São Paulo, quarta-feira, 05 de maio de 2004

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AUTOMOBILISMO

Novas regras visam reduzir custos, atrair equipes e equilibrar as forças da categoria já a partir de 2005

F-1 aprova e antecipa megapacote da FIA

FÁBIO SEIXAS
DA REPORTAGEM LOCAL

A F-1 deu ontem um basta à mesmice dos últimos campeonatos e aos custos cada vez mais elevados. Deu um tiro contra seu orgulho histórico de ser uma categoria cara, exclusiva, para poucos.
Reunidos em Mônaco, os dirigentes das escuderias aprovaram o megapacote de mudanças proposto pela FIA (entidade máxima do automobilismo) para 2008.
E fizeram mais: anteciparam boa parte das regras para 2006.
"Eu esperava muita discussão, muito debate, mas isso não ocorreu. A reunião avalizou aquilo que havíamos proposto [no último dia 23]", afirmou Max Mosley, presidente da FIA.
Uma das sugestões deve ser adotada já em 2005: a proibição à troca de pneus nos pit stops. O objetivo, como na maioria das propostas, é reduzir custos.
Para 2006, as equipes concordaram em alterar a regra dos motores. Vão estudar, agora, qual modelo proporcionará maior economia: V8 de 2,4 litros que durem dois GPs ou os atuais V10 de 3 litros, mas com vida útil de até seis corridas. As montadoras se reunirão neste final de semana em Barcelona, onde acontecerá o GP da Espanha, para discutir o assunto.
O Mundial de 2006 verá ainda a volta dos pneus slick, sem os sulcos adotados em 98. E, para reduzir os gastos com testes, a F-1 terá apenas um fornecedor de pneus.
Outros itens serão padronizados a partir de 2006, como a central eletrônica dos carros e os discos e pinças de freios. Os times ainda serão liberados a vender e trocar componentes entre eles.
Essa abertura de mercado, bem ao estilo do automobilismo americano sempre criticado pela F-1, visa reduzir a vantagem dos grandes times, mais uma vez cortar custos e, assim, atrair novos competidores. Mosley quer pelos menos duas novas equipes até 2006.
Já o fim do câmbio semi-automático foi vetado. Os times alegaram que o sistema manual elevaria os gastos, por ser mais frágil.
A surpreendente receptividade dos times às sugestões da FIA pode ter um motivo menos nobre do que a propalada "busca pelo equilíbrio". Bernie Ecclestone, que comanda comercialmente a F-1, teria oferecido US$ 180 milhões para que os times esquecessem as ameaças das montadoras de lançar um Mundial paralelo e aceitassem o pacote de novas regras.
As sugestões, agora, serão submetidas ao Conselho Mundial da FIA, na reunião de 30 de junho. Trata-se de uma mera formalidade. A praxe é a aprovação irrestrita das decisões das equipes.


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