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Brasil aposta na tradição para reaver a Libertadores
Cruzeiro, Santos, São Caetano e São Paulo têm juntos mais títulos e finais que todos os demais times do país
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
A "armada brasileira" formada
por Cruzeiro, Santos, São Caetano e São Paulo entra nas oitavas-de-final da Libertadores com uma
tradição recorde para o país.
Juntos, os quatro somam seis títulos do torneio e 11 finais disputadas. Todos os outros times brasileiros possuem conjuntamente
cinco títulos e dez finais jogadas.
A tradição é a maior aposta nacional para quebrar o jejum de títulos do país, que não vence desde
1999 a Libertadores. Nos últimos
anos, o argentino Boca Juniors
dominou a disputa -ficou com a
taça em 2000, 2001 e 2003.
Neste ano, o único brasileiro
que não passou da primeira fase
foi o Coritiba. O Brasil classificou
para as oitavas-de-final 80% de
seus representantes, melhor índice entre os países sul-americanos.
Santos, São Paulo e Cruzeiro, bicampeões continentais, não só
venceram seus grupos como também registraram as melhores
campanhas da primeira fase. O
São Caetano, por sua vez, já eliminou Independiente e Peñarol, os
maiores vencedores do torneio.
O Boca Juniors, que mantém
sua aura de grande favorito ao título, vence em média uma Libertadores a cada 3,4 edições que disputa e alcança a final do torneio a
cada 2,4 edições, em média. Esses
números são superados por times
brasileiros que estão na disputa.
Em média, o Santos vence uma
Libertadores a cada três edições
disputadas. O time da Vila Belmiro, o São Caetano e o São Paulo
chegam à final do torneio, em média, a cada duas edições jogadas.
No ano passado, também quatro times brasileiros estavam nas
oitavas-de-final do mais importante interclubes do continente.
Corinthians, Grêmio, Paysandu e
Santos reuniam, porém, quatro títulos e cinco finais disputadas, algo bem menos expressivo do que
ostentam os quatro representantes do país nesta temporada.
Corinthians e Paysandu, que
nunca foram à final na história,
caíram logo nas oitavas-de-final.
Cruzeiro, Santos e São Paulo
poderão decidir em casa seus jogos nesta fase devido às campanhas que fizeram na fase de classificação. O São Caetano, que passou por uma repescagem, é o único que decidirá sua vaga para as
quartas-de-final fora do Brasil.
A equipe do ABC disputa apenas sua terceira Libertadores, mas
já foi à decisão em 2002, quando
perdeu na disputa de pênaltis para o paraguaio Olimpia. O Santos,
campeão em 1962 e 1963, é o atual
vice-campeão da disputa. O São
Paulo, que voltou à competição
após dez anos de espera, fez a final
nas últimas três vezes que disputou -venceu em 1992 e em 1993 e
foi vice-campeão em 1994.
O Cruzeiro, atual campeão nacional, é um dos dois times brasileiros que conseguiram títulos da
Libertadores em décadas diferentes. Venceu em 1976 e 1997 -o
outro é o Grêmio (1983 e 1995).
Além de Cruzeiro, Santos e São
Paulo, há apenas três outros clubes que ostentam o título da Libertadores entre os 16 que estão
ainda vivos na disputa deste ano.
O Boca Juniors é pentacampeão. O Nacional tem três títulos,
e o River Plate ganhou duas taças.
Entre os 16 que sobraram, há
quatro times que já fizeram final,
mas não levaram o título: Barcelona de Guayaquil, Sporting Cristal,
Deportivo Cali e São Caetano.
Os dois clubes que representam
o México neste ano avançaram às
oitavas-de-final, mas o regulamento da Libertadores limita essas equipes. Se uma delas chega à
final, precisa decidir o título na
América do Sul. Se ganha a taça,
não vai ao Mundial interclubes
-o vice terá esse direito.
O campeão da Libertadores
também jogará a Recopa em
2005. As oitavas-de-final começariam ontem, com três partidas.
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