|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
AUTOMOBILISMO
Novas regras visam reduzir custos, atrair equipes e equilibrar as forças da categoria já a partir de 2005
F-1 aprova e antecipa megapacote da FIA
FÁBIO SEIXAS
DA REPORTAGEM LOCAL
A F-1 deu ontem um basta à
mesmice dos últimos campeonatos e aos custos cada vez mais elevados. Deu um tiro contra seu orgulho histórico de ser uma categoria cara, exclusiva, para poucos.
Reunidos em Mônaco, os dirigentes das escuderias aprovaram
o megapacote de mudanças proposto pela FIA (entidade máxima
do automobilismo) para 2008.
E fizeram mais: anteciparam
boa parte das regras para 2006.
"Eu esperava muita discussão,
muito debate, mas isso não ocorreu. A reunião avalizou aquilo
que havíamos proposto [no último dia 23]", afirmou Max Mosley, presidente da FIA.
Uma das sugestões deve ser
adotada já em 2005: a proibição à
troca de pneus nos pit stops. O
objetivo, como na maioria das
propostas, é reduzir custos.
Para 2006, as equipes concordaram em alterar a regra dos motores. Vão estudar, agora, qual modelo proporcionará maior economia: V8 de 2,4 litros que durem
dois GPs ou os atuais V10 de 3 litros, mas com vida útil de até seis
corridas. As montadoras se reunirão neste final de semana em Barcelona, onde acontecerá o GP da
Espanha, para discutir o assunto.
O Mundial de 2006 verá ainda a
volta dos pneus slick, sem os sulcos adotados em 98. E, para reduzir os gastos com testes, a F-1 terá
apenas um fornecedor de pneus.
Outros itens serão padronizados a partir de 2006, como a central eletrônica dos carros e os discos e pinças de freios. Os times
ainda serão liberados a vender e
trocar componentes entre eles.
Essa abertura de mercado, bem
ao estilo do automobilismo americano sempre criticado pela F-1,
visa reduzir a vantagem dos grandes times, mais uma vez cortar
custos e, assim, atrair novos competidores. Mosley quer pelos menos duas novas equipes até 2006.
Já o fim do câmbio semi-automático foi vetado. Os times alegaram que o sistema manual elevaria os gastos, por ser mais frágil.
A surpreendente receptividade
dos times às sugestões da FIA pode ter um motivo menos nobre do
que a propalada "busca pelo equilíbrio". Bernie Ecclestone, que comanda comercialmente a F-1, teria oferecido US$ 180 milhões para que os times esquecessem as
ameaças das montadoras de lançar um Mundial paralelo e aceitassem o pacote de novas regras.
As sugestões, agora, serão submetidas ao Conselho Mundial da
FIA, na reunião de 30 de junho.
Trata-se de uma mera formalidade. A praxe é a aprovação irrestrita das decisões das equipes.
Texto Anterior: O que ver na TV Próximo Texto: Olimpíada: A cem dias, 3 bombas explodem em Atenas Índice
|