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Tostão
A Itália na final
Na prorrogação, ela arriscou, como não se previa, e Grosso marcou um fino gol
TUDO conspirava para a Alemanha chegar à final, mas não
basta ter garra e apoio da
torcida. Faltou qualidade
aos jogadores. A Itália arriscou na prorrogação, como não se esperava, e o
Grosso fez um fino gol. Del
Piero marcou o segundo.
Portugal e França têm o
mesmo nível técnico e esquemas táticos idênticos.
Atuam com quatro defensores, dois volantes, um
meia-ponta de cada lado
que defende e ataca e um
armador pelo meio, livre e
próximo de um único atacante. Podem chamar de
4-2-3-1, de 4-2-1-3 ou de
4-4-1-1. Não faz diferença.
Assim como Zidane, os
volantes Makelele e Vieira
jogaram livres e deitaram
e rolaram contra o Brasil.
Os dois atuam no meio, e
não quase como um terceiro zagueiro, como fizeram Emerson e Gilberto
Silva na Copa. Os volantes
brasileiros não eram zagueiros nem armadores.
Para sobrar um zagueiro, em vez de o volante jogar muito recuado, característica dos times brasileiros, é mais fácil e melhor a equipe atuar com
três autênticos zagueiros,
como fez Felipão em
2002, ou com os dois laterais, alternadamente, fazendo a função de um terceiro zagueiro, como
atuam os europeus.
Contra a França, enquanto os dois zagueiros e
mais o Gilberto Silva marcavam um único atacante,
faltava um jogador no
meio-campo. Erro básico.
Nada perfeito
Nos primeiros treinos
na Suíça, escrevi com ironia -alguns não entenderam assim- que estava
preocupado, pois parecia
não haver problemas na
seleção, como se tudo estivesse quase perfeito. Isso nunca tinha acontecido antes de uma Copa.
Obviamente, os problemas existiam, mas poucos questionavam a escalação e a maneira de jogar
da equipe. Os óbvios e repetidos discursos do Parreira eram elogiados. Até
os treinos diários em uma
metade de campo e com
os jogadores fora de posição eram chamados de
científicos e eficientes.
Havia clima de oba-oba.
Só alguns, chamados de
ranzinzas pela CBF e seus
amigos, faziam críticas.
Os que só elogiavam e
eram favorecidos pela
CBF, pela comissão técnica e pelos jogadores,
agora criticam tudo.
tostao.folha@uol.com.br
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