São Paulo, quarta-feira, 05 de maio de 2004

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Brasil aposta na tradição para reaver a Libertadores

Cruzeiro, Santos, São Caetano e São Paulo têm juntos mais títulos e finais que todos os demais times do país

RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

A "armada brasileira" formada por Cruzeiro, Santos, São Caetano e São Paulo entra nas oitavas-de-final da Libertadores com uma tradição recorde para o país.
Juntos, os quatro somam seis títulos do torneio e 11 finais disputadas. Todos os outros times brasileiros possuem conjuntamente cinco títulos e dez finais jogadas.
A tradição é a maior aposta nacional para quebrar o jejum de títulos do país, que não vence desde 1999 a Libertadores. Nos últimos anos, o argentino Boca Juniors dominou a disputa -ficou com a taça em 2000, 2001 e 2003.
Neste ano, o único brasileiro que não passou da primeira fase foi o Coritiba. O Brasil classificou para as oitavas-de-final 80% de seus representantes, melhor índice entre os países sul-americanos.
Santos, São Paulo e Cruzeiro, bicampeões continentais, não só venceram seus grupos como também registraram as melhores campanhas da primeira fase. O São Caetano, por sua vez, já eliminou Independiente e Peñarol, os maiores vencedores do torneio.
O Boca Juniors, que mantém sua aura de grande favorito ao título, vence em média uma Libertadores a cada 3,4 edições que disputa e alcança a final do torneio a cada 2,4 edições, em média. Esses números são superados por times brasileiros que estão na disputa.
Em média, o Santos vence uma Libertadores a cada três edições disputadas. O time da Vila Belmiro, o São Caetano e o São Paulo chegam à final do torneio, em média, a cada duas edições jogadas.
No ano passado, também quatro times brasileiros estavam nas oitavas-de-final do mais importante interclubes do continente. Corinthians, Grêmio, Paysandu e Santos reuniam, porém, quatro títulos e cinco finais disputadas, algo bem menos expressivo do que ostentam os quatro representantes do país nesta temporada.
Corinthians e Paysandu, que nunca foram à final na história, caíram logo nas oitavas-de-final.
Cruzeiro, Santos e São Paulo poderão decidir em casa seus jogos nesta fase devido às campanhas que fizeram na fase de classificação. O São Caetano, que passou por uma repescagem, é o único que decidirá sua vaga para as quartas-de-final fora do Brasil.
A equipe do ABC disputa apenas sua terceira Libertadores, mas já foi à decisão em 2002, quando perdeu na disputa de pênaltis para o paraguaio Olimpia. O Santos, campeão em 1962 e 1963, é o atual vice-campeão da disputa. O São Paulo, que voltou à competição após dez anos de espera, fez a final nas últimas três vezes que disputou -venceu em 1992 e em 1993 e foi vice-campeão em 1994.
O Cruzeiro, atual campeão nacional, é um dos dois times brasileiros que conseguiram títulos da Libertadores em décadas diferentes. Venceu em 1976 e 1997 -o outro é o Grêmio (1983 e 1995).
Além de Cruzeiro, Santos e São Paulo, há apenas três outros clubes que ostentam o título da Libertadores entre os 16 que estão ainda vivos na disputa deste ano.
O Boca Juniors é pentacampeão. O Nacional tem três títulos, e o River Plate ganhou duas taças.
Entre os 16 que sobraram, há quatro times que já fizeram final, mas não levaram o título: Barcelona de Guayaquil, Sporting Cristal, Deportivo Cali e São Caetano.
Os dois clubes que representam o México neste ano avançaram às oitavas-de-final, mas o regulamento da Libertadores limita essas equipes. Se uma delas chega à final, precisa decidir o título na América do Sul. Se ganha a taça, não vai ao Mundial interclubes -o vice terá esse direito.
O campeão da Libertadores também jogará a Recopa em 2005. As oitavas-de-final começariam ontem, com três partidas.


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