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Sem passagens, Costa Rica ataca Co-Rio
Comitê do país fala que verba enviada pela organização não é suficiente para bancar viagem de toda a delegação ao Pan
Dirigente costarriquenho
ameaça não enviar atletas
de esportes coletivos; órgão
brasileiro afirma que preço
de mercado foi referência
FABIO GRIJÓ
DA SUCURSAL DO RIO
O Comitê Olímpico da Costa
Rica diz ter recebido menos dinheiro que o necessário para
custear as passagens aéreas de
sua delegação para o Pan. A organização dos Jogos é a responsável pelo custeio da viagem de
cada país até o Rio.
Os costarriquenhos afirmam
que estão sem verba suficiente
para transportar todas as 107
pessoas, sendo 76 atletas.
Por isso, eles cogitam não enviar ao Rio seus representantes
de esportes coletivos, como o
futebol. Nos gramados, o time
da América Central irá pegar o
Brasil no dia 18, no Engenhão.
Até segunda-feira, o vôlei
corria risco. A equipe feminina
estaria fora do Pan, mas, anteontem, a Costa Rica conseguiu, junto à Norceca (entidade
que comanda a modalidade nas
Américas Central e do Norte),
empréstimo para custear a viagem do time ao Rio, segundo
informou o comitê do país.
"O Co-Rio prometeu bancar
a viagem da delegação, mas estimou um valor utópico, irreal,
para a passagem. Destinou US$
643 [R$ 1.228], abaixo do preço
de mercado, cerca de US$ 1.600
[R$ 3.056]", disse o gerente do
comitê da Costa Rica, Ramon
Arguedas, por telefone, de San
José, a capital costarriquenha.
"Não temos como ir assim.
Recebemos o total de US$ 44
mil [R$ 84 mil] mil, insuficiente para custear a viagem de metade da delegação. Analisamos
sacrificar os esportes coletivos", completou o dirigente.
O Co-Rio -assim que a capital fluminense foi escolhida a
sede do Pan, em 2002, batendo
a norte-americana San Antonio- prometeu pagar os bilhetes de todas as delegações que
competiriam nos Jogos.
Pela primeira vez na história
dos Pans, o país-sede faria o
"agrado". Nem a então concorrente texana se comprometeu,
na candidatura ao evento, a arcar com os custos de viagem
dos outros participantes.
O Ministério do Esporte informou ter liberado R$ 22,2
milhões para a compra dos bilhetes aéreos.
Arguedas contou que o comitê costarriquenho procura o
Co-Rio "há seis meses" para
tentar resolver o problema. "A
primeira parte do dinheiro,
40% do total, chegou em maio.
Outros 40% vieram há oito
dias. Não nos dão respostas."
Segundo o gerente, o governo
da Costa Rica não estimou gastos de passagens aéreas da delegação no orçamento pelo fato
de a organização do Pan ter se
comprometido a bancá-las.
"Não temos como pedir ao
governo [costarriquenho]. O
Rio é que terá de cumprir o prometido. Afinal, garantiu à Odepa [a entidade que comanda os
esportes nas Américas]", disse.
O chefe de missão da Costa
Rica, Rodrigo Vargas, desembarcou anteontem no Rio. Segundo informou a assessoria de
imprensa do comitê do país
centro-americano, Vargas procuraria Carlos Roberto Osório,
secretário-geral do Co-Rio, para tentar uma solução.
A assessoria de imprensa do
Co-Rio negou que o valor atribuído às passagens estaria subestimado. "O valor foi baseado
em preços de mercado. O preço
das passagens teve como referência o trecho capital do país-Rio de Janeiro-capital do país",
informou a assessoria da entidade, ontem, por e-mail.
Ainda segundo a assessoria,
os valores foram comunicados
aos comitês nacionais no ano
passado. Além disso, esclareceu
que o Co-Rio pagará os 20%
restantes do valor referentes
aos tíquetes aéreos após a realização dos Jogos cariocas.
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