas (Sócrates, Platini, Maradona, Baresi, Baggio...). Mas algumas seleções também ajudam nessa tese.
Os europeus que pior batem pênaltis nas Copas são os iugoslavos e os holandeses, conhecidos por praticar futebol técnico e vistoso, parecido com o dos sul-americanos -a Iugoslávia acertou 40% das cobranças que teve em disputas de pênaltis em Mundiais, e a Holanda, 50% (contra o Brasil).
Porém se os batedores não-latinos pintam como mais frios e competentes nas disputas de pênaltis, os goleiros sul-americanos se especializaram nessas decisões, talvez porque a Conmebol estimula muito em suas competições, como a Libertadores, as disputas de penalidades máximas.
O argentino Goycoechea e o brasileiro Taffarel fizeram história em Copas pegando pênaltis. Os dois foram carrascos de cinco batedores, um recorde -o segundo teve a sorte de ver dois chutes saírem pela linha de fundo.
Não é à toa que Scolari está apostando em Marcos e Dida. Sem exagero, o Brasil joga pelo empate no mata-mata, em especial contra a Itália, que caiu nas últimas três Copas nos pênaltis.

rbueno@folhasp.com.br



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