São Paulo, segunda-feira, 05 de julho de 2010

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Torcida absolve goleiro e xinga Felipe Melo no Rio

Júlio César chora nos braços da mãe, e volante deixa aeroporto sob escolta

Bruno Domingo/Reuters
Sob escolta, Felipe chega ao Rio

HUDSON CORRÊA
LIANA LEITE
DO RIO

Protagonistas do erro que resultou no primeiro gol da Holanda, Felipe Melo foi chamado de "vacilão" por torcedores. Já Júlio César recebeu aplausos e chorou nos braços da mãe no desembarque da seleção brasileira, no Rio.
Felipe Melo, Júlio César, o lateral Gilberto, o volante Kleberson, os zagueiros Juan e Thiago Silva e o auxiliar técnico Jorginho, demitido horas depois, ficaram no Rio. Os demais viajaram a São Paulo.
Aproximadamente 50 pessoas receberam os jogadores no aeroporto do Galeão. O voo chegou por volta das 2h, mas o desembarque começou quase uma hora depois.
Sem conceder entrevistas, o volante Felipe Melo foi escoltado por policiais militares e seguranças particulares até a caminhonete onde estava o pai dele, que começou a buzinar ao ver o filho.
Foram cerca de 30 metros de empurra-empurra entre jornalistas, policiais armados com fuzis e seguranças até o carro, que arrancou quando o jogador, aparentemente assustado, entrou.
Já o goleiro da seleção desembarcou 40 minutos depois. Com olhos marejados, foi recebido com gritos de "valeu, Júlio César".
"Eu sei que o sentimento da torcida é de muita tristeza, assim como o nosso, porque a gente acreditava muito no hexa. Eu só tenho que agradecer à torcida pelo carinho que a gente está tendo agora nesta recepção", disse.
Logo depois, entrou no carro e abraçou, chorando, sua mãe, Fátima Espíndola.
Juan também ouviu aplausos dos torcedores, que gritaram o nome dele. "Tomamos dois gols que a gente não costuma tomar. Mas valeu pela luta", afirmou o zagueiro.
Enquanto Juan dava entrevista, Felipe Melo tentou evitar as câmeras, mas foi visto por jornalistas e torcedores, que passaram a xingá-lo.
Parte da equipe brasileira (Gilberto, Kleberson e Jorginho) saiu pelo saguão do aeroporto. Os demais usaram uma lateral onde havia um cordão de isolamento com dez policiais militares para a imprensa não se aproximar muito dos jogadores.
Irritado com os jornalistas que tentavam entrevistá-lo, Jorginho encontrou dificuldade para chegar até o estacionamento do aeroporto.
"O que o Felipe Melo tem para falar? Vai dizer o quê?", comentavam alguns policiais após a sua chegada.
Os torcedores tiveram pouco contato com os jogadores. Entre eles, o menino João Pedro Guedes, 10, coberto com a bandeira brasileira. "Se o Elano tivesse jogado, teríamos um pouco mais de chance", afirmou.


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