São Paulo, segunda-feira, 05 de junho de 2006

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TOSTÃO

Um bom jogo-treino

Parreira realizou nos dois amistosos um ajuste tático na posição de Emerson

O BELO e confortável estádio estava todo colorido de amarelo. Na Copa, o Brasil terá ainda uma maior e mais entusiasmada torcida. As jogadas pela direita com Kaká e Cafu, as arrancadas do Kaká, como no terceiro gol, e os passes longos do Ronaldinho da esquerda para o meio ou para a direita foram as jogadas mais eficientes do time. Mas Ronaldinho só é na seleção um extraordinário armador. No Barcelona, ele é também um extraordinário atacante. A defesa brasileira não foi testada nesses amistosos. Além de fazer bem a cobertura do Cafu, Lúcio teve ainda de fazer várias vezes a cobertura do lado esquerdo. Isso é preocupante quando o Brasil encarar rivais mais difíceis. Adriano e Ronaldo, que foi substituído no intervalo por Robinho, novamente fizeram gols. Aumentam as esperanças de Ronaldo fazer uma boa Copa. São dois atacantes de peso, nos dois sentidos. Mas com Robinho, o ataque fica mais leve e imprevisível. Ainda não sei também se Adriano precisa sempre fazer gol para jogar bem. Outro fato positivo no jogo foi a entrada de Juninho no lugar de Zé Roberto, que atuava bem. Parreira admitiu pela primeira vez que Juninho pode ser um volante. Parreira fez nos dois amistosos um ajuste tático. Emerson, que sempre atuou ao lado do Zé Roberto, ficava mais atrás para receber a bola da defesa e iniciar as jogadas de ataque. Com isso, Zé Roberto, Cafu e Roberto Carlos ficavam mais à frente. Zé Roberto formava trio com Ronaldinho e Kaká. Mas, quando o time perdia a bola, Emerson marcava como volante, e não como zagueiro. Com dois meias e dois atacantes, não dá para jogar com três zagueiros, pois Zé Roberto ficaria sozinho na marcação pelo meio. Na Copa de 2002, o time jogou com três zagueiros, porém tinha dois volantes. Cada dia aumenta a minha impressão de que essa seleção, se ganhar o título, será com grande brilho. Esses jogadores não têm vocação para jogar só o suficiente para vencer. Mas, se perder, será grande a frustração, já que a expectativa de vitória é enorme.


@ - tostao.folha@uol.com.br


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