São Paulo, segunda-feira, 05 de junho de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Parreira joga laterais ao ataque

Treinador muda de idéia, libera descidas de Cafu e Roberto Carlos, e time goleia a Nova Zelândia

Veteranos fizeram 27% das conclusões brasileiras no primeiro tempo, mas foi com ajuda do caçula Kaká que time marcou aos 41min


DOS ENVIADOS A GENEBRA

Em Weggis, a ordem era para que eles não atacassem como "loucos". Ontem, em Genebra, no amistoso contra a Nova Zelândia, foi o contrário.
O treinador Carlos Alberto Parreira disse que partiu dele o ultimato para que Cafu e Roberto Carlos avançassem com força diante do frágil adversário da Oceania, que ocupa somente a 118ª posição no ranking elaborado pela Fifa.
"Os dois subiram ao mesmo tempo a meu pedido. Vi que a defesa deles estava fechada pelo meio e precisávamos de jogo pelas laterais para furá-la", falou o treinador, mudando seu discurso dos últimos dias.
E os veteranos aproveitaram bem a mudança. Cafu foi até eleito o melhor jogador da partida, superando o meia-atacante Kaká, novamente o mais brilhante da seleção, como havia acontecido contra o Lucerna -na ocasião, um apagado Ronaldinho foi o premiado.
Os números do Datafolha mostram o furor ofensivo dos laterais brasileiros, especialmente no primeiro tempo. Na segunda metade ambos foram substituídos, e o time nacional ficou desfigurado.
Cafu finalizou duas vezes, e Roberto Carlos outras duas. Os laterais foram responsáveis por 27% das conclusões brasileiras na primeira etapa.
Os dois também foram muito à linha de fundo -responderam por seis dos nove cruzamentos do time brasileiro nos 45 minutos inicias.
Os companheiros também os procuraram bastante durante o jogo -o lateral-esquerdo foi o mais acionado, e o direito ficou em terceiro.
"Em muitos jogos da Copa, eu e o Cafu vamos ser importantes. O jogo aperta pelo meio e nós viramos a opção", disse Roberto Carlos, concordando com as palavras de Parreira, que foram confirmadas por outros jogadores da equipe, só que com um "timing" diferente.
"No primeiro tempo, nosso time não foi muito bem. Mas, no intervalo o Parreira pediu para usarmos mais os laterais. Aí funcionou", afirmou o volante Zé Roberto.
Mesmo com uma atuação de gala de seus "velhos" laterais, o time brasileiro precisou da jogada do seu caçula para conseguir abrir o placar, o que aconteceu apenas aos 42min do primeiro tempo. Foi quando Kaká fez jogada pela direita e cruzou para Ronaldo tocar por baixo do goleiro e abrir o placar.
No segundo tempo, com a entrada de Robinho, a equipe ganhou mobilidade e não demorou para ampliar, aos 5min, em chute forte da entrada da área de Adriano.
Mas a goleada só se consumou nos minutos finais, quando Kaká anotou um golaço ao receber na intermediária, avançar e tocar na saída do goleiro, e Juninho aproveitou lançamento e fechou o placar.
"O Robinho tem características diferentes. Ele muda a forma do time jogar", disse Parreira, lembrando que foi com o jogador do Real Madrid que o time ganhou e brilhou na Copa das Confederações-2005.
Com a vitória de ontem, o Brasil encerra a temporada de amistosos preparatórios para a Copa com 100% de aproveitamento, o que não acontecia desde 1962.
"O objetivo foi atingido. A Nova Zelândia tem um estilo muito parecido com o da Austrália. Nos movimentamos bem e nossa defesa não teve qualquer problema", disse Parreira sobre o último jogo antes da estréia no Mundial da Alemanha, que será no dia 13, contra a Croácia, em Berlim. (FÁBIO VICTOR, PAULO COBOS, RICARDO PERRONE E SÉRGIO RANGEL)

Texto Anterior: Estatística: Com 70 gols, atleta encosta em Romário
Próximo Texto: Adriano, de novo, resiste aos 90min
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.