DO ENVIADO A SHENYANG

No duelo particular das duas melhores jogadoras de futebol do mundo, que se reencontrarão amanhã em Shenyang, a brasileira Marta fica com louros individuais, e a alemã Birgit Prinz, com títulos. Emparelhadas no mesmo grupo, as campeãs e vices mundiais têm na rivalidade das duas jogadoras seu ingrediente principal.
Marta fez mais gols do que Prinz no Mundial passado. Também ganhou da alemã na eleição da melhor do mundo da Fifa nos últimos dois anos. Ainda foi mais goleadora, pelo sueco Umea, do que a rival, pelo Frankfurt, na recém-encerrada Copa da Uefa, interclubes mais importante da Europa.
Mas sucumbiu diante da rival na hora decisiva. Com gol de Prinz, a Alemanha bateu o Brasil na final do Mundial da China, em 2007. No torneio de clubes de 2008, com um triunfo de 3 a 2 no jogo decisivo, o Frankfurt, de Prinz, levou a melhor sobre o Umea, de Marta.
Em Shenyang, as duas seleções estão no mesmo hotel, abrigo para os times de futebol olímpico que estão na cidade.
Ontem, Prinz saiu caminhando para passear pelas poluídas ruas da cidade com as colegas do time, enquanto Marta só deixou o hotel para fazer o reconhecimento do estádio e, depois, treinar à noite em campo nos arredores de Shenyang.
Na sua segunda Olimpíada (na primeira, em Atenas-2004, foi medalha de prata), Marta não coloca a penúria do futebol feminino no Brasil como assunto prioritário agora.
"A gente está conversando mais sobre os jogos, como vencer. O resto a gente deixa para depois", afirmou a camisa 10, que revelou ter interesse em voltar a jogar no Brasil caso apareça boa proposta.
A meia-atacante, que não aprovou o gramado do estádio de Shenyang, diz que o Brasil tem boa vantagem por ter a mesma base já há alguns anos. "Eu não sinto dificuldade de jogar com as meninas por já conhecer o estilo de jogo delas, saber como elas atuam", falou Marta. Ela não teme o difícil grupo na primeira fase do time na Olimpíada, que, além da Alemanha, tem a Coréia do Norte, potência nas categorias de base, e a Nigéria, melhor seleção do continente africano.
Melhor companheira de Marta na seleção brasileira em todos os tempos, a atacante Cristiane espera sucesso do trio que forma com a camisa 10 e Daniela Alves. "Como jogadora mais de frente, vou receber muitas bolas das duas", afirmou ela.
Do lado alemão, a técnica Silvia Neid espera na Olimpíada mais dificuldades do que na conquista do Mundial passado.
"Quase todos os times podem ganhar o ouro. Só há 12 times comparados com os 16 do Mundial. E esses times são os melhores do mundo. Você precisa estar atenta desde o início. Nenhuma fraqueza é permitida, senão você estará fora mais rápido do que pensa", disse Neid.
(PC)

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