Maior ídolo palmeirense se emociona, diz não agüentar concentrações e viagens e cogita deixar futebol no ano que vem

Goleiro, que já conquistou a Libertadores e a Copa do Mundo como titular, disse que Paulista vai ter um lugar especial na sua carreira

DA REPORTAGEM LOCAL

O número da sua camisa é o 12, mas, para a torcida, o goleiro Marcos foi o número um em termos de gratidão e homenagens após a fácil conquista de ontem sobre a Ponte Preta.
Maior ídolo e jogador mais velho entre os titulares, Marcos, 34, realizou um desabafo logo que a decisão do Paulista acabou. "Eu estava na areia movediça, só com os olhinhos para fora, quando o Vanderlei [Luxemburgo] me pegou."
No apito final de Cleber Wellington Abade, Marcos partiu em disparada na direção das arquibancadas, no melhor estilo das comemorações de vôlei. E deixou a emoção falar mais alto. "Seleção, para mim, não dá mais. Acho que encerro a carreira no final do ano que vem, pois não agüento mais concentração e essas coisas. A tensão foi grande, mas voltar a ser campeão é emocionante demais", desabafou o goleiro.
A família e até patrocinadores também foram lembrados pelo experiente jogador, que parecia um principiante desfrutando a primeira conquista.
"Pai, mãe, irmãos, o patrocinador que ficou comigo mesmo quando eu não jogava. É um momento muito importante. Voltar a ganhar um título é muito bom", falou.
De forma indireta, por meio de uma manobra de Luxemburgo, o goleiro fora homenageado antes de a partida terminar ao ser substituído por Diego Cavalieri. No momento em que deixava o gramado, Marcos teve o seu nome gritado pelos torcedores até que chegasse ao banco de reservas.
Em seguida, ele foi reverenciado pelos integrantes da comissão técnica e ainda ganhou um beijo e um abraço fraterno do treinador palmeirense.
Antes do jogo, o choro do goleiro por voltar a disputar uma final -depois de mais de um ano inativo devido a contusões- motivou o grupo. "Vi o Marcos chorando e percebi o quanto o título estadual é importante para nós. O Marcos é nosso ídolo dentro do elenco", disse o lateral Leandro.
Humilde, o goleiro preferiu dar vez aos mais novos. "Ídolo é o Valdivia. A torcida estava precisando de um camisa 10, bom de bola e irreverente. Essa renovação é importante para o clube", falou o goleiro.
Titular absoluto em campanhas marcantes como na conquista da Libertadores pelo Palmeiras ou ainda o pentacampeonato mundial com a seleção brasileira em 2002, Marcos deu ao Paulista um sabor especial para sua carreira.
"Em 1996, eu estava na reserva no time que foi campeão com Djalminha, Rivaldo, Luizão e Muller. Eu gosto de estar sempre disputando finais, independentemente do campeonato. E claro que o título de hoje vai ter um significado especial. Agora é comemorar porque todo o time merece essa festa." (MDA, RC E TA)


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