DA REPORTAGEM LOCAL

Na primeira edição do GP Brasil de atletismo fora do eixo Rio-São Paulo após 17 anos de competição, a atração principal não serão os atletas e sim a pista.
O torneio, que integra o calendário da Iaaf (Associação Internacional das Federações de Atletismo), será realizado hoje, em Belém, a partir das 9h, e marcará a reinauguração do Estádio Olímpico do Pará, o Mangueirão.
No entanto, o novo atrativo não foi suficiente para atrair nomes importantes do atletismo internacional à moderna pista de Belém.
Dos atletas do exterior que estarão no Pará -no total, participam mais de cem competidores de 20 países-, os destaques são duas campeãs olímpicas nos Jogos de Sydney-2000: Savatheda Fynes, das Bahamas, no revezamento 4 x 100 m, e Sandie Richards, da Jamaica, no 4 x 400 m.
Entre os brasileiros, além de Maurren Higa Maggi, que competirá no salto em distância, os principais nomes ainda são os velocistas que ganharam a medalha de prata no 4 x 100 m em Sydney.
Mas, apesar de recheada de estrelas nacionais -Claudinei Quirino, Vicente Lenílson, Cláudio Souza, André Domingos e Édson Luciano-, a prova não promete muita emoção na pista.
Além de duas equipes brasileiras -Édson Luciano corre com Bruno Pacheco, Jarbas Júnior e Fábio Gonçalves-, apenas um time de chilenos participará da prova, prevista para as 11h25.
No ano passado, a disputa também foi "esfriada" pela ausência dos principais nomes da equipe norte-americana, ouro nos Jogos de Sydney, o que impediu uma revanche da Olimpíada.
Vicente Lenílson e André Domingos também correrão os 100 m e 200 m rasos. Outros atletas importantes do Brasil no torneio são Jadel Gregório (salto triplo) e Hudson de Souza (1.500 m).
O GP Brasil deste ano terá um total de 18 provas -11 no masculino e sete no feminino. As mulheres disputarão apenas uma prova de meio-fundo, os 1.500 m. Na quarta-feira, a CBAt (Confederação Brasileira de Atletismo) anunciou o cancelamento dos 800 m por falta de participantes.
A competição será o primeiro grande evento esportivo no Mangueirão. As remodelação do local custou R$ 29,5 milhões ao governo do Estado do Pará. O novo estádio está sendo apresentado como "um dos maiores e mais modernos do país".
A pista de atletismo tem 400 metros de extensão, 6.950 metros quadrados e é feita de borracha natural e sintética. A pista foi fabricada pela empresa canadense Mondo Inc., fornecedora oficial da Iaaf. O modelo é o mesmo usado nas três últimas Olimpíadas.
O tamanho do gramado também foi adaptado ao padrão da Fifa (Federação Internacional de Futebol). O campo apresenta agora a medida oficial de 105 m x 68 m, o que credencia o novo estádio a abrigar qualquer evento esportivo internacional.
A assessoria do GP Brasil não soube informar o custo da organização do evento, mas esperava bater o recorde de público. Com as obras realizadas para adequação do estádio às normas da Fifa, a lotação foi reduzida de 70 mil para 54,6 mil pessoas sentadas.