SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO

Desafeto do presidente da CBF, Ricardo Teixeira, o ex-presidente do Flamengo Márcio Braga anunciou ontem que será candidato na eleição marcada para a próxima quarta-feira. O dirigente quer ser "o candidato dos clubes".
"Não posso ficar vendo isso, o Ricardo Teixeira ganhando com facilidade. Quero dar transparência e ética à CBF", declarou Braga, que quer profissionalizar a administração da entidade.
Mas, apesar de ter lançado sua candidatura, o ex-dirigente se recusou a inscrever a sua chapa ontem, que era o último dia previsto no processo eleitoral.
Seu objetivo é suspender a eleição judicialmente. Na segunda, o ex-dirigente diz que vai entrar na Justiça do Rio com o pedido de suspensão do pleito. Irá alegar que o processo eleitoral desrespeita a Lei Pelé.
De acordo com a entidade, as 27 federações e apenas os 24 clubes que disputam a Série A do Brasileiro têm direito a voto.
Para Braga, os clubes da segunda e terceira divisão do Brasileiro também podem votar. Caso tenha êxito, os clubes, sua principal base eleitoral, terão maior peso na eleição. "Temos que respeitar a lei. O processo não pode ser feito com o estatuto assinado em 1992", declarou o ex-dirigente.
Pela sua plataforma de campanha, Braga quer dar poder aos clubes. Ele é favorável à criação de uma liga com dirigentes profissionalizados para comandar as competições organizadas pela CBF. Também pretende criar um conselho consultivo formado por dirigentes de clubes para influir na administração da entidade.
Ontem à tarde, o presidente da Federação Pernambucana de Futebol, Carlos Alberto de Oliveira, protocolou sua chapa na sede da CBF. Ele deu prazo até segunda para a sua candidatura ser reconhecida. Se não, também entra na Justiça comum.
De acordo com a CBF, cinco federações têm que dar o seu aval para homologar a chapa. Oliveira não conseguiu o apoio de nenhuma. Ricardo Teixeira também inscreveu sua chapa, mas não foi à sede da entidade.


Texto Anterior: CBF pune trio feminino por cartaz
Próximo Texto: Lei Pelé x CBF
Índice