São Paulo, segunda-feira, 05 de junho de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Com seleção, Königstein dobra gastos

EDUARDO ARRUDA
ENVIADO ESPECIAL A KÖNIGSTEIN

A pequena Königstein, que vai abrigar a seleção nas próximas duas semanas, cortou programas sociais e teve aumento de despesas de 50% em relação ao ano passado.
O município, a cerca de 20 km de Frankfurt, aposta no Brasil para sanar dívidas em que se meteu nos últimos 40 anos. O rombo chegaria a 50 milhões (R$ 146 milhões).
O prefeito da cidade, Leonhard Helm, diz que a dívida é menor, de R$ 58 milhões.
Para ele, o único modo de mudar o quadro é ganhar fama à custa do Brasil. Com isso, sobrou para os 16 mil habitantes da cidade. O projeto "Königstein saúda o Brasil" consumiu R$ 1,46 milhão e foi bancado por impostos.
Assim, explica Pöschl, seria impossível seguir com programas sociais, como a construção de uma creche, e manter a ajuda a desempregados. Os maiores gastos foram a reforma do estádio do Königstein e o festival cultural Brasil-Alemanha, que começa hoje e vai até o dia 16.
Neste ano, as despesas da cidade dobraram em relação a 2005. Os gastos chegam a quase R$ 12 milhões, segundo o Conselho de Cidadãos.
Dois moradores de Königstein, que pediram para não serem identificados, são contra a vinda da seleção. Para eles, é uma aposta alta, que elevou a dívida pública, e não há garantia de retorno.
Pöschl, porém, é otimista. Diz que 70% da população aprovou a hospedagem do Brasil na cidade. "Sei que é difícil, as pessoas pagaram a conta e nem irão ver os treinos, mas a seleção tem um potencial de marketing incrível e isso trará recursos para a cidade se tornar um ponto turístico famoso."
Conhecida na Alemanha por ser uma estância hidromineral, Königstein recebe, cerca de 2.000 turistas por ano, número considerado pequeno e que ajuda a explicar a penúria financeira da região, no norte da Alemanha, no vale do Taunus.
"Não temos indústrias, que trazem receitas com impostos. Precisamos fomentar o turismo, que é desconhecido", afirma Helm.
Ontem, a delegação chegou à Alemanha. Ronaldinho disse que assumiu mais responsabilidade no time.
"Eu me sinto completamente diferente de 2002. Muitas coisas aconteceram nestes quatro anos", disse.
Já Dida, Cafu, Adriano e Ronaldo deixaram a concentração da seleção por volta das 2h. Os jogadores partiram sem rumo conhecido para aproveitar a folga dada pela comissão técnica. A reapresentação será hoje às 22h30 (17h30 de Brasília).


Texto Anterior: Estadia da seleção orgulha e apavora nova sede alemã
Próximo Texto: Alemães bebem e cantam na passagem do Brasil
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.