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Com seleção, Königstein dobra gastos
EDUARDO ARRUDA
ENVIADO ESPECIAL A KÖNIGSTEIN
A pequena Königstein, que
vai abrigar a seleção nas próximas duas semanas, cortou
programas sociais e teve aumento de despesas de 50%
em relação ao ano passado.
O município, a cerca de 20
km de Frankfurt, aposta no
Brasil para sanar dívidas em
que se meteu nos últimos 40
anos. O rombo chegaria a
50 milhões (R$ 146 milhões).
O prefeito da cidade, Leonhard Helm, diz que a dívida
é menor, de R$ 58 milhões.
Para ele, o único modo de
mudar o quadro é ganhar fama à custa do Brasil. Com isso, sobrou para os 16 mil habitantes da cidade. O projeto
"Königstein saúda o Brasil"
consumiu R$ 1,46 milhão e
foi bancado por impostos.
Assim, explica Pöschl, seria impossível seguir com
programas sociais, como a
construção de uma creche, e
manter a ajuda a desempregados. Os maiores gastos foram a reforma do estádio do
Königstein e o festival cultural Brasil-Alemanha, que começa hoje e vai até o dia 16.
Neste ano, as despesas da
cidade dobraram em relação
a 2005. Os gastos chegam a
quase R$ 12 milhões, segundo o Conselho de Cidadãos.
Dois moradores de Königstein, que pediram para
não serem identificados, são
contra a vinda da seleção.
Para eles, é uma aposta alta,
que elevou a dívida pública, e
não há garantia de retorno.
Pöschl, porém, é otimista.
Diz que 70% da população
aprovou a hospedagem do
Brasil na cidade. "Sei que é
difícil, as pessoas pagaram a
conta e nem irão ver os treinos, mas a seleção tem um
potencial de marketing incrível e isso trará recursos
para a cidade se tornar um
ponto turístico famoso."
Conhecida na Alemanha
por ser uma estância hidromineral, Königstein recebe,
cerca de 2.000 turistas por
ano, número considerado
pequeno e que ajuda a explicar a penúria financeira da
região, no norte da Alemanha, no vale do Taunus.
"Não temos indústrias,
que trazem receitas com impostos. Precisamos fomentar o turismo, que é desconhecido", afirma Helm.
Ontem, a delegação chegou à Alemanha. Ronaldinho
disse que assumiu mais responsabilidade no time.
"Eu me sinto completamente diferente de 2002.
Muitas coisas aconteceram
nestes quatro anos", disse.
Já Dida, Cafu, Adriano e
Ronaldo deixaram a concentração da seleção por volta
das 2h. Os jogadores partiram sem rumo conhecido
para aproveitar a folga dada
pela comissão técnica. A reapresentação será hoje às
22h30 (17h30 de Brasília).
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