|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Corinthians se esquiva no caso dos ingressos falsos
Clube empurra para a BWA o ônus pelos bilhetes falsificados na final do Paulista
Empresa diz ter feito seu trabalho, mas sugere que sistema "mais moderno" poderia ter evitado a fraude na decisão no Pacaembu
EDUARDO ARRUDA
DO PAINEL FC
PAULO COBOS
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
Um dia depois da grande
confusão provocada pela enxurrada de ingressos falsos na
decisão do Paulista, Corinthians e BWA, a empresa que
confecciona e comercializa os
bilhetes, fazem jogo de empurra na apuração dos culpados
pelos transtornos no jogo.
O clube, apesar de mandante
da final contra o Santos, no Pacaembu e, de acordo com o Estatuto do Torcedor, ter responsabilidade pelo o que ocorre na
partida, se exime de qualquer
culpa relacionada às entradas
falsas e joga para a empresa que
contratou o ônus do caso.
Já a BWA diz ter feito seu trabalho e aproveita a confusão
para promover seu mais moderno sistema de venda e controle de bilhetes, classificando-o como a única coisa capaz de
evitar novos tumultos como os
de anteontem, no estádio municipal paulistano.
"Os ingressos não chegam
nas nossas mãos. A venda, o
controle nas catracas, tudo é
feito pela BWA", afirma Lúcio
Blanco, supervisor de arrecadação do Corinthians. "Só recebo os ingressos que peço para
setores especiais, como para a
venda dos pacotes da Timão
Tur", complementa.
Segundo Blanco, o clube pretende conversar com a empresa
para apurar o que ocorreu.
Para Bruno Balsimelli, executivo da BWA, a única solução
para evitar novos problemas
com venda de ingressos falsos é
a implantação do sistema desenvolvido pela empresa, que
usa um cartão recarregável e
pessoal, adquirido pelos torcedores após um cadastramento
no site da Ingresso Fácil.
"No domingo, 170 já utilizaram esse sistema para ver a final", diz Balsimelli.
O empresário contesta o alto
número de ingressos falsos. Segundo ele, pouco mais de 10
pessoas deram queixa no Jecrim. "Elas disseram que haviam adquirido nas bilheterias,
na quarta-feira à tarde. Mas as
bilheterias fecharam por volta
de 9h30 da manhã. Depois,
confessaram que compraram
de cambistas", afirmou.
A versão é confirmada por
Lúcio Blanco, exceto pelo horário do término das vendas. Segundo o dirigente corintiano,
as bilheterias fecharam entre
11h30 e 12h da quarta-feira.
Os ingressos falsos, segundo
Balsimelli, teriam sido confeccionados em Santos.
Tudo isso gira em torno de
uma partida em que o Corinthians pagou mais caro para a
BWA lhe prestar os serviços relacionados a ingressos.
Segundo o borderô divulgado
ontem no site de Federação
Paulista de Futebol, o clube debitou R$ 178.388,50 da renda
como custo de ingressos. Isso
equivale a mais de R$ 5,00 por
entrada vendida.
O custo do duelo derradeiro
do Paulista para o Corinthians,
como mandante, foi bem mais
alto do que, por exemplo, o jogo
em que o time recebeu o São
Paulo, no mesmo estádio e contratando os serviços da mesma
empresa, pelas semifinais.
No jogo de ida dos primeiros
mata-matas, diante do time do
Morumbi, a BWA cobrou R$
108.026,00 pelo serviço, conforme também consta no borderô oficial daquele jogo. Isso
significa que a empresa recebeu pouco mais de R$ 3,50 por
bilhete vendido naquela semifinal do Paulista.
Texto Anterior: José Roberto Torero: Quem se lembra do segundo sutiã? Próximo Texto: Acidente com troféu pode tirar William de decisão Índice
|