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Torcida absolve goleiro e xinga Felipe Melo no Rio
Júlio César chora nos braços da mãe, e volante deixa aeroporto sob escolta
Bruno Domingo/Reuters
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Sob escolta, Felipe chega ao Rio
HUDSON CORRÊA
LIANA LEITE
DO RIO
Protagonistas do erro que
resultou no primeiro gol da
Holanda, Felipe Melo foi chamado de "vacilão" por torcedores. Já Júlio César recebeu
aplausos e chorou nos braços
da mãe no desembarque da
seleção brasileira, no Rio.
Felipe Melo, Júlio César, o
lateral Gilberto, o volante
Kleberson, os zagueiros Juan
e Thiago Silva e o auxiliar técnico Jorginho, demitido horas depois, ficaram no Rio. Os
demais viajaram a São Paulo.
Aproximadamente 50 pessoas receberam os jogadores
no aeroporto do Galeão. O
voo chegou por volta das 2h,
mas o desembarque começou quase uma hora depois.
Sem conceder entrevistas,
o volante Felipe Melo foi escoltado por policiais militares e seguranças particulares
até a caminhonete onde estava o pai dele, que começou a
buzinar ao ver o filho.
Foram cerca de 30 metros
de empurra-empurra entre
jornalistas, policiais armados com fuzis e seguranças
até o carro, que arrancou
quando o jogador, aparentemente assustado, entrou.
Já o goleiro da seleção desembarcou 40 minutos depois. Com olhos marejados,
foi recebido com gritos de
"valeu, Júlio César".
"Eu sei que o sentimento
da torcida é de muita tristeza,
assim como o nosso, porque
a gente acreditava muito no
hexa. Eu só tenho que agradecer à torcida pelo carinho
que a gente está tendo agora
nesta recepção", disse.
Logo depois, entrou no
carro e abraçou, chorando,
sua mãe, Fátima Espíndola.
Juan também ouviu aplausos dos torcedores, que gritaram o nome dele. "Tomamos
dois gols que a gente não costuma tomar. Mas valeu pela
luta", afirmou o zagueiro.
Enquanto Juan dava entrevista, Felipe Melo tentou evitar as câmeras, mas foi visto
por jornalistas e torcedores,
que passaram a xingá-lo.
Parte da equipe brasileira
(Gilberto, Kleberson e Jorginho) saiu pelo saguão do aeroporto. Os demais usaram
uma lateral onde havia um
cordão de isolamento com
dez policiais militares para a
imprensa não se aproximar
muito dos jogadores.
Irritado com os jornalistas
que tentavam entrevistá-lo,
Jorginho encontrou dificuldade para chegar até o estacionamento do aeroporto.
"O que o Felipe Melo tem
para falar? Vai dizer o quê?",
comentavam alguns policiais após a sua chegada.
Os torcedores tiveram
pouco contato com os jogadores. Entre eles, o menino
João Pedro Guedes, 10, coberto com a bandeira brasileira. "Se o Elano tivesse jogado, teríamos um pouco
mais de chance", afirmou.
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