São Paulo, quinta-feira, 05 de agosto de 2004

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FUTEBOL

Com aproveitamento de 67,5%, técnico supera antecessores e encara o Vitória para apagar mal-estar com diretoria

Cuca testa a melhor eficiência pós-Telê

EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL

Um treinador desgastado com dirigentes, mas que em campo tem demonstrado eficiência de fazer inveja a Carlos Alberto Parreira, Muricy Ramalho e Nelsinho Baptista. No São Paulo, que hoje enfrenta o Vitória, às 20h30, no Morumbi, Cuca tem aproveitamento de pontos superior até ao de Telê Santana, técnico mais vitorioso da história do clube.
Desde a saída de Telê, em 1995, o clube já experimentou dez profissionais no cargo, sem contar os interinos, mas sem a mesma regularidade do técnico atual.
Sem conquistar títulos, Cuca, que hoje ocupa a quarta posição no Brasileiro, fez 42 jogos oficiais, venceu 26 vezes, empatou sete e perdeu nove -aproveitamento de 67,5%. Só em jogos no Morumbi, o número supera os 85%.
Telê, que conduziu o time entre 1990 e 1995 e conquistou duas vezes a Taça Libertadores e o Mundial interclubes, ganhou 58% dos pontos em 373 jogos.
Quem mais se aproxima do percentual de Cuca é justamente sua principal sombra no comando técnico são-paulino. Muricy Ramalho, que era o mais cotado a substitui-lo caso ele aceitasse a proposta do futebol árabe, deixou o clube pela primeira vez em 1996 com 65% de aproveitamento.
Paulo César Carpeggiani, comandante em 99, também conquistou 65% dos pontos. Nelsinho Baptista, campeão do Paulista-98, deixou o cargo em 2001 com 55,8%. Levir Culpi também obteve sucesso no Morumbi. Levou o clube ao título estadual em 2000, mas perdeu o emprego após o fracasso na final da Copa do Brasil, contra o Cruzeiro, com 61,5% dos pontos conquistados.
Já o atual técnico da seleção, Carlos Alberto Parreira, teve passagem modesta, em 1996. Em 19 jogos, perdeu sete e ganhou só seis vezes e deixou o clube pela porta dos fundos. O mesmo ocorreu com Mário Sérgio, pior treinador do time desde o final da era Telê, com 33,3% de eficiência.
Já Rojas levou o clube de volta à Libertadores após dez anos ganhando 62,3% dos pontos.
Mesmo assim, foi trocado por Cuca. Hoje em dia é comum nos corredores do Morumbi ouvir que o atual treinador é o melhor desde a saída de Telê.
Mas o seu desejo de ir para o Al Helal não pegou bem. Parte dos conselheiros e até o homem forte do futebol, Juvenal Juvêncio, chegaram a cogitar a demissão do técnico. Isso só não ocorreu porque Juvêncio é admirador de Cuca, que também conta com o apoio dos torcedores.
"Eu sei que algumas pessoas ficaram bravas comigo, mas queria que elas se colocassem no meu lugar. Não foi só porque não pude levar comissão técnica e não recebi adiantamento que fiquei no São Paulo. Só que falar isso agora pode parecer demagogia, mas nenhum clube pelo qual passei é o São Paulo. Estou amadurecendo muito aqui", afirma Cuca, que rejeitou proposta de US$ 1,45 milhão por um ano.
Para se transferir, ele queria receber US$ 600 mil adiantados e levar um auxiliar, um preparador físico e outro de goleiros.
"O Cuca virou técnico de futebol aqui no São Paulo. E agora não seria o momento ideal para ele sair", afirma Juvêncio.
O adversário de Cuca hoje, Oswaldo de Oliveira, também fica atrás no retrospecto. No comando do São Paulo, em 2002 e 2003, ele ganhou 58,4% dos pontos em 84 jogos -44 vitórias, 17 empates e 24 derrotas.


NA TV - Sportv (menos para São Paulo e RS), ao vivo, às 20h30


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