Portugal e França decidem hoje em Munique quem será adversário da Itália na decisão de domingo

Treinador brasileiro do time luso e maior ídolo francês nunca perderam em Copas do Mundo jogos decisivos, nos quais são especialistas

PAULO COBOS
RODRIGO BUENO
ENVIADOS ESPECIAIS A MUNIQUE

A seleção brasileira conhece esse ponto forte dos dois -para o bem, no caso de Luiz Felipe Scolari, e para o mal, no de Zidane. E, à distância, vai conhecer quem irá levar a melhor.
Hoje, em Munique, na disputa por uma vaga na decisão da Copa da Alemanha, o que seria inédito para Portugal e uma repetição de 1998 para a França, o técnico e o meia testam seus ótimos retrospectos em mata-matas. Isso a começar no próprio Mundial, onde ambos estão invictos nesse tipo de jogo.
Com o Brasil em 2002 e agora com Portugal, Scolari soma seis mata-matas invicto. E isso contra alguns campeões mundiais, como Inglaterra, duas vezes, e Alemanha.
Zidane acumula cinco triunfos em séries eliminatórias, quando joga, como prova agora na Alemanha, imensamente mais do que na fase de grupos. Foram três na conquista de 1998 e outros dois agora. Pode falar ainda que foi o carrasco de Brasil em duas oportunidades, fato inédito. Na Copa passada, sua França não passou da primeira fase, o que tirou dos adversários a chance de bater o meia num jogo eliminatório.
Mas não é só em Copas do Mundo que Scolari e Zidane ganharam fama de especialistas em matar ou morrer.
O primeiro construiu sua reputação ganhando jogos desse tipo e ficando com títulos. Foi assim duas vezes na Libertadores e três na Copa do Brasil.
O francês ganhou três séries na conquista da Eurocopa de 2000. Também já ganhou a Copa dos Campeões com o Real Madrid -numa decisão, contra o Bayer Leverkusen, fez um dos mais belos gols da história da competição, em um chute de sem-pulo de fora da área.
Protagonistas de suas equipes, Scolari, que adora o discurso de "queimar etapas", e Zidane receberam elogios de colegas e rivais. "Campeão do mundo é o Scolari", disse o técnico da França, Raymond Domenech, antes de soltar elogios ao time treinado pelo gaúcho, que não quis entrar em detalhes sobre o que faltou ao Brasil no jogo contra a França mas deixou claro que não vai repetir o erro de deixar Zidane livre.
"Precisamos ter cuidado especial com algumas coisas da França", disse Scolari, que pelo Brasil não teve a possibilidade de medir forças com Zidane.