São Paulo, quarta-feira, 05 de julho de 2006

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Tostão

A Itália na final

Na prorrogação, ela arriscou, como não se previa, e Grosso marcou um fino gol

TUDO conspirava para a Alemanha chegar à final, mas não basta ter garra e apoio da torcida. Faltou qualidade aos jogadores. A Itália arriscou na prorrogação, como não se esperava, e o Grosso fez um fino gol. Del Piero marcou o segundo.
Portugal e França têm o mesmo nível técnico e esquemas táticos idênticos. Atuam com quatro defensores, dois volantes, um meia-ponta de cada lado que defende e ataca e um armador pelo meio, livre e próximo de um único atacante. Podem chamar de 4-2-3-1, de 4-2-1-3 ou de 4-4-1-1. Não faz diferença.
Assim como Zidane, os volantes Makelele e Vieira jogaram livres e deitaram e rolaram contra o Brasil.
Os dois atuam no meio, e não quase como um terceiro zagueiro, como fizeram Emerson e Gilberto Silva na Copa. Os volantes brasileiros não eram zagueiros nem armadores.
Para sobrar um zagueiro, em vez de o volante jogar muito recuado, característica dos times brasileiros, é mais fácil e melhor a equipe atuar com três autênticos zagueiros, como fez Felipão em 2002, ou com os dois laterais, alternadamente, fazendo a função de um terceiro zagueiro, como atuam os europeus.
Contra a França, enquanto os dois zagueiros e mais o Gilberto Silva marcavam um único atacante, faltava um jogador no meio-campo. Erro básico.

Nada perfeito
Nos primeiros treinos na Suíça, escrevi com ironia -alguns não entenderam assim- que estava preocupado, pois parecia não haver problemas na seleção, como se tudo estivesse quase perfeito. Isso nunca tinha acontecido antes de uma Copa.
Obviamente, os problemas existiam, mas poucos questionavam a escalação e a maneira de jogar da equipe. Os óbvios e repetidos discursos do Parreira eram elogiados. Até os treinos diários em uma metade de campo e com os jogadores fora de posição eram chamados de científicos e eficientes. Havia clima de oba-oba.
Só alguns, chamados de ranzinzas pela CBF e seus amigos, faziam críticas.
Os que só elogiavam e eram favorecidos pela CBF, pela comissão técnica e pelos jogadores, agora criticam tudo.


tostao.folha@uol.com.br

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