Na primeira partida depois do título paulista, Dorival Jr. reconhece que time caiu de rendimento e cobra mudança

Duelo na Vila contra o embalado Atlético-MG vale vaga nas semifinais da Copa do Brasil e pode selar retorno de André

LUCAS REIS
ENVIADO ESPECIAL A SANTOS

O Santos foi campeão paulista há apenas três dias, mas, curiosamente, terá de melhorar, e muito, para vencer o Atlético-MG na Vila Belmiro e avançar à semifinal da Copa do Brasil.
E vem do próprio clube a autocrítica: o time não está jogando bem há pelo menos três partidas. Com um 1 a 0 ou um 2 a 1, a equipe do litoral passará pelos mineiros. Se ganhar por 3 a 2, a decisão vai para os pênaltis.
O Atlético avança com um empate ou se perder por um gol de diferença desde que balance três vezes as redes santistas.
"Tivemos uma conversa para voltarmos a ter a mesma atitude que tivemos durante o Paulista. Houve uma mudança prejudicial nesses últimos três jogos", disse o técnico Dorival Jr.
Pela primeira vez na temporada, o Santos perdeu dois jogos consecutivos -caiu ante o Atlético, em Belo Horizonte, e no domingo, diante do Santo André, resultado que, contudo, conferiu-lhe o título estadual.
O time também foi criticado na vitória por 3 a 2 no primeiro jogo da final do Paulista, principalmente pela péssima atuação no primeiro tempo. Considerando o jogo contra o Guarani, quando apenas os reservas atuaram -e perderam-, o Santos foi derrotado em três das últimas quatro apresentações.
"Tivemos uma queda nas últimas rodadas, mas acho que o Dorival não terá problemas. E a diretoria continua em busca de reforços para o restante da temporada", declarou à Folha o presidente do clube, Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro.
Coincidência ou não, o Santos caiu de produção desde que o atacante André, titular na primeira fase do Estadual, foi sacado do time. Ele passou a ser reserva no segundo jogo da semifinal, contra o São Paulo.
Para Dorival Jr., não há relação entre os dois fatos. "Atuamos durante a maior parte dos jogos da primeira fase com apenas dois atacantes", afirmou.
Mas o fato é que o treinador, pela primeira vez em cinco jogos, cogita escalar o Santos novamente com três atacantes. Assim, André entraria ao lado de Neymar e Robinho, e o meia Marquinhos ficaria no banco.
Os jogadores também admitem que a queda de rendimento nas últimas rodadas é visível. E apresentam um caminhão de fatores para justificá-la.
"Havia um pouco de pressão para o Santos ser campeão, muita tensão, e acho que [a queda de rendimento] foi um pouco por isso", disse o meia Paulo Henrique Ganso, destaque na conquista do Paulista.
Dorival concorda com ele. "O emocional da equipe realmente foi no limite, e isso, querendo ou não, acaba quebrando a concentração do atleta."
Os "apagões" da zaga santista também são preocupação. Contra o Atlético, o Santos levou um gol com apenas dois minutos de jogo. No domingo, foi surpreendido pelo Santo André logo aos 30 segundos.
"É questão de ter atenção. A gente leva um gol e depois fica difícil pra se recuperar durante a partida", declarou Ganso.