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OLIMPÍADA
Telefonema anônimo a um jornal avisou que artefato seria detonado; explosão foi
próxima a delegacia
A cem dias, 3 bombas explodem em Atenas
DA REPORTAGEM LOCAL
Um atentado colocou ontem
em alerta o sistema de segurança
que será montado para os Jogos
de Atenas. No marco de cem dias
para o início da competição, três
bombas foram detonadas ao lado
de uma delegacia em Kalithea.
Um telefonema anônimo a avisou sobre o atentado. Nenhum
grupo havia assumido a autoria
do ataque até a noite de ontem.
As duas primeiras bombas explodiram em um intervalo de cinco minutos. A última bomba foi
detonada cerca de 30 minutos depois, quando a polícia grega ainda
procurava o artefato.
O local do ataque fica próximo
às arenas de vôlei, vôlei de praia e
judô que serão utilizadas nos Jogos. Além disso, não é distante do
estádio Panathinakos, que abrigará a chegada da maratona.
Segundo as autoridades gregas,
uma ambulância foi chamada para transportar um policial que ficou levemente feriu no ataque.
O atentado põe em xeque o esquema de segurança montado
para a Olimpíada.
Fani Petralia, secretária de Estado para a Cultura, confirmou ontem que Atenas gastará 1 bilhão
com segurança, quatro vezes mais
do que os Jogos de Sydney-00.
"Isso não significa que Atenas
será o lugar mais seguro do mundo. Mas será o lugar mais protegido", afirmou o belga Jacques Rogge, presidente do COI (Comitê
Olímpico Internacional).
Poucos minutos antes do atentado em Atenas, congressistas dos
EUA diziam que os atrasos nas
obras poderiam comprometer o
esquema de segurança do evento.
De fato, segundo dados oficiais,
das 39 principais instalações
olímpicas, menos da metade (15)
está pronta. Pior: das 24 que ainda
não foram finalizadas, somente 13
estão próximas da conclusão.
Contra o relógio, o Athoc (Comitê Organizador dos Jogos de
Atenas) luta para terminar tudo a
tempo para, com isso, poder esquematizar o plano de segurança
e testar as praças esportivas.
Local das cerimônias de abertura e encerramento, o Estádio
Olímpico, que fica no principal
complexo esportivo de Atenas,
ainda está em reformas. O projeto, do espanhol Santiago Calatrava, prevê a instalação dos arcos de
aço de 17 mil toneladas que cobrirão a arena. Até agora, porém, o
local permanece descoberto.
Sem eles, também não houve
nenhum ensaio das festas de abertura e encerramento dos Jogos.
O local ainda abrigará alguns
dos esportes mais populares da
Olimpíada, como atletismo, basquete, tênis, natação e ciclismo. A
audiência de TV esperada desses
eventos é de cerca de 4 bilhões de
pessoas ao redor do mundo.
Ontem, Mijalis Liapis, ministro
do Transporte da Grécia, disse
que a via que irá unir o centro de
Atenas às instalações na zona sul
começará a funcionar em meados
de junho. Segundo ele, haverá inspeções semanais para acompanhar a evolução das obras.
De acordo com o ministro, a linha de trem que ligará o aeroporto internacional da cidade ao Estádio Olímpico e ao centro de imprensa será inaugurada em julho.
Outra corrida contra o tempo
acontece na Vila Olímpica, que
está localizada aos pés da montanha de Parnis. O local servirá de
alojamento para 16 mil atletas e
membros das delegações.
Apesar de tudo isso, as federações olímpicas internacionais têm
adotado um discurso diplomático
e elogiado os progressos nas
obras. Os locais de competição já
abrigaram 38 eventos-teste.
Jacques Rogge, presidente do
Comitê Olímpico Internacional,
tem mostrado preocupação com
o assunto. Publicamente, contudo, está sendo mais comedido.
"Haverá o indispensável para
ser realizada a competição. Talvez
não haja elementos que não sejam
imprescindíveis" afirmou Rogge.
"Com base na informação da
comissão de coordenação, posso
dizer que estamos em um bom
momento", completou ele.
Com agências internacionais
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