São Paulo, domingo, 05 de agosto de 2007

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quanto pior melhor

Maltratado, Brasileiro-07 é popular

Edição tem melhores público e bilheteria nas 15 rodadas iniciais da era dos pontos corridos, que começou em 2003

Colocado em 2º plano e com baixo nível técnico, torneio vê o número de ingressos vendidos aumentar 16% e a arrecadação crescer 23%


PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Os cartolas, o calendário, os craques e até a bola não gostam dele. Mas o torcedor sim.
O mais maltratado Campeonato Brasileiro da era dos pontos corridos (este é o quinto) é também o mais popular.
Sempre com números oficiais da CBF, a média de público nas 15 rodadas iniciais está em 13.591 torcedores por partida, um incremento de 16% em relação a igual número de jornadas no ano passado.
É a primeira vez que a barreira dos 13 mil fãs é ultrapassada nas 15 rodadas iniciais. Mantido o histórico dos anos anteriores, quando a bilheteria cresce no segundo turno, o Brasileiro-07 pode terminar com mais de 15 mil pagantes por jogo, outro recorde dos pontos corridos.
Melhor notícia para os vazios cofres dos clubes é que o crescimento na arrecadação é ainda maior do que o número de ingressos vendidos.
A renda média por partida está em R$ 171 mil, um crescimento de 23% quando comparado com igual estágio da temporada de 2006.
O valor médio do ingresso também é o maior desde 2003, quando a fórmula consagrada na Europa foi adotada. São R$ 12,6 por bilhete vendido. Na ponta do lápis, isso significa uma arrecadação bruta quase R$ 5 milhões maior do que no mesmo número de rodadas da edição do ano passado. É verdade que a promoção de uma empresa que troca ingressos por produtos seus ajuda, mas isso não é novidade e já vinha acontecendo nos últimos anos.
Tais números impressionam pela forma como o mais importante campeonato do país é tratado. Esta é a primeira rodada de fim de semana em que ele é a prioridade esportiva.
Primeiro, ficou em segundo plano devido à disputa da Libertadores. Depois, com a Copa América, teve rodadas inteiras remanejadas para dias pouco comuns para o futebol, como terças-feiras, e horários nada convencionais -jogos à tarde em dias de trabalho.
Por fim, com o Pan do Rio, o futebol nacional perdeu até o Maracanã, o seu maior palco, e virou coadjuvante.
A bola também está longe de rolar bonita neste Brasileiro. O Datafolha atesta que esta edição tem várias das piores médias estatísticas sob o sistema de pontos corridos.
O número de finalizações, assim como a precisão nelas, é o menor desde 2003. O de dribles é o segundo pior. A eficiência nos passes continua abaixo do patamar dos 80%. O número de gols em bolas paradas cresceu. Em lances individuais, entretanto, diminuiu.


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