|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Parreira joga laterais ao ataque
Treinador muda de idéia, libera descidas de Cafu e Roberto Carlos, e time goleia a Nova Zelândia
Veteranos fizeram 27% das conclusões brasileiras no primeiro tempo, mas foi com ajuda do caçula Kaká que time marcou aos 41min
DOS ENVIADOS A GENEBRA
Em Weggis, a ordem era para
que eles não atacassem como
"loucos". Ontem, em Genebra,
no amistoso contra a Nova Zelândia, foi o contrário.
O treinador Carlos Alberto
Parreira disse que partiu dele o
ultimato para que Cafu e Roberto Carlos avançassem com
força diante do frágil adversário da Oceania, que ocupa somente a 118ª posição no ranking elaborado pela Fifa.
"Os dois subiram ao mesmo
tempo a meu pedido. Vi que a
defesa deles estava fechada pelo meio e precisávamos de jogo
pelas laterais para furá-la", falou o treinador, mudando seu
discurso dos últimos dias.
E os veteranos aproveitaram
bem a mudança. Cafu foi até
eleito o melhor jogador da partida, superando o meia-atacante Kaká, novamente o mais brilhante da seleção, como havia
acontecido contra o Lucerna
-na ocasião, um apagado Ronaldinho foi o premiado.
Os números do Datafolha
mostram o furor ofensivo dos
laterais brasileiros, especialmente no primeiro tempo. Na
segunda metade ambos foram
substituídos, e o time nacional
ficou desfigurado.
Cafu finalizou duas vezes, e
Roberto Carlos outras duas. Os
laterais foram responsáveis por
27% das conclusões brasileiras
na primeira etapa.
Os dois também foram muito
à linha de fundo -responderam por seis dos nove cruzamentos do time brasileiro nos
45 minutos inicias.
Os companheiros também os
procuraram bastante durante o
jogo -o lateral-esquerdo foi o
mais acionado, e o direito ficou
em terceiro.
"Em muitos jogos da Copa,
eu e o Cafu vamos ser importantes. O jogo aperta pelo meio
e nós viramos a opção", disse
Roberto Carlos, concordando
com as palavras de Parreira,
que foram confirmadas por outros jogadores da equipe, só que
com um "timing" diferente.
"No primeiro tempo, nosso
time não foi muito bem. Mas,
no intervalo o Parreira pediu
para usarmos mais os laterais.
Aí funcionou", afirmou o volante Zé Roberto.
Mesmo com uma atuação de
gala de seus "velhos" laterais, o
time brasileiro precisou da jogada do seu caçula para conseguir abrir o placar, o que aconteceu apenas aos 42min do primeiro tempo. Foi quando Kaká
fez jogada pela direita e cruzou
para Ronaldo tocar por baixo
do goleiro e abrir o placar.
No segundo tempo, com a entrada de Robinho, a equipe ganhou mobilidade e não demorou para ampliar, aos 5min, em
chute forte da entrada da área
de Adriano.
Mas a goleada só se consumou nos minutos finais, quando Kaká anotou um golaço ao
receber na intermediária,
avançar e tocar na saída do goleiro, e Juninho aproveitou lançamento e fechou o placar.
"O Robinho tem características diferentes. Ele muda a forma do time jogar", disse Parreira, lembrando que foi com o jogador do Real Madrid que o time ganhou e brilhou na Copa
das Confederações-2005.
Com a vitória de ontem, o
Brasil encerra a temporada de
amistosos preparatórios para a
Copa com 100% de aproveitamento, o que não acontecia
desde 1962.
"O objetivo foi atingido. A
Nova Zelândia tem um estilo
muito parecido com o da Austrália. Nos movimentamos bem
e nossa defesa não teve qualquer problema", disse Parreira
sobre o último jogo antes da estréia no Mundial da Alemanha,
que será no dia 13, contra a
Croácia, em Berlim.
(FÁBIO VICTOR, PAULO COBOS, RICARDO PERRONE E
SÉRGIO RANGEL)
Texto Anterior: Estatística: Com 70 gols, atleta encosta em Romário Próximo Texto: Adriano, de novo, resiste aos 90min Índice
|