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Itália vê clímax da crise interna em dia de festa
Juventus, Milan, Fiorentina e Lazio têm rebaixamentos pedidos por promotoria que investiga manipulação de jogos no campeonato local
Horas antes de o país celebrar a final, clubes de 13 atletas têm queda solicitada
LUÍS FERRARI
DA REPORTAGEM LOCAL
No mesmo dia em que comemoraram a classificação para
uma final de Copa após 12 anos,
com dois gols nos minutos finais da prorrogação contra a
Alemanha, os italianos receberam a notícia de que as equipes
de 13 jogadores do elenco -7
deles titulares- podem cair.
Juventus, Milan, Fiorentina
e Lazio -que, juntos, tiveram
28 jogadores em ação na Copa- tiveram o pedido de descenso formulado ontem pelo
procurador que atua no processo da Justiça Desportiva que
analisa o escândalo de manipulação de resultados do "calcio".
Enquanto a Juventus está
sujeita à queda para a terceira
divisão ou mesmo para divisões
inferiores, a pena pedida para
os três últimos é a queda para a
segunda divisão, agravada pela
perda de pontos.
Na Alemanha, os jogadores
evitaram comentar o assunto
após a classificação de ontem,
mas ele surgiu de forma lateral.
"Dedico a vitória a Gianluca
Pessotto", afirmou o meia Del
Piero, autor do segundo gol, sobre um dos envolvidos no escândalo italiano, que está internado após ter sofrido queda do
prédio da Juventus.
Destacando a importância de
manter-se focado na disputa da
Copa, o atacante Luca Toni foi
mais direto sobre a repercussão
das notícias vindas da Itália.
"Antes da semifinal, sentimos
uma grande pressão por causa
do processo na Itália. Esperamos que nossos clubes saiam
ilesos", disse o artilheiro do último Italiano pela Fiorentina,
após a classificação para a final.
Mesmo que o desejo de Toni
se realize, porém, o prejuízo
dos envolvidos deve ser inevitável. Ontem, por exemplo, as
ações da Juventus negociadas
na Bolsa de Milão caíram mais
de 8 pontos percentuais.
Mesmo fora da equipe italiana, o assunto repercutiu ontem. O técnico da França, Raymond Domenech, fez questão
de dizer que seus três atletas
que jogam na Juventus -Trezeguet, Vieira e Thuram- estão blindados em relação ao
problema do clube. "Temos que
viver com isso, que, acredito,
não afetará os atletas. Eles só
pensam no jogo com Portugal."
Se, para os franceses, chegar
a uma final em meio a uma investigação será raro, o mesmo
não ocorre com a Itália.
Em 1982, ano da conquista
do tri mundial, parte do elenco
havia sido acusado de manipulação de resultados e de apostas
ilegais no futebol, entre eles, o
atacante Paolo Rossi, grande
herói da conquista.
Colaborou RICARDO PERRONE, enviado
especial a Königstein
Com agências internacionais
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