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Alemães se esbaldam por um dia
Estoque de cerveja na concentração cai após festa com música e dança
DO ENVIADO A PRETÓRIA
A Federação Alemã de Futebol mantém uma geladeira
com cerveja para os jornalistas em seu hotel. Durante a
maior parte do Mundial, esteve cheia, enquanto os repórteres trabalhavam.
Ontem de manhã, só havia
ali uma das quatro prateleiras com garrafas sobrando.
É um dos sinais da festa
que tomou a concentração
dos germânicos depois da
goleada sobre a Argentina
pelas quartas de final.
Houve uma espécie de
dança de conga, cantoria e
cerveja para os atletas.
A festa aconteceu assim
que o time retornou ao afastado hotel em Pretória anteontem à noite, após viagem
da Cidade do Cabo, onde fizeram 4 a 0 nos argentinos.
Houve uma recepção feita
pelos funcionários do hotel
com danças. Depois, de-
senrolou-se um concurso entre alemães e sul-africanos.
Quem contou parte da festa foi um assessor de imprensa alemão, quase sem voz.
Motivo: exaltou-se nos gritos
de festejos pelo triunfo.
Até a tradição do discurso
do atacante Klose, que completou cem partidas pela Alemanha, foi deixada de lado.
"A maioria [dos jogadores]
estava comendo ou tomando
uma cerveja. E agora sei porque a voz de Horst [assessor
da seleção da Alemanha] não
está boa", brincou Klose.
Mas o clima de festa, ressalvam os alemães, acabou
ontem de manhã. Foi informado que todos passaram
por processos de recuperação e de tratamentos médicos. À tarde, foi realizado um
treinamento fechado.
"Em nenhum ponto, achei
que íamos ficar eufóricos. Temos os pés no chão. Se eu
perceber [que existe euforia],
vou falar", ressaltou Klose.
A intenção é evitar que o
clima no país contamine a seleção, já que há festas e otimismo nas ruas da Alemanha. Um resultado óbvio das
atuações da equipe, que impôs duas goleadas em dois
mata-matas nesta Copa.
Para afastar a euforia, os
alemães também se concentram em estudar a Espanha.
Há um entendimento de que
a seleção espanhola, que superou a Alemanha na decisão da Eurocopa-2008, mudou nos últimos tempos.
Um vídeo da partida contra o Paraguai foi assistido
pelos jogadores, que viajavam na hora do jogo.
Para Klose, a Espanha será
o rival mais duro do time.
Resta saber se forte o suficiente para evitar que os alemães repitam o ritual de conga e cerveja.
(RODRIGO MATTOS)
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