São Paulo, quinta-feira, 05 de julho de 2007

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Sem passagens, Costa Rica ataca Co-Rio

Comitê do país fala que verba enviada pela organização não é suficiente para bancar viagem de toda a delegação ao Pan

Dirigente costarriquenho ameaça não enviar atletas de esportes coletivos; órgão brasileiro afirma que preço de mercado foi referência

FABIO GRIJÓ
DA SUCURSAL DO RIO

O Comitê Olímpico da Costa Rica diz ter recebido menos dinheiro que o necessário para custear as passagens aéreas de sua delegação para o Pan. A organização dos Jogos é a responsável pelo custeio da viagem de cada país até o Rio.
Os costarriquenhos afirmam que estão sem verba suficiente para transportar todas as 107 pessoas, sendo 76 atletas.
Por isso, eles cogitam não enviar ao Rio seus representantes de esportes coletivos, como o futebol. Nos gramados, o time da América Central irá pegar o Brasil no dia 18, no Engenhão.
Até segunda-feira, o vôlei corria risco. A equipe feminina estaria fora do Pan, mas, anteontem, a Costa Rica conseguiu, junto à Norceca (entidade que comanda a modalidade nas Américas Central e do Norte), empréstimo para custear a viagem do time ao Rio, segundo informou o comitê do país.
"O Co-Rio prometeu bancar a viagem da delegação, mas estimou um valor utópico, irreal, para a passagem. Destinou US$ 643 [R$ 1.228], abaixo do preço de mercado, cerca de US$ 1.600 [R$ 3.056]", disse o gerente do comitê da Costa Rica, Ramon Arguedas, por telefone, de San José, a capital costarriquenha.
"Não temos como ir assim. Recebemos o total de US$ 44 mil [R$ 84 mil] mil, insuficiente para custear a viagem de metade da delegação. Analisamos sacrificar os esportes coletivos", completou o dirigente.
O Co-Rio -assim que a capital fluminense foi escolhida a sede do Pan, em 2002, batendo a norte-americana San Antonio- prometeu pagar os bilhetes de todas as delegações que competiriam nos Jogos.
Pela primeira vez na história dos Pans, o país-sede faria o "agrado". Nem a então concorrente texana se comprometeu, na candidatura ao evento, a arcar com os custos de viagem dos outros participantes.
O Ministério do Esporte informou ter liberado R$ 22,2 milhões para a compra dos bilhetes aéreos.
Arguedas contou que o comitê costarriquenho procura o Co-Rio "há seis meses" para tentar resolver o problema. "A primeira parte do dinheiro, 40% do total, chegou em maio. Outros 40% vieram há oito dias. Não nos dão respostas."
Segundo o gerente, o governo da Costa Rica não estimou gastos de passagens aéreas da delegação no orçamento pelo fato de a organização do Pan ter se comprometido a bancá-las.
"Não temos como pedir ao governo [costarriquenho]. O Rio é que terá de cumprir o prometido. Afinal, garantiu à Odepa [a entidade que comanda os esportes nas Américas]", disse.
O chefe de missão da Costa Rica, Rodrigo Vargas, desembarcou anteontem no Rio. Segundo informou a assessoria de imprensa do comitê do país centro-americano, Vargas procuraria Carlos Roberto Osório, secretário-geral do Co-Rio, para tentar uma solução.
A assessoria de imprensa do Co-Rio negou que o valor atribuído às passagens estaria subestimado. "O valor foi baseado em preços de mercado. O preço das passagens teve como referência o trecho capital do país-Rio de Janeiro-capital do país", informou a assessoria da entidade, ontem, por e-mail.
Ainda segundo a assessoria, os valores foram comunicados aos comitês nacionais no ano passado. Além disso, esclareceu que o Co-Rio pagará os 20% restantes do valor referentes aos tíquetes aéreos após a realização dos Jogos cariocas.


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