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2,92 bi estádios + 3,33 bi transporte + 32,5 mi segurança + 1,84 bi outros = 8,4 bi reais
Organização do campeonato excede em 39,3% os gastos programados com estádios e em quase 50% as despesas com transporte, e África do Sul continuará a pagar a conta por receber o Mundial mesmo depois do encerramento
FÁBIO ZANINI
DE JOHANNESBURGO
RODRIGO MATTOS
ENVIADO ESPECIAL A JOHANNESBURGO
A Copa do Mundo acabará
no próximo domingo, porém
a conta para a África do Sul
continuará a ser paga ainda
por algum tempo.
Dados oficiais do Ministério das Finanças sul-africano
mostram que o Orçamento
do ano fiscal 2010/11 reservou 7,11 bilhões de rands (R$
1,7 bilhão) para o Mundial.
O ano fiscal começou em 1º
de abril último e vai até 31 de
março de 2011, daqui a longos nove meses. O valor do
período representa 21,49%
de todo o gasto da Copa.
Ou seja, um quinto da preparação começou a ser aplicado pouco antes do apito
inicial e vai continuar depois
do término da competição.
Os dados ajudam a entender por que a Fifa se mostrou
tensa com a preparação do país até o último momento.
Alguns estádios, como o
Soccer City, ficaram prontos
depois do prazo previsto.
Corredores de ônibus foram
entregues faltando semanas
para o pontapé inicial. O
trem de alta velocidade ligando o aeroporto de Johannesburgo à região dos hotéis
foi concluído com apenas
três dias de antecedência.
Também houve estouro no
orçamento inicial. Em 2006,
quando a preparação começou para valer, o governo jurava que a reforma ou construção dos dez estádios ficaria em 8,4 bilhões de rands
(R$ 2,1 bilhões). Agora, sabe-se que ficou em 11,7 bilhões
de rands (39,3% a mais).
Pior ocorreu com o gasto
em transportes. Previa-se 9
bilhões de rands, mas a conta
final ficou em 13,3 bilhões de
rands, ou quase 50% a mais.
A fatura da segurança dobrou em relação à estimativa
inicial, inchando à medida
que cresciam os temores no
mundo com a violência e o
terrorismo. Os 31 mil policiais
inicialmente alocados para o
evento subiram para 44 mil.
A conta final da segurança totalizou 1,3 bilhão de rands.
É provável que esse número aumente, uma vez que a
polícia precisou tomar conta
de diversos estádios durante
a Copa, depois da greve de
seguranças privados.
CENÁRIO PARA 2014
Ao tomar como base o que
ocorreu na África do Sul, a
gastança com a Copa do Brasil-2014 deve começar no
próximo ano. O presidente
da CBF, Ricardo Teixeira,
considera o atual Mundial
um exemplo a ser seguido.
Os dados do governo sul-
-africano mostram que a despesa pública começa de verdade quando a Copa anterior
termina. Até 2006, ano da Copa da Alemanha, somente
5,48% do orçamento total
haviam sido aplicados. Em
2007, houve um salto, com o
uso de 20,31% do montante.
No total, a Copa sul-africana, a primeira na África, custou 33,65 bilhões de rands
(R$ 8,4 bilhões) aos cofres federais. Houve ainda um investimento de 3 a 5 bilhões de
rands de governos estaduais
e prefeituras, que não entram
na conta final do país.
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